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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz Ano Novo!

Copiei do PCO On Line

Artigo de Luís Carlos Valois, juiz de Direito, mestre e doutorando em direito penal pela Universidade de São Paulo, membro da Associação Juízes para a Democracia e da Law Enforcement Against Prohibition - LEAP, Associação de Agentes da Lei Contra a Proibição das Drogas

No fim de ano todos costumam fazer o balanço de suas vidas, pesar os prós e contras, ficando só com os prós para as comemorações. Também queria fazer a minha autoavaliação, festejando essa que foi uma das maiores gratificações pessoais: escrever para o Causa Operária.

Obviamente um juiz não escreve para um periódico que se chama causa operária em vão, e recebi algumas críticas por isso. A primeira era a de que eu, como juiz, não poderia escrever para um jornal de partido político.

Há jornais de partidos políticos e partidos políticos de jornais,  então não entendo como se pode escrever para uns e não se pode para outros. De minha parte, prefiro os primeiros.

Há muito que não acredito mais em imparcialidades, e aprendi isso com o próprio direito, nascido para ser um auxiliar na busca por justiça e é um dos mecanismos mais parciais de todos, em favor do status quo e, consequentemente, da manutenção das desigualdades sociais.

No final das contas tenho aprendido que a parcialidade é um grande instrumento de justiça, evitando o cinismo da imparcialidade camuflada, favorecendo o posicionamento político e a clareza de manifestações e intentos no jogo social.

Um jornal que se assume assim tem mais chances de chegar à verdade, de veicular o verdadeiro, do que aquele que escolhe uma verdade e a vende como absoluta.

Ainda que não fosse por nada disso, este jornal se chama Causa Operária. Que belo nome, um nome que orgulha: causa operária.

Aí de novo fala a crítica ao juiz. Como pode um juiz de esquerda? Pior no meu caso, como pode um juiz comunista?

Desde criança aprendi que ser comunista era buscar a igualdade, lutar contra as injustiças sociais, mas, com o tempo, a própria palavra "comunista" foi ganhando ares de negatividade.  Trabalhando na justiça criminal fui me acostumando com a troca do "trabalhadores, uni-vos" pelo "trabalhadores, puni-vos".

Contudo, chega uma hora em que passar todos os dias vendo exclusivamente pobres nos corredores dos fóruns criminais, mães atrás de filhos, mães levando filhos e mães enterrando filhos, todos pobres,  chega uma hora que quem um dia sonhou com um mundo mais justo pensa que é melhor continuar sonhando.

A frieza com que se encara a miséria dos condenados é patológica no sistema capitalista. Nasceu pobre, problema dele.

Aliás, com o alargamento das diferenças sociais, posso dizer que na justiça penal não são mais só os pobres que são punidos, mas só os miseráveis.  Pobre ainda tem um emprego digno, condições de ter o filho na escola, com saúde. O pobre tem alguma inclusão social, por mais submissa que seja.  A maioria dos réus criminais são miseráveis.

Para o direito isso também não tem importância. Desde que as regras do processo sejam cumpridas  todos dormem com a consciência tranquila em seus travesseiros macios. 

Não importa que o verdadeiro juiz seja o policial militar que mata, tortura e extorque nas ruas, para o Judiciário basta que as regras processuais estejam escritas e transcritas em um papel limpo ou em um computador higienizado, que não suje as mãos delicadas do magistrado do momento.

Por isso que as revistas e jornais de direito, salvo raríssimas exceções, giram em torno de nomenclaturas, teses sobre a natureza jurídica do sexo dos anjos e coisas mais que distraem a atenção de tanta miséria.  Difícil encontrar um periódico em que se possa fazer a despretensiosa e ingênua crítica de que o direito se tornou chato.

Assim, só tenho que comemorar poder falar tudo isso, poder desabafar tudo isso em um jornal denominado Causa Operária.

Feliz ano novo!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Enquanto isso, fiofós na mão, altos ofinoses petistas suplicam: "Do not disturb, please!"

