SOBRE O BLOGUEIRO

Minha foto
Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Pequena e dispensável proclamação de um velhote cheio de filhos, filhas, netos e netas

Em tempos tão assustadores

Deixo de lado a razão e gosto 

E quero ser tocado direto no coração

Para emocionar-me sem limites

Chorar em face de um discurso do 

Casagrande que vi hoje

Ou para ouvir de novo a canção Lula-lá

Penso nos filhos, os seis, 

Nos netos, os oito, e nos dois que estão vindo

E me penduro na mais derramada esperança

Menos por mim que já estou indo

E mais pelos filhos, os seis

Paulo, Jean, Soraya, Nayre, Luciano, Eivor

E pelos netos, os oito,

Hiago, Luna, German, João, 

Catarina, Mariana, Francisco e Miguel

E Joaquim e Tereza

Que logo chegarão 

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Inspirou-me, creio, o clássico Clube da Esquina

Da noite escura de muito susto
Haverá de amanhecer, eu sei
Da noite escura do ódio
Sei que amanhecerá nosso abraço
Da noite escura de muitas armas 
Amanhecerão meus netos invencíveis
Da noite escura dos assaltos 
Amanheceremos inteiros 
Da noite escura de gritos 
Amanheceremos sussurros
Da noite escura de ameaças
Amanheceremos serenos
Da noite escura de bolsonaros
Amanheceremos plenos de LULA

domingo, 25 de setembro de 2022

Meu ódio será minha vingança e herança, bolsonaristas escrotos!

Copiei de Brasil Notícias

(Texto de Tati Barnardi)


Olá, progressistas analisados, espiritualizados e adeptos de dietas ayurvédicas para harmonizar o fígado. Eu acho lindo quando vocês contam que se utilizam de muita generosidade e até mesmo respeito intelectual para conversar com bolsonaristas. Fico me perguntando o que vocês carregam em suas almas e o que a infância lhes ofereceu em abundância. Eu, da realidade profunda abrigada em meus signos de fogo e terra, gostaria apenas de incendiar os pelos pubianos desses espécimes e jogar terra em seus olhos já anuviados pela insciência. Não tenho orgulho disso e nem acho que estou certa.

Ontem mesmo, parada em um farol do Itaim, me deparei com duas moças loiras entregando adesivos e bandeiras do gabiroto. Abri a janela do carro para dizer: "Faz isso não, amiga, ele odeia mulher. Quer conversar um pouco?". Mas, assim que descolei os lábios ouvi emanar da minha faringe sempre inflamada algo como: "Ah, vá apoiar fascista na %&*, imbecil!". Eu não tenho maturidade para essas eleições. Não existe sororidade possível para mulheres que apoiam o Bolsonaro. Eu não sei virar voto. Eu quero é virar um chute no queixo das pessoas.

Ainda na região do Itaim, um Eclipse Cross vermelho fez questão de deixar a bunda do meu carro atrapalhando um cruzamento. Eu buzinei para que ele fosse um tantinho para a frente, para que eu não atrasasse a vida de dezenas de trabalhadores e pudesse, não que isso seja importante para o resto da humanidade, me proteger do risco de falecimento. O cara não se movia e ria. Ele não se movia, me olhava pelo espelhinho e RIA. Eu podia ter respirado fundo, entoado um mantra e pedido ajuda aos meus anjos da guarda? Podia ter pensado que estou do lado da campanha presidencial que prega o amor em detrimento do ódio? Podia concluir que lançar minhas flamas ao vento só jogaria ainda mais cortisol em minha corrente sanguínea e não mudaria em nada a vida do miserável?

Mas não tive dúvida. Assim que pude, alcancei o Eclipse Cross vermelho, emparelhei o carro e berrei: "Só pode ser bolsonaristaaaaa". Ele assentiu, altivo. Foi quando peguei pela mão a ladeira abaixo que vive em mim, e juntas descemos até o mais rebaixado andar da conduta social. Me esgoelei: "Seu misógino, seu desonra útero de mãe, seu playboy fascista de merda, pare de usar a santa cor vermelha em vão!". E depois disso fugi, porque obviamente fiquei com medo de ele estar armado.

