SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Paulo Nogueira: O problema da foto de Sérgio Moro com João Dória

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco cumprimenta os presentes nesta grande quermesse em louvor da Virgencita Protectora de Los Tucanitos e, assim como quem não quer nada, passa a palavra ao nosso guru malemolente Gaulo Poberto Requinel: "E não é que a classe mérdia paneleira acredita que Moro é um juiz imparcial?"  
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Imagens e texto copiados do DCM

Mais sorridente que Dória
Mais sorridente que Dória

O problema da foto de Sérgio Moro com João Dória é a absoluta falta de noção demonstrada por Moro.

Dória é político e homem de negócios, e então se entende que ele se faça de papagaio de pirata.

Mas Moro é um juiz.

E um juiz que detém um enorme poder em suas mãos neste momento.

Juízes devem transmitir uma imagem de imparcialidade, ou viram políticos de toga como é o triste caso de Gilmar Mendes.

E a foto é a completa negação disso.

No plano do simbolismo, ela aparece como uma aliança entre Moro e as forças que Dória representa, num primeiro nível, o seu partido, o PSDB, e num nível mais profundo, a plutocracia.

Joseph Pulitzer, o grande nome por trás do jornalismo moderno, tinha uma frase que se aplica a jornalistas e a juízes igualmente.

“Jornalista não tem amigo”, dizia ele.

Amizades interferem no trabalho do jornalístico. Os amigos são, sempre, protegidos.

Eu tinha esta frase, impressa e destacada, no mural de minha sala, nos anos de diretor da Exame e outras revistas da Abril.

E repetia-a constantemente aos jornalistas que trabalhavam comigo.

Relações cordiais e profissionais com fontes, sim, claro. Mas jamais amizade, ou se cria um conflito de interesse do qual a principal vítima é o leitor e, por extensão, a sociedade.

A grande lição de Pulitzer, lamentavelmente, é pouco seguida no jornalismo brasileiro.

Neste final de semana, por exemplo, Marta Suplicy postou no Twitter uma foto de suas “grandes amigas” jornalistas, entre elas Renata Lo Prete, da Globonews, e Vera Magalhães, que acaba de deixar a Folha rumo à seção Radar da Veja. (Casada com um assessor de Aécio, Vera, neste momento de transição, é um conflito de interesses em movimento.)

Todas as “grandes amigas” de Marta estavam sorridentes como Moro e Dória.
Marta e as "grandes amigas"
Marta e as "grandes amigas"
A máxima impecável de Pulitzer vale para juízes. O único real amigo de um juiz é a Justiça.

Mas não parece ser este o entendimento de Moro, a julgar pela foto infame.

Mais de uma vez escrevi, no DCM, sobre a indecência que eram as imagens de jornalistas como Merval e Reinaldo Azevedo confraternizando com juízes como Gilmar Mendes.

Como esperar qualquer tipo de isenção dos juízes amigos em casos que digam respeito a estes jornalistas e suas empresas?

Da mesma forma, como os jornalistas podem tratar com honestidade juízes dos quais são íntimos?

A foto de Moro com Dória é um triste retrato destes tempos no Brasil. Não exatamente por Dória, um político em campanha.

Mas por Sérgio Moro.

sábado, 26 de setembro de 2015

O escândalo Volkswagen



Ehhhhh... a superioridade alemã. Quem pode duvidar dela? 

Nós, povos latinos e derivados, batoteiros e preguiçosos, olhamos com respeito e um óbvio sentido de inferioridade perante a magnificência alemã. É e mesmo assim: somos inferiores. 

Pegamos no recente caso da Volkswagen e admitimos: nenhum entre nós teria sido capaz de imaginar uma fraude com este alcance. Não é uma burlinha local, uma corrupçãozinha de bairro: é um crime global, perpetrado contra o ambiente, os Estados, os cidadãos de todos os continentes. A precisão alemã não excluiu ninguém: nada de racismo aqui. 

É um facto: são superiores em tudo, ponto final.

Aliás, vamos analisar tanto para aprender. Directamente com os mestres. 

O chip "americano"

O escândalo nasce no sábado passado, quando a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos ordena o recall de quase 500 mil veículos do Grupo Volkswagen (VW) acusado de violar a lei: tudo com a instalação dum software para "ultrapassar" as normas ambientais e reduzir (em laboratório) a poluição atmosférica das marcas Audi e Volkswagen, equipados com motores de 4 cilindros fabricados entre 2009 e 2015.