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco cumprimenta os presentes nesta patética quermesse em louvor de Nossa Senhora dos Petistas Engacaçados.
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Copiei de Roberto Elias Salomão

"No limiar de 2014, que certamente será um ano repleto de desafios, sinto no ar um cheiro de medo e retraimento; um não sei quê de cuidados excessivos. Cautela é bom, mas em demasia mata. Nunca pratiquei surf, mas se vale a analogia o quente é ficar na crista da onda, nem muito à frente nem muito atrás.
Veja-se o caso da AP-470. Depois do silêncio ensurdecedor diante das condenações e das prisões dos petistas, segue-se a omissão das principais lideranças diante dos abusos que, mesmo na prisão, os companheiros estão sofrendo. Não podem ler, não podem trabalhar e, no caso de um doente grave como Genoíno, é-lhe vedada a prisão domiciliar. Ouvi de excelentes pessoas que não podemos provocar uma crise institucional, uma disputa entre os poderes. Ora, a crise institucional já se instalou, com o Judiciário usurpando descaradamente as funções dos outros poderes. A inação certamente não é o melhor caminho para deter o Joaquim Barbosa.
Li uma análise (e quase não acreditei) segundo a qual o governo Dilma não dá asilo a Edward Snowden porque, se desse, o Joaquim Barbosa determinaria (é isso mesmo, determinaria) a extradição do coitado para os EUA, e ele acabaria em Guantánamo. Quer dizer que já reconhecemos o regime vigente no Brasil como uma ditadura do Judiciário? O Executivo, chefiado por uma petista, e o Legislativo não podem fazer nada?
A última que li é que devemos ficar muito preocupados com a possibilidade de grandes manifestações populares durante a Copa, e que só isso pode impedir a vitória de Dilma nas eleições. Fiquei estático. Se essa foi a lição que tiramos das manifestações de junho último, então a situação é muito séria. Deveríamos estar nos preparando para ficar na crista da onda. Em vez disso, rezamos, em piedosa contrição, para que a onda não nos afogue.
Submeter-se ao cerco é suicídio. O que está sendo feito com Haddad em São Paulo não é mais do que a continuidade da AP-470. É óbvio que devemos ser responsáveis. Mas em política, como em qualquer outra área, exagerar os perigos e dificuldades é tão nocivo quando subestimá-los."

sábado, 21 de dezembro de 2013

Depois de muito pensar, bebê decide: "Serei gay!"

Copiei de The Onion


Depois de considerar cuidadosamente o tipo de vida que queria para si mesmo, Nathan Reynolds, bebê de 4 meses de idade, anunciou quarta-feira que decidiu ser homossexual.

"Pensei sobre isso por um longo tempo", disse Reynolds que, antes de determinar a sua orientação sexual, levou em conta como seria visto e tratado pela sociedade em geral. "Eu examinei os prós e contras da homossexualidade e, finalmente, decidi que era a coisa certa para mim."

Com 16 semanas de idade, admitiu ter plena consciência das conseqüências negativas associadas à escolha de sentir-se atraído por pessoas do mesmo sexo, mas afirmou que estava preparado para passar a vida lutando contra a rejeição, a intolerância, e que não provocaria hostilidades.

Além disso, Reynolds confirmou que optou pela homossexualidade apesar das suas preocupações muito sérias sobre sofrer danos psicológicos permanentes decorrentes da falta de aceitação por parte da sua família, e temendo o estigma por exibir publicamente afeição por outro homem.

"Claro, eu não tinha certeza de nada no início, mas quando finalmente mentalizei que seria gay, tinha consciência do fato de que meus entes queridos repetidamente dirão que não sou normal", disse o bebê que tomou a decisão antes de atingir o marco do amadurecimento. "Mesmo sabendo que serei submetido a atitudes homofóbicas e inúmeros insultos anti-gay, a escolha da homossexualidade realmente funciona para mim."

Reynolds, como todas as crianças quando atingem idades entre 2 e 10 meses de idade, tinha a intenção de determinar a sua orientação sexual, enfatizou que sua decisão era "apenas uma opção de vida e nada mais." Embora cada bebê supostamente faça um compromisso de ser heterossexual , homossexual ou transexual, Reynolds revelou que cada criança tem diferentes razões para a sua decisão, explicando que sentir-se gay ajustava-se à sua personalidade e desejo.

