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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Poemas entrevados em tempos de pandemia

Tomei coragem, removi o mofo com luvas adequadas, e revi uns poemas antigos cometidos em minha juventude, ou seja, até os 65, e eles todos, com mantas sobre as pernas e algo entrevados, tomavam sol na varanda das memórias.
Num canto, amontoados, remédios olharam-me vazios, e não sabiam mais de mim, e não mais me podiam curar.
Meus pobres versos juvenis talvez sejam salvos pelos netos.

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