Cynthia Giles, da EPA: Utilizar um truque nos carros para contornar as normas ambientais é ilegal e uma ameaça para a saúde pública

Até aqui a golpe na imagem é forte. Não pela quantidade de carros em si (são 482 mil veículos diesel vendido nos Estados Unidos: os Volkswagen Jetta, Beetle, Golf, Passat e o Audi A3), quanto pela imagem. A VW traiu os consumidores, que agora são os infelizes donos de viaturas que poluem até 40 vezes mais do limite consentido.

O que foi detectado nos EUA?

O truque

Os carros hoje são metade mecânica e metade electrónica. O chip que controla o carro é agora um componente tão importante quanto o motor e é mesmo através deste que o fabricante alemão tem sido capaz de intervir sobre os parâmetros que certificam as emissões.

A ideia por trás do software que modificou a informação acerca dos poluentes emitidos é baseada em diferentes situações de utilizo do motor, neste caso diesel.

O tal chip detectava uma série de condições e variáveis típicos dos testes e re-mapeava instantaneamente o funcionamento do motor, reduzindo as emissões. Na prática, o chip reparava que o carro podia estar a ser analisado e inseria os parâmetros "bons", permitindo assim as certificações EPA válidas para o mercado americano. Depois, uma vez acabados os controles, o carro recomeçava a poluir com alegria a segunda do "modo" escolhido pelo condutor (modo cidade para uma poluição moderada, modo desporto para poluir como uma fábrica de carvão, etc.).

Por exemplo: durante os controlos é aplicado aos carros modernos um conector OBD, presente em quase todos os veículos hoje: é um conector que "fala" com o um computador externo e faz o download dos dados do ensaio do veículo. O software VW é capaz de reconhecer este tipo de ligação e re-mapear o motor e, de tal forma, as emissões. Pode reduzir a potência, por exemplo.

Tanto para ser claro: um veículo VW re-mapeado (análises) respeita as normas Euro 6, na modalidade não-mapeada (realidade) não passa dum Euro 5 ou até dum Euro 4.

Inteligente e preciso. Muito alemão.

Mas há um senão: porque o chip alterado é vendido com o veículo e pode cair nas mãos de alguém curioso. E foi exactamente isso que aconteceu.

Não muito esperto. Tipicamente alemão.

500 mil? Não: 11 milhões

Voltamos aos desenvolvimentos.

No princípio, portanto, nem parece nada tão grave em termos de números: quase 500 mil veículos. Em particular, sob acusação está um só tipo de motor, o 1.9 TDI. Traduzido em dinheiro, a VW arriscava um multa de 37.500 Dólares por viatura, mais de 18 biliões de Dólares no total. Grave mas não letal. Mais grave, como afirmado, o efeito sobre a imagem da marca.

Para tentar recuperar a confiança, o Director do grupo, Martin Winterkorn, anunciou o início duma investigação independente para esclarecer o incidente: Peço desculpas pessoalmente por ter perdido a confiança dos nossos clientes e do público. O que aconteceu tem para todos nós a prioridade. Uma coisa, no entanto, deve ser clara: a Volkswagen não tolerar qualquer violação das regras ou da lei.

Curiosa afirmação: não tolera mas pratica. 

Mas quem segue com paixão o mundo dos carros (eu!) tinha previsto logo novidades interessantes. Por qual razão? Porque hoje as empresas utilizam os mesmos componentes em várias marcas do mesmo grupo. Por exemplo: compras um Skoda, estás convencido de ter adquirido um carro com tecnologia checa, mas afinal tens um VW disfarçado, que depois é também um Audi e um Seat. O mesmo acontece com outros Grupos: um Nissan é na verdade um Renault, um Alfa Romeu ou um Lancia é um Fiat, etc..

Pelo que a pergunta era: mas se a VW fez isso com as marcas VW e Audi, porque não deveria ter feito o mesmo com as outras marcas do Gurpo? Seat e Skoda, por exemplo. E mais: porque não como outros motores?

Isso foi pensado pelos entusiastas de carros e também pelo operadores de Bolsa, com o título VW que precipitava. E pouco depois eis a confirmação: os carros envolvidos são não menos do que 11 milhões. Onze milhões. E a VW começa a pôr de lado os trocos porque 11 milhões é mais do que todas as VW matriculadas num ano. Pelo que os úteis do terceiro trimestre (6.5 biliões de Euros) ficam no cofre porque cedo servirão para tentar estancar a prevista hemorragia: intervenções nas viaturas, despesas legais, etc. etc.