"Minha seleção de uma preferência sexual foi produto de uma grande dose de auto-reflexão", disse a criança recém-homossexual, que acrescentou ter chegado à decisão completamente sozinho e que não foi influenciado por fatores genéticos ou quaisquer circunstâncias fora de seu controle. "Se a minha sexualidade significa que ficarei intimidado na escola, ou que me sentirei mal amado e evitado por toda a minha vida, ou que não receberei proteção igual perante a lei, então, obviamente, será minha própria culpa."

Reynolds reconheceu que a heterossexualidade tem alguns benefícios, como o direito universal ao casamento, a capacidade de adotar crianças sem medo do escrutínio e o sentimento de ser validado por sua religião. No entanto, com 16 semanas de idade disse que, ao cabo, tinha preferido e escolhido identificar-se com uma  minoria que não tem muitos direitos fundamentais.

"Quem sabe? Talvez eu até mude de ideia", disse Reynolds, explicando que pode, a qualquer momento, escolher livremente por quem está atraído. "Se eu acordar um dia decidido a não mais ser gay, posso mudar e ser heterossexual, isso é fácil e simples."

"Afinal de contas, não estou preso a esta decisão para o resto da minha vida", acrescentou Reynolds.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Terá o Aliançalão consequências?

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco saúda os presentes nesta grandiosa e patética quermesse em louvor de Nossa Senhora do Gosmento Pragmatismo Petista e, por pertinente, divide com seus quase 9 (nove) ouvintes esta afiada análise de Gunter Zibell.
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Copiei de Jornal GGN

Essa é a questão que os comentaristas governistas não gostam de abordar.

Primeiro vamos aos fatos históricos:

- o PT promoveu, desde 2009, diversos recuos na pauta de interesse LGBT e muito poucos avanços (http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/2014-a-ultima-parada-gay);

- o PT fez isso para conseguir o tempo de TV de alguns partidos de programa fundamentalista, religioso e/ou conservador moral (nomeadamente PP, Pros, PSC, PR, PRB);

- não cabe dizer que é responsabilidade da "coligação" e da "governabilidade" porque todos os recuos concretos foram de executivos, ministros ou legisladores do partido. Os senadores do PT não colocaram o PLC 122 em votação porque não quiseram, posto que tinham o mando para isso (presidência da CDH e autoria e relatoria do projeto);

- não dá para dizer que a oposição é pior no assunto: os recuos apresentados como consequência de parlamentares e executivos da oposição são mínimos: os projetos de João Campos (PSDB) causam riso e constrangimento dentro do PSDB, mas nenhum é levado a votação. O pastor Eurico (PSB) vetou em comissão um projeto simpatizante do PT, mas este partido não reclamou.

Os fatos irrefutáveis são esses. Aí pode-se argumentar a favor ou contra das atitudes.

Um dos critérios para se ver se valeu a pena será o retorno eleitoral em 2014.

Poderá haver ganhos e perdas, como em qualquer processo político.

A FAVOR DO PT:

Por óbvio, o maior tempo de TV para fazer propaganda.

EM CONTRA:

As consequências em termos de imagem ou perda de eleitores.

Para a eleição presidencial, quase nada. Perde-se um pouco de eleitores LGBTs e/ou secularistas, que podem ser compensados pelos eleitores conservadores morais.

Há também alguma perda de imagem junto as classes médias ou mais instruídas. A imagem de defensor de direitos humanos saiu arranhada, tanto por este episódio como por outros ligados a direitos indígenas, recriminalização de usuários de drogas, remoções de sem-terra, etc. E quanto mais se sobe em renda ou educação, menor o percentual de eleitores fundamentalistas.

Vimos na imprensa, ou mesmo na blogosfera, artigos elogiando as medidas do governo? Não, apenas justificativas (e aí apenas na blogosfera governista) em torno do tempo de TV e da 'governabilidade' (que ninguém nunca sabe mesmo para que serve.) 

Mas como ficam as eleições estaduais?

No DF temos Agnelo que contava angariar a simpatia dos evangélicos locais com a revogação da lei antihomofobia. Deve haver poucos evangélicos no DF (ironic mode off), posto que o ótimo/bom dele está em 9%. Alguém acha que se reelege?

