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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A inacreditável e perigosa marcha da obtusidade religiosa

Texto surrupiado dos Fiscais do Fiofó S/A


Quem quer mesmo privilégios?
Todo mundo já ouviu o argumento de que o PLC 122 cria privilégios pra gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. Agora, imagine que você trabalha em uma empresa em sistema de escala. E que um dos seus colegas de trabalho é Adventista. Você não é. Ele escolheu livremente ser adventista e também escolheu livremente trabalhar numa empresa onde existe escala de trabalho. Vocês executam o mesmo trabalho, ganham a mesma coisa, tem a mesma formação. Digamos até que você é mais antigo na empresa e já tem sua escala. E folga no domingo e aproveita pra curtir a família. Se o Projeto de Lei do Senado 316/2011 do Senador Blairo Maggi for aprovado, nada disso vai importar.

Alegando a “liberdade de crença”, o Senador pretende que nesse caso a preferência na hora de estabelecer a escala de trabalho é do religioso sabatista. E que ele deve folgar entre as 18h de sexta e as 18h de sábado. E se isso significa que você vai ter que trabalhar no domingo por que não é religioso? PROBLEMA SEU!

Agora digamos que você é professor de um curso noturno ou que sua escola faça alguma atividade sábado. E um dos alunos é sabatista. Ele fez o vestibular sabendo que o curso era oferecido a noite, mas e daí? Você, professor, religioso ou não, terá que oferecer uma alternativa ao aluno. Em um horário diferente. Se isso vai atrapalhar a sua vida? PROBLEMA SEU!

O projeto pretende estender esse direito para realização de concursos públicos e processos seletivos para provimento de cargos e empregos públicos e para a realização de provas para ingresso nas instituições de ensino superior, realização de atividades curriculares nas instituições de educação básica e de educação superior e para as normas relativas ao repouso remunerado do empregado

Quem quer mesmo privilégios?


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