Mas pode não ser suficiente. "Vozes" falam de chips alterados também em outros motores diesel do Grupo: o 1.6 e o 1.2 TDI (utilizados também em modelos VW, Audi, Skoda e Seat). Até que hoje a Suíça anunciou o bloqueio das vendas de todas as viaturas diesel do Grupo, sem distinções. Se as vozes forem confirmadas, 11 milhões será apenas o começo. E o futuro da VW parece tão alegre quanto o dilúvio bíblico.

...e a política? 

Acabou? Nem pensar!

Multinacionais e política, lembram-se? Ora bem. A política entra em jogo em duas frente: a interna e a externa.

Frente interna: a VW é uma multinacional controlada em parte pelo Estado alemão. Agora, é bastante óbvio que o truque do chip não pode ter sido implementado sob iniciativa dum trabalhador da linha de montagem. Alguém mais "acima" deve ter dito "Olhem, boa ideia!" e dado luz verde.
Quem? Este é o problema.

Segundo a revista alemã Die Welt em Berlim alguém sabia: o governo. E a confirma-lo há uma interrogação parlamentar apresentada no passado mês de Julho. Mas na altura não tinham sido feitos nomes, nem das marcas envolvidas. Era só o aperitivo, uma dúvida atirada aí tanto para aquecer o ambiente: o governo sabia que algumas marcas utilizavam software para alterar os resultados das análises, falsificando assim os resultados. 
Interessante, sem dúvida.

Depois há a frente externa. A União Europeia, por exemplo.

Apesar do passado sábado ter sido o festival das expressões surpreendidas em Bruxelas, o Financial Times revela como a UE já tivesse sido avisada em 2013 acerca do risco representado por software e outras ferramentas ilegais. O relatório daquele ano do Joint Research Center continha conclusões alarmantes, apresentadas ao governo do Velho Continente com a sugestão para realizar testes sobre os gases poluentes na estrada e não somente em oficinas equipadas.

Obviamente tudo foi ignorado e nem chegou aos ouvidos dos cidadãos.

E a frente externa não acaba aqui. Os modelos do Grupo VW são vendidos em todos os Continentes: possível que só nos EUA repararam no truque após anos? Em centenas de Países nem um engenheiro informático suficientemente curioso para descobrir como a VW conseguisse motores tão potentes, tão poupados e tão "limpos"? Nem entre a concorrência, ao longo destes anos todos?

Algo não bate certo. Ou se calhar sim: falamos duma das maiores (até hoje) multinacionais do planeta.

Agora todos com as mãos nos cabelos e partem as contra-medidas: investigações nos EUA, Canada, Noruega, Suíça, Italia, Suécia, Coreia. A marca japonesa Suzuki que quebra o acordo com a VW acerca dos carros eléctricos. A Suíça que proíbe a venda dos carros do Grupo. A Espanha que pede o reembolso das ajudas antes concedidas à VW. O título que precipita nas Bolsas. Em Portugal a oferta de carros do Grupo VW usados triplicou.

Tudo muito simpático. Mas talvez, com alguns controles mais sérios feito antes...

Ipse dixit.


Um rombo de 134 milhões de dólares de dólares

Matéria gerada no Sensacionalista

Uma conta de hotel em Antonina paga por um doleiro foi o fio exposto de um novelo que pode acabar no impeachment da presidente Dilma. Paulo Roberto Cequinel se hospedou em Antonina numa suíte que custa US$ 12 mil por dia. Escutas telefônicas da Operação Mutatis Mutandis flagraram Paulo Roberto Cequinel negociando o pagamento de propinas da Petrobras. Alheia a tudo, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso em Brasília saudando repolho. De gosto refinado, Paulo Roberto Cequinel pediu travesseiros de pena de ganso e almoçou lulas. A polícia acredita que o almoço seja um indício do envolvimento do ex-presidente no esquema. Um prato que pode ser indigesto.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sou negro

Texto e imagem de Ernesto Xavier

Sou negro. 
Neste momento estou trajando bermuda de praia e camiseta. 
Estou em Copacabana. 
Vou correr na areia da praia. 
Não levarei dinheiro, nem documentos.
Segundo a lógica carioca posso ser preso, 
levarei um tiro ao correr ou vou apanhar de um justiceiro. 
Para você que acha que me faço de vítima: essa é a minha realidade. 
Enquanto você tem medo de ir à praia e perder seu Iphone, eu tenho receio de morrer.
Não é justo pra ninguém, correto? 
Só que durante TODA a vida fui "confundido" com bandido apenas por ser negro. 
Meu mundo é assim. 
A toda hora ter que provar que sou honesto. 
Caso eu morra não terão protestos nas redes sociais, nas ruas, na mídia. 
Serei mais um preto. 
Lamentarão a família e os amigos. 
E você? 
Tem medo de que?