No RJ temos Lindbergh, que desde o começo de 2012 cultiva boas relações com Malafaia e outros pastores, frequenta a Marcha para Jesus, critica a parada gay em plenário. Só que ele está em uma eleição onde os maiores antagonistas por um lado são 'pastores de marca' e por outro lado há os possíveis candidatos de pequenos partidos secularistas (como o PSoL.) Ganhará votos por onde?

No PR temos Gleisi versus Richa e/ou Dias. Gleisi já se declarou publicamente, em março/2011 contra o PLC 122/06. No demais prefiro nem comentar. Para o eleitorado local (que nunca foi majoritariamente pró-PT) há candidatos mais autenticamente conservadores. Para os defensores do secularismo não há caminho no estado.

Na BA e no RS não há grandes problemas. Tarso até é tido como 'simpatizante'. Mas também não há ganhos.

SP se torna um caso interessante. Os partidos fundamentalistas que apoiam o governo federal também apoiam o governo estadual (tipo Afif.) Só que lhe dão o tempo de TV de graça, no caso, sem pedir concessões. De Alckmin não se cobra nenhum retrocesso, tanto que a legislação pró-LGBT do estado é das melhores, senão a melhor, do país.

O tempo de TV é para a contenda federal, na estadual não. Os pastores políticos prometem discursar a favor de Dilma, mas isso não é um compromisso com Padilha. Os fundamentalistas pobres continuarão votando em Alckmin, portanto. (E haver versão estadual de kit-gay, que inclusive inspirou o Escola sem Homofobia, nunca incomodou ninguém por aqui. Em SP já houve 5 cerimônias comunitárias, patrocinadas pelo Estado, de Casamento LGBT ou União Civil Homoafetiva, e nem Malafaia nem CNBB nem Feliciano falaram um pio a respeito. O que faz pensar se o PT não está se precipitando nas suas concessões em nível federal ou estadual.)

A classe média, que já não é lá tão simpática ao PT local, é a que em pesquisas é a mais favorável a direitos de LGBTs (e várias outras coisas em valores desde que não envolvam tamanho do Estado). E a base local de LGBTs, antes tão disposta a elogiar Marta Suplicy, para onde foi mesmo?

Eu acho que o PT está comemorando uma vitória de Pirro ao celebrar o recuo no PLC 122 e outras coisas mais.

Ganhará mais tempo de TV, é fato. Possivelmente celebrará a reeleição de Dilma (mas tendo aberto um novo flanco para a oposição, que não é mais apenas o discurso udenista) e só. Só que a eleição de Dilma já é dada como certa por outros motivos, ou não? Notadamente a situação econômica.

No âmbito estadual parece que há pouco a comemorar.

E, no longo prazo, a imagem do PT como partido que faz qualquer aliança pra se eleger, vai pegar.

Se alguém acha que não, que frequente redes sociais onde haja comparecimento de todos os lados, não apenas da torcida pelo PT.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Marco Feliciano e Padre Paulo Ricardo: moscas varejeiras a depositar os ovos da LGBTT-fobia

Copiei a imagem pornográfrica de Brasil Contra a Igreja Universal
 

Vejam, são moscas varejeiras depositando os ovos do ódio, e Marco Feliciano e o padre Paulo Ricardo não valem merda nenhuma. 
Tenho nojo destes dois e - muito, mas muito mais nojo - dos evangélicos e católicos que, feito bois babões, com eles concordam, seja por ação, seja por omissão.
Tenho nojo de moscas varejeiras, de jaguaras sarnentos, de padres e pastores que vomitam ódio em nome do inexistente patifão esfumaçado que vive nas nuvens.
Tenho nojo de todos os LGBTT-fóbicos e dos jaguaras sarnentos deste naipe que decidiram ser portadores do bizarro "direito" de ofender, constranger, humilhar e ameaçar meu filho gay e minha filha lésbica e que se tornaram, de modo evidente, nos mandantes intangíveis das (já) quase 300 mortes de LGBTTs em 2013 (veja aqui).
Tenho nojo das moscas varejeiras que procuram carniça nas reuniões da pocilga imunda chamada frente parlamentar evangélica, incluindo os petistas de merda que dela fazem parte.
Fodam-se: tenho o definitivo direito de ter nojo derramado de vocês.