Encontro amigo capelista que pergunta se iniciei
uma guerra contra as religiões.
Não, não estou em guerra contra quem quer que seja e há uma
razão muito clara para isso: embora nem
sempre consiga, humano e imperfeito que sou, pelo menos procuro entender quem é
ou pensa diferente de mim. Nem sempre consigo, reconheço, mas tento, de modo
que escolho muito bem as lutas necessárias a serem travadas.
Entendo que se o exercício de uma fé religiosa faz com
que a pessoa sinta-se bem, ótimo, deve
mesmo viver esta fé. Se um jovem se agarra à bóia da fé para superar sua
dependência química, que maravilha, que viva intensamente sua opção religiosa.
Não estou em guerra contra padres e pastores, ou contra pais-de-santo,
ou contra monges e sacerdotes, ou contra fiéis que, de forma intensa e ao mesmo
tempo serena, fazem da fé um instrumento de alegria, de unidade, de construção,
de progresso.
Na verdade, afirmo que quem está em guerra contra o
progresso e contra a luz é o fundamentalismo religioso disseminador da
intolerância e do medo, quem está em guerra santa são especialmente as parcelas mais retrógradas e sectárias
do catolicismo e das denominações evangélicas.
Quem está em guerra aberta contra as liberdades é o
totalitarismo religioso que quer nos obrigar a medir o mundo com a régua das suas
crenças e que vê nas fogueiras da inquisição a única luz possível .
Quem está em guerra, neste exato momento, contra o povo
brasileiro, é o obscurantismo religioso derivado da fé que não tolera quem é ou
pensa diferente, e que não aceita que o Estado brasileiro permaneça laico.
Quem está em guerra é uma matilha de pastores e padres que, travestidos
de pregadores de valores religiosos, mentem e distorcem os fatos, vomitam vilanias,
intolerância e preconceito, sempre em nome de deus.
Quem está em guerra contra o futuro é essa gente que aposta
no medo e no atraso, na desinformação.
Quem está em guerra é esta cruzada de fanáticos que, em
pleno século XXI, quer impedir o amanhecer.
Eu, mero domador de Ornitorrincos, sigo em relativo sossego
e, comendo minhas goiabinhas regulamentares, de vez em quando apenas desnudo alguns patifes e pulhas que nos ameaçam com o atraso.
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