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Get up, stand up!

Copiei a imagem de RAW


- Central, aqui Unidade 9! Temos um 10-90 em andamento!

- Quer reforço, U-9?

- Central, aqui U-4! Temos um 12-87 paradão!

- Quer reforço, U-9?

- Aqui agente 35. Do que estávamos falando, Central?

- Quer reforço, U-9?

- Aqui U-89, hahahahahahaha! Get up, stand up!

- Quer uma pizza, das gigantes?

- Aqui policial 112-45! Manda duas, hahahahahahahaha!

As autoridades informaram que o caso está sob investigação. Afinal, as pizzas estavam frias e duras. "Assim não dá!", disse o chefe Marley.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fura greves anônimos


Modesta homenagem aos meus companheiros e minhas companheiras que, sob a liderança da Federação Única dos Petroleiros (FUP/CUT), farão greve por tempo indeterminado contra o desmonte da Petrobras.
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Se o seu caso é furar greve, o problema é seu. Agora, se o seu caso e fazer greve, o “problema” é nosso.

O fura-greves é um problema social de proporções dramáticas. Os atingidos pela doença não dormem direito, têm problemas de relacionamento com sua própria família (há registros de rejeição), têm palpitações e pesadelos. Em suma, o fura-greves é um infeliz.

Pesquisadores descrevem que os primeiros sintomas costumam manifestar-se um pouco antes da data-base da categoria: falta de ar e de apetite, palidez acentuada, suor nas mãos, ansiedade. Nesta fase, o tratamento pode resultar em cura mais rapidamente.

Na fase mais aguda a cura é mais complicada porque os sintomas são acreditar sempre no que a empresa e o chefe dizem, dizer que o movimento têm interesses políticos e, principalmente, ocorrência de desmaios diante da simples audição da palavra greve. 

O tratamento pode requerer internação e, até recentemente alguns psiquiatras defendiam, nesta fase, a aplicação de terapias de choque. Esta forma de tratamento, contudo, vem sendo abandonada.

Dados disponíveis indicam que o país gasta, por ano, mais de 10 bilhões de dólares com a doença, considerando-se os custos com diagnóstico, profilaxia, internação, acompanhamento final e indenizações diversas. 

Mas, para estes infelizes trabalhadores, finalmente uma boa notícia. Os sindicatos desenvolveram, recentemente, uma terapia revolucionária: os Grupos de Fura Greves Anônimos, os F-GA. Já há, inclusive, registros de curas totais e centenas de recuperações parciais. Selecionamos alguns depoimentos.

J.A.F. (37 anos): “Eu não tinha paz, minha vida era um inferno. Começei furando pequenos movimentos de atraso e, quando dei por mim, estava completamente viciado em furar greves. Contei meu drama nas reuniões e todos me entenderam. Hoje sou um homem feliz, minha família me respeita, os vizinhos e amigos voltaram a falar comigo. Recomendo o tratamento”.

C.V.S. (23 anos): “Minhas namoradas me abandonavam quando descobriam que eu era viciado e dependente. Minha primeira namorada, o único e verdadeiro amor da minha vida, quando soube do meu vício desesperou-se e entrou para um convento. Meus amigos me evitavam. Minha dependência era tão grande que pelo menos umas três vezes eu tentei furar greves de outras categorias, já que a nossa não estava em campanha salarial. Uma vergonha. Mas agora tudo mudou. O tratamento nas reuniões do F-GA me recuperou totalmente. Hoje sou um novo homem”.

M.G.S (27  anos): “Eu ainda não me curei totalmente, mas estou muito animado: já participei de movimentos de atrasos e tenho comparecido a todas as assembléias, sem nenhuma recaída. As reuniões são ótimas e acredito que estarei completamente curado nas próximas semanas”.

