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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 22 de julho de 2017

Porque hoje é sábado

Sábado é dia de poemar
Aberto o vinhote revelador
Os vapores alumiam-me
Ou embaralham minha cacholinha
O que é mais provável
Poemar pode ser
Caminhar sobre pedras quentes
Brasas, ou brrazzas,
Que são brasas bem mais quentes
Poemar pode ser
Largar-se do trapézio
Sem a rede lá embaixo 
Poemar deve ser
Eu penso
Meter o pé na realidade
E dela sair sujo e fedido
E ter tirado o Brasil do mapa da fome
Poemar deveria ser
Comemorar as improváveis conquistas
Mesmo as pequenas vitórias
Que alcançaram as pessoas sem nome
Que nós da esquerda decidimos
Que somos os condutores, a vanguarda
Mas quando olhamos sobre os ombros
As vezes vemos pouca gente
Poemar poderia ser
Juro mesmo que não sei se é
Nós todos da esquerda
Nos ajuntarmos
Eu gostaria muito juro
Mas não pretendo ajuntar-me
Aliar-me aliançar-me coligar-me
Ou andar junto
Ou mesmo trotar no parque barigui
Com quem trata-me como seu inimigo
Com quem pretende-se puro
Revolucionário limpinho superior
E que sendo meramente humano
Arrota fedida e inexistente superioridade
Poemarei entretanto
Poemarei de teimoso aos sábados
Para justificar meu vinhote
Que meu cardiologista desconhecido
Quer proibir
(Mas nem fudendo!)

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