SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

O deus fascista e sua laia

Deus ou deusas não existem, por óbvio. Não passam todos e todas de patifões e patifonas inexistentes que vivem nas nuvens e nos cérebros desidratados dos crentes das mais diversas extrações.

Há um deus fascista, entretanto, que embora não exista, é cultuado por bolsonaro e seus seguidores descerebrados, aos gritos e berros.

É o deus de merda que nos ameaça, que nos impede amar, de respirar, de viver, o deus dos evangélicos e dos católicos que apoiam bolsonaro e seus milicos de merda e suas milícias armadas.

Tenho nojo derramado e definitivo dessa gente e da sua fúria contra a vida.

Tenho nojo derramado e defintivo dessa laia de gente que ameaça minha família, minha companheira Sonia, nossos 6 filhos e 8 netos.

Tenho nojo e ódio.    

domingo, 22 de maio de 2022

O grande festival de Sertanejo Universitário no Céu, por Sebastião Nunes

Copiei do indispensável Jornal GGN, que visito todos os dias

Sebastiao Nunes (editora@dubolsinho.com.br) - Publicado em 22 de maio de 2022, 7:00

Tanto encheram os cantores sertanejos das recentes safras que não aguentei e dedico esta crônica a eles. Claro que não ficarão sabendo, mas me vingo da escrotidão que espalham pelo país via TVs financiadas pelo agronegócio.

Deus estava indescritivelmente entediado, como escreveria um escritor que não sabe escrever ao tentar descrever o tédio de Deus.

Repuxando as imensas barbas brancas com que os indescritivelmente estúpidos o dotaram, como se Deus fosse tão estúpido quanto eles a ponto de se fantasiar de um velhote branquelo, grandalhão e barbudo, o velhote barbudo, grandalhão e branquelo apelou para seu Consultor-Chefe em momentos dramáticos.

– Diga-me, Satanás, o que faria se estivesse mergulhado num tédio indescritível?

Satanás dedilhou a barbicha negra, olhou de banda para ver se o ilustre amigo estava mesmo indescritivelmente entediado, concluiu que sim, e murmurou:

– Você não pode torturar alguns desses anjos idiotas, pode?

– Não – respondeu Deus. – O Mal por diversão me foi interdito por mim mesmo.

– Nem ao menos chamuscar a ponta das asas deles, assim de levezinho?

– Não.

– Nem chicotear anjos masoquistas, que devem existir aos milhões e adorariam sofrer um pouco, além de ficarem satisfeitíssimos?

– Também não.

– É o diabo essa mania de não poder fazer maldade, uma das delícias da vida. Parece coisa de santo. Ei, que tal enterrar até o pescoço alguns desses ermitões santarrões, que passam a vida no deserto, rezando, se coçando e comendo gafanhoto?

– Já disse que não, Satanás. E vê se me dá alguma sugestão que preste!

ENFIM, UMA SOLUÇÃO QUE PRESTA

 – Já sei! – arregalou os olhos o Consultor-Chefe. – Vamos promover no Céu um grande, um imenso, um indescritível festival de Sertanejo Universitário!

– Sei não – duvidou Deus. – A música desses caras é um porre. Dois acordes, e toma repetição. E as letras? Meu Jesus! Como alguém pode ser tão idiota a ponto de escrever tanta besteira?

– “Não sei se dou na cara dela ou bato em você/ Mas eu não vim atrapalhar sua noite de prazer/ E pra ajudar pagar a dama que lhe satisfaz/ Toma aqui um 50 reais.” – entoou Satanás um trecho de Naiara Azevedo.

– Cristo! – que coisa mais brega!

– Que tal esta, de Gusttavo Lima? Tem até rima: “Eu sei que eu não posso ligar pra quem já me esqueceu/ Coração prometeu nunca mais recair/ Só que agora bebeu, tá sem dignidade/ Me bateu uma saudade/ Daquelas que o coração arde…”.

– Valha-me, São Pedro! Onde estava eu com a cabeça ao criar tanto imbecil, capaz de compor e cantar tanta imbecilidade?

– O pior, meu caro, é que existem milhões de imbecis curtindo essas asneiras.