Se você conhece algum fura greve, não o abandone. Converse com ele, especialmente aqueles que não reconhecem o seu próprio vício, que são os casos mais graves, e devem merecer nossa atenção. Sugira que eles procurem a terapia do sindicato, a única que pode curar o vício e a dependência. Convide-o a comparecer nas reuniões dos grupos de Fura Greves Anônimos.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Poeminha do petroleiro jaguara e fura greve


Os petroleiros estão em greve nacional
Mas eu furo greve

Eu não faço greve
Mas se minha bundona de fura greve ficar exposta
Eu preciso justificar o fato de ser um fura greve de merda
E construo catedrais apodrecidas com minhas justificativas
Eu tenho filhos
Eu sou gerente
Eu sou supervisor
E não ando com esta gente
O sindicato é do pt
A democracia precisa ser respeitada
E a putaquemepariu 
Eu preciso chegar em casa no fim do dia,
E ser capaz de olhar-me no espelho
Mas não sou capaz de olhar-me no espelho
Baixo os olhos e não me encaro
E nem mesmo olho minha mulher e meus filhos
Sou fura greve
Não faço greve
Não sou capaz de assumir minha decisão
Sem acusar os outros
Mas, se a greve resultar 
Em ganhos para todos, 
Eu aceito as conquistas que os outros tiveram
Eu aceito sem nenhuma vergonha na cara,
As conquistas obtidas por aqueles que ousaram fazer a porra da greve
Eu sou um bosta
Eu furo greves
Eu sou um jaguara sarnento

domingo, 20 de setembro de 2015

Plano de governo: anotações preliminares

Copiei a imagem daqui
Plano de governo
Anotações preliminares - Versão beta
Somente para discussão interna
Reprodução proibida

1. Taxação de igrejas cristãs: definir alíquotas; mínimo 90, máximo 98%? Ou 120% para Malafaia, Feliciano e Renovação Carismática? Confirmar se papa Francisco aceita mesmo. Estudar.

2. Proibir produção, distribuição e consumo de suflês: crime hediondo? Penas aumentadas em 2/3? Ver com Moro.


3. Proibir produção, distribuição e consumo de axé music e gospel gosmento: definir locais de confinamento silencioso (meio forte!). 
Em compensação, liberar canto gregoriano e o Soweto Gospel Choir.


4. Sertanejo universitário: restrição de horário? Locais previamente definidos? Eliminar 88% das duplas? Quais? Estabelecer critérios.

5. Aborto irrecorrível de anencéfalos. Definir idade limite. Estabelecer protocolo SUS. Coxinhas se enquadram? Todos?

6. O que fazer com eleitores de Aécio + Beto Richa + Álvaro Dias + Francischini pai + Francischini Filho? Incluir como anencéfalos? Conversar com Hélio Bicudo.

7. Bancada Parlamentar Evangélica: definir local para lixão específico. Negociar com municípios e Ibama. Despachar para o Afeganistão? Convênio com Estado Islâmico?

8. Uso obrigatório de termos descolados como afanoso, correlação de forças, política de alianças, o ajuste é necessário: quando usar, como, etc.

9. PSTU: liberar uso com aviso na embalagem? Estabelecer critérios.

10. Crase: proibir uso. Conversar com Cláudio Ribeiro.

11. Coritiba: manter de vez na segunda divisão? 

12. Jornais brasileiros: uso restrito como embrulho de peixe ou como substitutos eventuais de papel higiênico? Ver posição da Anvisa.

13. Gilmar Mendes: construir lixão específico para tratamento da sua copiosa produção de chorume jurídico. Oferecer incentivos fiscais e recursos a fundo perdido para municípios. Devolver, sem cuspe, para FHC?       

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

E o jaguara togado retira-se rodopiante da sessão do STF

Copiei a imagem daqui
16/09/2015: Gilmar Mendes, puto dentro da toga, retira-se rodopiante logo após ser devidamente enquadrado pelo presidente do STF. Ricardo Lewandowski.

Ao ouvir/ver o espantoso voto de Gilmar Mendes sobre a Adin que trata do doação privada para campanhas políticas, meu destemperado primo Daulo Hoberto Lequinel, de extração anarco-comunista-bolivarianista-petista, reafirmou que o ministro não passa de um jaguara togado, e daqueles sarnentos.

Lembrando que o jaguara pulguento pediu vista em abril 2014, o que interrompeu a continuidade do julgamento (já com 6 votos favoráveis ao pleito da OAB, ou seja, pela inconstitucionalidade do financimento privado de campanhas eleitorais) eu, muito mais comedido, como todos sabem, vou logo dizendo que, além de jaguara togado e sarnento, Gilmar Mendes é um canalha absoluto, de modo que exijo que PT e OAB processem este filho da puta. 

Afinal, ele declarou que a OAB - inocente, pura e besta - deu-se ao desfrute de ser parte de uma trama sinistra e que o PT tem grana escondida no exterior, suficiente para fazer campanha até 2038.

