SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Poema perdido

acabo de perder um poema
apareceu de repente
um verso solto no ar
na minha cabeça e nas nuvens
o poema não nasceu
não veio a lume
sem nome não existe
poema poema poema
poema perdido
poema extraviado
poema inútil
mais um





sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Anotações sobre poemas inúteis

tenho feito uns poemas

e neles vagas lembranças

aparecem-me do nada

ou da fumaça dos incêndios

surgem imprecisos

invadem-me nebulosos

e cheiram carnes queimadas

os poemas que me ocorrem

nunca são completos

são pedaços de memórias 

lembranças sem muito sentido

os poemas entretanto 

sempre me acodem e não fazem nada