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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

“Não conhecia direito”: Lya Luft e a banalidade do mal no voto entediado em Bolsonaro. Por Kiko Nogueira

Copiei do DCM

Lya Luft


“Te confesso que votei e me arrependi. Votei na falta de coisa melhor e me arrependi muito. Não conhecia direito. Queria uma trégua do PT, era muita esculhambação, corrupção, não foi uma fase boa. Votei nele e me arrependi em seguida”.

Eis a justificativa de Lya Luft para votar em Bolsonaro.

Escritora, ex-mulher do psicanalista Hélio Pellegrino, membro de uma elite intelectual, portanto, Lya apoiou um fascista que sempre foi fascista por… tédio.

Ela queria “uma trégua do PT”. Não “conhecia direito”.

Preferiu um jumento que homenageou um torturador em plenário (para ficar num episódio recente) a um professor, ex-ministro da Educação, testado como prefeito em SP, porque este era petista.

Lya não é a única, evidentemente.

Quantos como ela, com o mesmo background, fizeram essa opção? FHC, para citar um caso de omissão criminosa.

O cinismo, a banalidade do mal com que Lya confessa esse desastre, é pior que a credulidade do bolsonarista raiz.

O idiota que acreditou no capitão de boa fé tem a desculpa de que queria um país melhor.

Lya, não. Ela estava com enfado do PT.

Ela preferiu não se informar.

Fitzgerald define os ricos Tom e Daisy Buchanan, no “Grande Gatsby”, como “pessoas indiferentes”, que “esmagavam as coisas e as criaturas e então se refugiavam em seu dinheiro e em sua vasta futilidade”.

No Brasil, os Bolsonaros da vida sempre poderão contar com as Lyas Lufts não por convicção, mas para sair da monotonia.

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Meu primo Jaulo Goberto Tequinel, que mora no interiorzão do Paraná - e do qual mantenho prudente distanciamento, muito antes da pandemia - disse que "Lya Luft não passa de uma jaguara sarnenta e cheia de pulgas".

Um comentário:

A Marreta do Azarão disse...

A senhora Lya Luft exerceu sua liberdade de voto (a qual ninguém pode criticar por não deter a verdade absoluta) e agora teve a honradez de assumir publicamente seu erro. Muito mais hombridade da parte dela do que de figuras como Chico Buarque et caterva, que nunca vieram a público fazer o mea culpa pela grande cagada de colocarem no poder o maior larápio que já pisou neste país, Lula da Silva. E ainda, claro, mamaram o quanto puderem na Lei Rouanet.
Não sou Bolsonaro muito menos PT. No primeiro turno, arrisquei um Álvaro Dias e no segundo não tive outra opção que não anular. Infelizmente.
Deixo aqui as minhas palmas para a honestidade da senhora Lya Luft.