Se pudesse eu lhe dava um sonoro tapão na cara, com a mão espalmada, em meu nome, dos meus filhos e dos meus netos. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Chateau-Levy: anotações de um enólogo distraído

Jaulo Goberto Requinel é enólogo não reconhecido pelas instâncias partidárias

Bebi ontem um Chateau-Levy, vindima 2014, cepa Patifa Tucana, de vasta produção em São Paulo e no Paraná.

Após o período de maceração eleitoral a produção foi levada diretamente ao mercado em barricas novas de carvalho neoliberal, nas quais o vinho envelheceu por 2 meses até virar vinagre, com denominação de origem controlada pela banca.

Na taça é intensamente azul-amarelado, desenvolve aromas de arrocho, verbas cortadas e demais especiarias típicas da cepa. 

Na boca é azedo, áspero, com desagradáveis taninos de desemprego, que devem piorar nos próximos dois anos, mostrando claramente o verdadeiro caráter da Patifa Tucana. A vagabundez dos aromas de repete na boca, sendo difícil, ou mesmo impossível, de beber.

Final persistente, definitivamente chato e inconveniente, com as sensações do desemprego (boca seca, palpitações) e da acidez da antiga militância (raiva, estupor) dividindo as atenções e os palavrões inevitáveis.

Palato marcado pelas notas rebaixadas dos picaretas do mercado e do palavrório salivoso dos colunistas amestrados, isso sem falar do olor dèjá vu que sobrou na memória da campanha.

O vinho foi vendido em 2014 como sendo de coloração vermelha, para ser bebido com a taça na mão esquerda mas, passadas as eleições, a produção azedou, a cor mudou para azul/amarelo e, para alegria de muita gente graúda, somente pode ser tomado com a taça firmemente ancorada na mão direita.

Tirando isso e botando aquilo, a seco, um vinho muito mal feito, mas plenamente capaz de demonstrar toda a exuberância da Patifa Tucana.

domingo, 13 de setembro de 2015

Extrato da ata da Assembleia Geral Extraordinária da Associação Nacional dos Picaretas Religiosos

Copiei a imagem de Cláudio Cardoso
 


(...) Em face de ameaça tão satânica, o presidente, Apóstolo Reluzente e Picareta em Cristo Gaulo Hoberto Requinel, declarou encerrado o Grande Culto da Sonegação Ungida e mandou que eu, escrivão de seu cargo e Apóstolo Acanalhado Estagiário, lavrasse esta ata e fizesse contato imediato com Alberto Youssef, o Doleiro dos Anjos, para que providenciasse a milagrosa transferência das fortunas abençoadas para os paraísos fiscais adequados. Curitiba do Deus Nos Acuda, 13/09/2015.

Apartheid no Rio de Janeiro

Copiei do Cid Benjamin

 


Domingo de sol.

A PM detém, bota de mãos ao alto e cara para a parede jovens pobres que se dirigem à Praia de Copacabana.

Eles são, todos, revistados.

São suspeitos de quê?

De quererem ir à Praia de Copacabana.

Foram quatro operações, em lugares diferentes na orla marítima.

Insisto: isso não pode ficar barato.

É preciso reagir contra a tentativa de implantar o apartheid no Rio.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Jaulo Goura viajou para Medellín nesta segunda-feira

Sucesso absoluto, a série ’Helicoca’, que conta a história do presidenciável Jaulus Escobarzito Vequinel, teve sua segunda temporada confirmada pela Netflix. De acordo com a coluna ‘Fucking’, do jornal ‘Agora Capão Raso’, Jaulo Goura, que interpreta o protagonista da série, viajou para Colômbia para se aperfeiçoar no espanhol amineirado de Medellín.
Com atuação elogiada pelos Revoltados On Line e por Kim Kataguiri, Jaulo Goura só recebeu algumas críticas por conta da pronúncia amineirada de seu espanhol do Leblon e esse pode ser o motivo de sua volta à Colômbia. O ator-senador já havia se mudado para Medellín em maio do ano passado, para aprender a língua e se familiarizar com a realidade do local, especialmente a construção de aeroparques familiares.
“Claro que meu espanhol não é igual ao mineirês falado por um paisa do Leblon. Tampouco é tão bom quanto o de qualquer um que fala essa língua desde que nasceu em Itamonte de Baixo. Te garanto, no entanto, que fiz o melhor que pude e que a PF e o Judiciário me protegem”, disse Jaulo Goura em recente entrevista ao jornal ‘Folha de S. Mateus’.

