Perseguição e censura no Paraná
Reproduzo artigo enviado pelo blogueiro Esmael Morais, a quem declaro minha modesta e irrestrita solidariedade:
O
que vou contar nas próximas linhas pode deixar-lhe arrepiado de
indignação, mas é fato, está ocorrendo no Paraná e ameaça atingir todo o
país como se fosse um rastilho. A experiência vivida pelo estado
sulista no último mês e meio é um alerta do perigo que corre a
democracia brasileira.
Pela décima vez, desde o
final de agosto deste ano, o meu blog (www.esmaelmorais.com.br) está
censurado pela Justiça a pedido do governador eleito Beto Richa (PSDB)
sob a alegação de que a minha opinião, os meus posts, as minhas críticas
políticas, o deixam “emocionalmente abalado”.
O
tucano pede na 17ª Vara Civil de Curitiba indenização para ele, o filho
Marcello e a esposa Fernanda pelos mesmos supostos abalos
psiquiátricos. Os três são personalidades públicas, portanto, sujeitos a
críticas diferenciadas das dos cidadãos comuns.
Os
meus advogados, Manoel Valdemar Barbosa Filho e Carlos Raimundo Azevedo
Ferreira, solicitaram via judicial que o governador eleito passe por
uma junta psiquiátrica para provar que realmente ficou “emocionalmente
abalado” pelo blog. Terá que indicar o nome do remédio que toma para
aplacar o dano, o nome do médico que o acompanha, etc.
Em
outra frente, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), durante as
eleições, Beto Richa abriu uma verdadeira guerra jurídica contra os
institutos de pesquisas (censurou dez), blogs, revistas, jornais, sites e
jornalistas como estratégia para vencer a disputa do último domingo
(3).
O objetivo tucano, sempre com a
complacência de setores da Justiça, foi (e ainda é) calar vozes
destoantes, perseguir oponentes, constranger economicamente quem ousa
opinar diferente por meio de pesadas multas, enfim, atacar a liberdade
de expressão e os direitos constitucionais. (Este blogueiro que tecla
estas mal traçadas linhas, por exemplo, segundo informações, já deve
cerca de R$ 800 mil em multas porque não compartilha das mesmas opiniões
do PSDB).
O diabo é que Beto Richa venceu as
eleições, mas não desceu do palanque. Cerca de 48 horas após aclamado
nas urnas, o tucano abriu uma impiedosa perseguição ao meu blog.
Conseguiu uma liminar que obrigou o provedor de hospedagem da minha
página a desativar o domínio “esmaelmorais.com.br”. Continuo censurado,
agora pela décima vez.
Muitos atribuem à
censura a vitória do tucano paranaense. Sem ela – e se as pesquisas
tivessem mostrado a queda do candidato do PSDB – muito provavelmente o
resultado eleitoral no Paraná seria bem outro. A equipe jurídica-censora
de Beto Richa se gaba pelo feito na capital paranaense e poderá
exportar o modelo para José Serra na campanha de segundo turno.
Na
estratégica jurídica-censora tucana, no Paraná, coube o jogo baixo, a
safadeza, além do próprio cerceamento da liberdade de expressão. Na
véspera das eleições, na sexta e no sábado, o PSDB chegou a pedir minha
prisão porque eu continuava a opinar na minha página pessoal. O juiz
negou o pedido de enclausuramento, mas retirou-me do ar.
Há
ilegalidades nesta censura, pois existia um recurso protocolado pela
minha defesa com efeito suspensivo, o que legalmente permitia-me ficar
no ar normalmente, mas a corja fascistoide omitiu essa informação para
induzir o juiz ao erro. A alegação de desobediência fora uma artimanha
tucana para eliminar alguém que pensa diferente.
O
método fascista do tucanato paranaense, que pode servir de modelo para o
PSDB no país, caso vencem as eleições de 31 de outubro, deixaria
envergonhados os agentes do antigo DOI-CODI (Destacamento de Operações
de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna). A turma que
atendia à ditadura militar seria considerada trombadinhas, diante da
truculência da gangue comandada pelo senhor Carlos Alberto Richa, vulgo
Beto Richa.
Faço esta denúncia pública porque a
democracia brasileira corre risco com o “modus operandi” dos tucanos.
Eu vivi isso. Os institutos de pesquisa Datafolha, Ibope e Vox Populi
também. Revistas nacionais como IstoÉ, sites, blogs, jornais e
jornalistas igualmente sofrem censuram e não puderam informar ao país o
que acontecia no Paraná durante as eleições. Ficamos no escuro por um
período, voltamos às trevas e o pior: a perseguição dos fascistas
tucanos continua, mesmo depois das eleições.
Será este o modelo de democracia tucana que o país precisa?
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