Ah, Lula, não sei que marqueteiro falou pra você não pegar muito pesado no debate da Band, mas fico com vontade de te lembrar que você não está em primeiro lugar exatamente porque o amor que vive dentro de nós vai vencer o ódio. Você está na frente porque o ódio que vive dentro de nós não aguenta mais essa gente odiosa, odiável e odienta. Para além da minha capacidade de adorar o país, eu tenho é uma capacidade gigantesca de execrar quem quer destruí-lo. E eu espero, com a humildade de quem não sabe fazer aliterações dignas, que o nosso ódio do ódio vença o ódio. Eu não consigo virar voto. Eu quero é virar a mão na face dessas pessoas.

Se tem uma coisa que eu gosto é reunião em apartamentos cheios de livros, tocando músicas do Caetano, repleta de seres festivos e transantes. Esquerda amor. Esquerda poética. Esquerda coração quentinho. Meu cu. A gente faz isso depois. Agora eu quero é ver gente com muita raiva pensando estratégias de redes sociais pra você, Lula. Gente com muito asco pensando discursos pra você. E você, sobretudo, indo a um debate lembrando dos seus dias na cadeia, de seres abjetos comemorando a morte do seu neto, de pessoas repulsivas comemorando a morte da Marisa, de você sem poder se despedir do seu irmão no caixão. Tem horas que o ódio precisa vencer o ódio.

Atenção escória bolsonarista: está acabando, faltam só sete dias!

 Família Passos, Talquei?

(Veja aqui)

sábado, 17 de setembro de 2022

"Hino" ao inominável ou, como diria meu primo Jaulo Foberto Tequinel, fuck you brochanaro!

 "Hino" ao inominável

(Carlos Rennó, Chico Brown, Pedro Luís & Artistas Brasileiros)


xxx---xxx

Vejam o mais recente cagalhão expelido pela boca fétida de 
brochanaro (aconteceu ontem, em Londrina)
 

Copiei do indispensável Tijolaço
(Fernando Brito)

Jair Bolsonaro sempre se supera. Em Londrina, ontem, mostrou toda a extensão da irracionalidade e do ódio que carrega.

“O Brasil é um país que não tem problemas outros. O único problema que nós temos aqui é o PT, composto de pessoas que vieram dos rincões, dos grotões, daqueles locais onde nada poderia sair dali a não ser esse tipo de gente”.

Esqueça o atraso, esqueça a fome, o déficit de educação, as precariedades da Saúde, as queimadas na Amazônia e no Pantanal, a falta de moradias, esqueça tudo: o problema é o PT, viu?

O problema é essa gente que saiu dos “rincões” e dos “grotões”, do interior e de lugares distantes. Como por exemplo, você, que veio – ou seus pais, ou seus avós vieram – do interior, à procura de trabalho e progresso para a sua família.

Que nojo para um país que se construiu com gente que veio de longe, dos rincões e grotões daqui e de fora, para os que vieram fugindo da pobreza de todas as partes do mundo.

Como fez, aliás, aliás, a própria família do ex-capitão, filhos de imigrantes e que rodaram com ele por por pequenas cidades do interior paulista. Será que serve para ele a ideia de que “nada poderia sair dali a não ser esse tipo de gente”?

Quem quiser ajudar a manter alguém que pensa assim no comando de um país formado por gente que veio de rincões e grotões daqui ou de todo o planeta, o faça, renegue suas origens e esbofeteie seus antepassados.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Larkin Poe, Miguel e o significado de déjà-vu

Voltávamos para casa no sábado, eu, Sonia, e os netos Francisco e Miguel (que tem cinco anos) e, como de costume, muita música rolava no carro.
Eis que começa uma música e Miguel, de pronto, avisa:
- Vovô, estou sentindo um déjà-vu!
- Como assim, Miguel?
- É que já ouvi esta música, vovô.
Em homenagem ao Miguel, que já sabe o significado de déjà-vu, divido com vocês duas versões de Every Bird That Flies, da formidável dupla Larkin Poe.

Larkin Poe - Every Bird That Flies 
(official audio)

Larkin Poe & Nu Deco Ensemble)
Every Bird That Flies