Nesse instante, entrou esbaforido outro velhote branquelo, grandalhão e de barba branca, com uma penca de chaves pendurada na camisola larga:

– Foi daqui que chamaram?

Deus olhou para Satanás, que olhou para São Pedro:

– Engano, Pedro. Mas já que tá aqui, o que acha da ideia de promover no Céu um grande festival de Sertanejo Universitário? É que Deus está entediado, melhor, indescritivelmente entediado, então me ocorreu esse festival pra torturar um pouco anjos, santos e capetas.

– Alto lá! – protestou o Senhor. – Desde quando capeta pode entrar no Céu?

– Ora – argumentou Satanás –, se o Céu vai ficar lotado de cantor brega, que mal tem alguns milhares de capetas a mais ou a menos?

– É – reconheceu Deus. – Capeta por capeta, tanto faz no Céu quanto na Terra.

– Então tá decidido – decidiu Satanás. E olhando para Pedro:

– Eu fico por conta do palco, da iluminação e do som. Deus fica encarregado de providenciar os cachês. Acho que R$ 1.000.000,00 por dupla é suficiente. E você, Pedro, vai providenciar os convites, com um belo R.S.V.P., que será pró-forma, pois esses caras topam tudo por grana.

Pedro não gostou nem um pouco da ideia, mas olhou para Deus, viu que estava com o rosto brilhando de satisfação, e teve de concordar:

– Ok. Você acha que 10.000 convites tá bom?

Satanás riu aquele risinho galhofeiro dele:

– 10.000? Você tá pensando o quê? Pela última contagem do Serviço Celestial de Vigilância Sanitária existem para mais de 999.999 duplas de Sertanejo Universitário no Brasil. Boa parte podre de rica. Todos compondo e cantando besteira. Quanto mais besteira, mais sucesso. Aí estão os canais de TV que não me deixam mentir.

Aí que mora o perigo, aí que eu caio lindo/ Aí que eu sei das consequências, mesmo assim vou indo/ É que vale a pena, vale a cama, vale o risco/ O que é um arranhão pra quem já tá fudido?/ Oh, oh, oh, oh.” (Henrique e Juliano)

Sebastião Nunes é um escritor, editor, artista gráfico e poeta brasileiro.

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O Ornitorrinco Candidato vai logo avisando: não me elejam vez que meu primeiro ato de governo - atenção, isso é sério! - será mandar isolar TODAS as duplas de sertanejo universitário, em local ermo e calorento, cheio de mosquitos, vereadores venais e bolsonaristas.

Eles e elas ouvirão, 24 horas por dia e 7 dias por semana, suas próprias obras, em volume ensurdecedor.

Mas nos finais de semana, graças à minha infinita bondade, ouvirão o som mavioso do gospel gosmento de gente como a banda Diante do Trono, do padreco Reginaldo Manzotti e do reverendo de merda RR Soares.

Estejam, pois, muito bem avisados, meninos e meninas.  

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Destino Manifesto: O Glorioso Coxa, a inveja do Real Madrid e o Pathético Athlético

Eu vi, meninos e meninas.
O Real Madrid, hoje, morrendo de inveja no nosso Glorioso Coxa, virou o jogo contra o Manchester City, e fará a final da Champions contra o Liverpool.
Já o tal do Athlético, o Pathético, permanece acreditando que tecto rectrátil ganha jogo, e fez a demissão mensal do técnico, segundo o manual de jestão do mário celso petraglia, de quem não compro, vejam bem, nem mesmo uma caixinha de chicletes lacradinha.
Já meu primo Faulo Joberto Mequinel, filósofo esportivo, explicando o significado da expressão destino manifesto, prolatou: "O estádio do Coxa está localizado - não por acaso - no Alto da Glória; em contraste de clareza solar, o Pathético Athlético tem seu estádio localizado - e não por acaso - nos brejos da Baixada, ou seja, o destino manifesto do Coxa está nos pícaros da glória e, de outra banda, o destino manifesto do athlético é abrir/fechar o tal do tecto rectrátil pra ver se o brejo em que vivem um dia seca". 
Paulo Júnior, Luciano e Jean, na condição de seu pai e comandante, devo dizer que amo muito vocês, mesmo que sejam - crendiospai!!! - pathéticamente athleticanos.