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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Velhote que sou, e já devidamente protegido pelo Estatuto do Idoso, assino o claro desabafo deste jovem petista

Copiei de Letras & Lutas

Desabafo de um jovem Petista

Sou jovem, tenho 25 anos, filiado ao PT e militante do movimento social desde 2005. Construí minha militância no Movimento Estudantil, logo no primeiro semestre da minha graduação participei dos congressos da UPE (União Paranaense dos Estudantes) e da UNE (União Nacional dos Estudantes) e nunca mais me afastei da luta social. No movimento estudantil fui do Centro Acadêmico, do Diretório Central dos Estudantes (UFPR e FAFIPAR), Secretário Geral da UPE e diretor da UNE. Sempre estive na defesa de uma educação pública e de qualidade, da soberania nacional, da distribuição de renda, mas a cima de tudo, pela construção do socialismo.
Sem dúvidas, o elemento que mais motiva minha militância não é a aspiração de ser eleito a algum cargo do executivo ou legislativo, ou simplesmente ter um bom salário. Milito, pois a sociedade em que vivemos me causa indignação. Não aceito e não acho natural viver numa sociedade que descrimina as pessoas pela sua cor, sua orientação sexual, por ser mulher ou pela sua situação econômica. Indigno-me, pois vivemos num mundo onde as pessoas morrem de fome e frio, em que a moradia, saúde e educação são tratadas como um bem material e não como um direito básico.
A sociedade capitalista que vivemos é a responsável pelo individualismo, exclusão social e propagadora das desigualdades e da violência. Por isso, me considero mais um na luta anticapitalista, anti-imperialista, motivo pelo qual me filiei ao PT. Sou um daqueles/as que vê o PT como um instrumento da classe trabalhadora para a construção do Socialismo.
Infelizmente, vemos o nosso partido se fragilizando a cada dia. O PT tem perdido o seu encanto e ganhado cada vez menos os corações e mais os interesses econômicos. No que diz respeito a juventude, a taxa de rejeição do PT nessa parcela da sociedade é cada vez maior e extremamente justificável. A juventude do PT não tem autonomia política, a grande maioria é tutelada por seus dirigentes e isso impossibilita um viés mais crítico por parte da juventude, pois, quando se posicionam dessa maneira, são isolados pelos ditos dirigentes políticos.
No último sábado, os membro do Diretório Nacional se reuniram. A primeira reunião do diretório depois do início das grandes mobilizações no Brasil, tendo como pauta, conjuntura e PED. Não participei da reunião pois segundo o Presidente do Partido, Rui Falcão, só participaria o Secretário da JPT. Isso já mostra o grau de prioridade que a juventude tem dentro do partido. Como debater conjuntura sem a Juventude do PT? Além disso o diretório rejeitou enquadrar o Dep. Vaccarezza, que vai assumir (e já enterrou) a Comissão da Reforma Política, e mudou as regras do PED, mas não foram simples mudanças, foram mudanças no Estatuto do PT. Como alterar o estatuto aprovado no IV Congresso, numa reunião do Diretório Nacional?
As mobilizações do último mês nos deram um recado. Só nos vangloriarmos do que conquistamos à frente do Governo Federal não é o suficiente. A população, em especial a juventude, pede uma nova forma de se fazer política e quer ser mais participativa, renegando a política tradicional. O PT vai na contramão das mobilizações. Beneficiando cada vez mais o poder econômico e as oligarquias. Topando o pior da política para se manter no governo.
Dirigentes do PT, o processo que vocês construíram que levou Lula e Dilma ao Governo Federal foi vitorioso, mas não sejam os responsáveis por acabar com o nosso partido. Essa política de alianças com o agronegócio, evangélicos e meios de comunicação está fadada ao fracasso. A juventude não aceita ser dirigida e quer uma estrutura de organização horizontalizada e não centralizadora e personalista. Não vamos reinventar o PT nas velhas práticas, o mínimo que esperávamos era respeito às instâncias partidárias e o compromisso com a reforma política.
Saudações de um jovem que sonha e não tem medo da ousadia!
Camilo Vanni é Secretário de Comunicação da Juventude do PT.

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