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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sou negro

Texto e imagem de Ernesto Xavier

Sou negro. 
Neste momento estou trajando bermuda de praia e camiseta. 
Estou em Copacabana. 
Vou correr na areia da praia. 
Não levarei dinheiro, nem documentos.
Segundo a lógica carioca posso ser preso, 
levarei um tiro ao correr ou vou apanhar de um justiceiro. 
Para você que acha que me faço de vítima: essa é a minha realidade. 
Enquanto você tem medo de ir à praia e perder seu Iphone, eu tenho receio de morrer.
Não é justo pra ninguém, correto? 
Só que durante TODA a vida fui "confundido" com bandido apenas por ser negro. 
Meu mundo é assim. 
A toda hora ter que provar que sou honesto. 
Caso eu morra não terão protestos nas redes sociais, nas ruas, na mídia. 
Serei mais um preto. 
Lamentarão a família e os amigos. 
E você? 
Tem medo de que?

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