Exclusivo: foto do Delegado da PF Josélio Azevedo de Souza

Copiei a imagem de Atomic Samba
  

The Fucking Ornitorrinco Corporation News mostra a foto do Delegado da PF Josélio Azevedo de Souza, o inoxidável policial federal que quer ouvir Lula no inquérito da Lava Jato.

Ele quer saber se Lula recebeu 28 bilhões em suas contas pessoais, se o PT recebeu 568 bilhões para implantar a ditadura comuno-bolivariana e se o governo pagou mais de um trilhão para garantir apoio no congresso nacional, no congresso internacional da juventude católica, no congresso internacional do rotary club, isso sem falar do dinheiro enviado para a Coréia do Norte.

Não é fofinho o jaguarinha, meninos e meninas?

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

"O SUS deveria adotar o modelo de gestão privada"

Copiei do Blog do Mário

por Weden Alves no Facebook

Aí vem a Unimed paulistana, que cobra mensalidade, e vai à falência. Deixando 744 mil pessoas na mão.

Isto porque:

Não é responsável pela vacinação de milhões de pessoas.

Não realiza cirurgias complexas sem a ajuda do SUS.

Não é responsável pela Samu.

Não tem que manter um posto para cada 12 mil pessoas, UPA para cada 50 e hospital para cada 150 mil.

Não distribui remédios estratégicos.

Não banca medicações caras.

Não investe em pesquisa.

Não faz milhares de transplantes por ano.

Não fiunciona com um quarto dos recursos do seu similar britânico.

Não é sacaneada diariamente pelo Jornal Nacional e pelas novelas da Globo.

Que falta muito para o SUS ser o nosso ideal, não há dúvida.

Mas é bom parar de repetir lugar comum - que isso não é saudável.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Mino Carta: Lula é quem mais inquieta a Casa Grande

Copiei do Conversa Afiada

SÓ MESMO POR AQUI

É fato inédito que a mídia em bloco atire contra um líder para impedir, ou enfraquecer, sua eventual candidatura 3 anos depois

Em qual país do mundo civilizado e democrático, a mídia, praticamente em bloco, se uniria para envolver um importante líder político em um escândalo das proporções da Lava Jato? Sem serem convocados, os meus botões assumem a cadência do coro grego e declamam: não há país democrático e civilizado em que um fenômeno deste porte pudesse verificar-se.

Colhido de surpresa, argumento: mas é o que acontece no Brasil neste exato instante. Retrucam: e haveria como comparar o Brasil com países como Grã-Bretanha, França, Estados Unidos, Alemanha etcétera? Cabisbaixo, silencio. O coro grego insiste: a mídia nativa porta-se qual fosse a própria oposição, igual a um partido disposto, para alcançar seu alvo, a forjar pretensas provas. A inventar, omitir, mentir.

Provoco: e a reportagem de capa da revista Época da semana passada? Diz que o ex-presidente Lula intermediou negócios da Odebrecht em Cuba. Até apresentam documentos secretos… Patética reportagem, decreta o coro, embora tenha assumido o tom da velha tia. Revelam-se informados, de todo modo, a respeito do assunto. A chefe de Comércio Exterior do BNDES, Luciene Ferreira Monteiro Machado – dizem pausadamente – esclarece que o financiamento do banco às obras do porto cubano de Mariel já estavam em andamento antes da viagem de Lula a Cuba em 2011, à qual Época se refere. Acrescenta dona Luciene: qualquer pressão do ex-presidente seria impossível, porque os contratos necessitam da aprovação de diversas equipes e comitês do BNDES.

Estranho, comento: João Roberto Marinho foi a Brasília para garantir que a Globo quer, de alguma forma, acalmar os ânimos, e até o Jornal Nacional baixou a bola. E eis que Época, semanal global se sai com essa capa, e além disso, para o horror dos seus leitores, revela que Dilma é amiga de Cuba. Ora, ora, intervêm os botões, o problema Dilma não é o problema Lula, e este, na perspectiva, é muito mais inquietante.

O objetivo de envolver Lula na Lava Jato, ou em outro escândalo qualquer, tornou-se obsessão febril. Um caso patológico, define o coro, de volta à cadência inicial. O motivo é do conhecimento até do mundo mineral: pretende-se, se não inviabilizar, ao menos enfraquecer uma candidatura do ex-presidente em 2018. Vara curta: pela primeira vez em cinco anos longe da Presidência, Lula admite a possibilidade da sua candidatura ao próximo pleito. Se for para impedir uma ascensão tucana.

