Copiei de Esquerda Caviar
A despeito do esforço individual de alguns profissionais brilhantes que ainda se abrigam nela e do esforço dos muitos que resistem o quanto lhes permite a necessidade de sobreviver dentro da máquina, a grande imprensa brasileira é, hoje, porta-voz da pior bandidagem.
Aderem apaixonadamente os convertidos às hostes de Satã. Os demais, que percebem, vão-se afastando.
Nela, com exceções que se contam pelos dedos, as redações são comandadas pelos mais medíocres e submissos, quando não os mais canalhas, e a ética vigente varia entre o epicurismo e o cinismo.
O espírito critico compete com o dos alto-falantes.
Reportagens trabalhadas e honestas e artigos inteligentes são raros e logo se reproduzem insistentemente - não há tecnologia ou legislação que o impeça. A raridade não justificaria, mesmo, o investimento da leitura costumeira e atenção aos anúncios.
Se forem medir, a eficácia desses reduziu-se bastante.
As fontes profissionais têm meios de levar seus press-releases diretamente ao público - e o fazem até para proteger-se das distorções e chantagens da mídia criminal.
A mais honesta cobertura pratica-se nas editorias hortícolas, em que se cultivam abobrinhas.
A grande novidade é que agora pode-se viver, e ser bem informado sem jamais gastar um centavo com essa indústria apodrecida.
Façam como eu. Tendo militado nessa profissão a vida toda, não pago um tostão para ler os principais jornais, em papel ou online, e não me digam que não sei - ou que demoro a saber - das coisas.
É preciso recriar o jornalismo em bases não calhordas.
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