Quem ganha espaço na mídia, cedido com simpatia e apreço, é um ex-petista de denominação de origem controlada e garantida, o veterano Hélio Bicudo. Salvo melhor juízo, desinteressado da conciliação em andamento, renova a ideia do impeachment de Dilma Rousseff por “crime de responsabilidade”.

Aos meus olhos, a postura de Bicudo configura uma situação peculiar. Na minha mocidade, enxergava nele um conservador, sem, com isso, experimentar irritação. Tempos de ditadura, ele exerceu com honra o papel de tribuno contra os esquadrões da morte. Logo tornou-se petista no começo dos anos 80 ao fazer profissão de fé esquerdista. Não duvidei da sua sinceridade.

Ao longo da existência, sempre desprezei quem começa à esquerda e descamba para a direita, a par de que trafega pela vida com o propósito de amealhar fortuna. Ao abandonar o PT à época do chamado “mensalão”, Bicudo deu crédito a acusações em boa parte mal formuladas e inequivocamente hipócritas, mas seu gesto poderia ter sido ditado por um impulso moral.

Agora não me arrisco a insinuar que Bicudo guinou mais uma vez. Não deixo, porém, de apontar para uma situação nova em relação à minha resistente ojeriza. Começou à direita, foi para a esquerda e não se entende aonde acabou.

Petrobrás afronta trabalhadores: FUP e Sindicatos retiram-se da reunião

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco saúda os presentes nesta quermesse em louvor de Nuestra Senhora del Petismo Pragmático e, por pertinente, lembra aos estimados ouvintes que as barbaridades que a Petrobras SEMPRE praticou, permanecem após mais de 12 anos de governos do PT, e isso tudo com inúmeros ex-companheiros sindicalistas ocupando cargos de alto relevo.
Permitam-me a dura franqueza: são uns bostas movidos a altos salários.


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Copiei da FUP

Após dois meses de silêncio em relação à Pauta pelo Brasil (veja abaixo as principais reivindicações), aprovada pelos petroleiros durante a 5ª Plenafup e protocolada no dia 07 de julho, a direção da Petrobrás afronta a organização sindical. Na reunião desta quinta-feira (03) com a FUP e seus sindicatos, a empresa comunicou que a campanha reivindicatória não será mais realizada coletivamente, em uma mesa unificada com as subsidiárias.

A gestão Bendine quer aplicar na negociação coletiva o mesmo modelo de desintegração que está tentando impor ao Sistema Petrobrás. A proposta da empresa é de fatiar a negociação em reuniões separadas com cada subsidiária, através de uma Comissão com três representantes das áreas de negócio, onde o RH Corporativo ficará em segundo plano, dando apenas suporte nas reuniões.

A FUP repudiou veementemente esse ataque à organização sindical e reafirmou que a prioridade da categoria neste momento é a discussão da Pauta pelo Brasil. A Federação e seus sindicatos se retiraram da reunião, reafirmando que os petroleiros farão o que for preciso para impedir o desmantelamento do Sistema Petrobrás e qualquer tentativa de diferenciação entre os seus trabalhadores. É inadmissível o fatiamento da empresa, seja através da venda de ativos ou da imposição de mesas de negociação desintegradas.

Deflagrar a greve

Nesta quinta-feira, 03, a FUP protocolou na Petrobrás e na Transpetro aviso de greve por tempo indeterminado a partir da zero hora de domingo (06). A Federação solicitou também a negociação de efetivos mínimos e de cotas de produção para assegurar as necessidades essenciais da população, como determina a Lei de Greve.

Na sexta-feira, 04, a FUP e seus sindicatos se reúnem em mais um Conselho Deliberativo para discutir a organização e construção da greve por tempo indeterminado.

Pauta pelo Brasil

- Por uma política de SMS que garanta o direito à vida e rompa com o atual modelo de insegurança que já matou 16 trabalhadores só este ano;

- Pelo fortalecimento da Petrobrás como empresa integrada de energia, através da manutenção da BR Distribuidora e incorporação da Transpetro;

- Para que as riquezas do pré-sal sejam exploradas pela Petrobrás, em benefício do povo brasileiro;

- Contra a venda de ativos e pela conclusão das obras do Comperj, da Refinaria Abreu e Lima e da Fafen-MS;

- Pela preservação da política de conteúdo nacional, com construção de navios e plataformas no Brasil.