SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

A República de Curitiba em transe

Copiei do GGN

Os pretensos boys magia da Car Wash, na República de Curitiba, foram tragados por alguma espécie de histerismo paranóico diante de uma decisão tomada pela Câmara dos Deputados, em Brasília, que soterrou as desmedidas criadas e capitaneadas pelos magnânimos Redentoristas da Procuradoria da República. Travestido de projeto de iniciativa popular, as desmedidas apresentadas foram gestadas por longos meses no ventre de todos os Ministérios Públicos do Brasil, com utilização de expressivos recursos públicos.

Não me surpreenderia se tivéssemos a notícia de que palestras e assinaturas ao projeto fossem critérios de avaliação do estágio probatório dos que recém ingressaram na carreira. Não se aventa, portanto, iniciativa popular nas medidas que propalavam necessárias para o combate eficiente à corrupção. Tudo foi um sortilégio. A iniciativa do projeto de lei é de um ente estatal chamado Ministério Público, o qual usou toda a sua estrutura e poder de fogo para buscar assinaturas de cidadãos induzidos a erro pelo título do projeto. O título do projeto de lei vendia combate à corrupção, mas o conteúdo dava ao cidadão também opressão e violação de direitos fundamentais.

De cunho autoritário, algumas delas buscavam solapar em suas bases o estado democrático de direito para que se erigisse, em seu lugar, um estado policialesco gerido por integrantes de um ministério cada vezes menos público e cada vez mais corporativo, unido na sanha persecutória inspirada no segregacionismo, na parcialidade seletiva e no sectarismo social, ideológico e político.

O Projeto aprovado, e talvez deva ser essa a razão do ódio profundo que suas Excelências devotam ao parlamento integrado por deputados eleitos pelo voto popular, inclui responsabilização criminal para promotores e juízes, entre outros atos, por atos ilícitos por eles praticados, antes “punidos” apenas na seara disciplinar. Com arroubos próprios de primas-donas descompensadas, sem qualquer razoabilidade, “ameaçaram” renunciar caso o projeto legislativo seja sancionado pelo Presidente. Um motim praticado por altos servidores públicos, integrantes de uma Carreira de Estado, que estão no topo da pirâmide da remuneração estatal. Este disparate dos Procuradores da República, junto com todo conjunto da obra, é algo inominável.

Queriam acaso poder violar, sem punição alguma, a Constituição e todas as leis do país? Acaso fazem parte de uma classe de superdotados infalíveis que deve ser colocada acima de todos os demais cidadãos para poder prejudicar com seus atos, impunemente, o cidadão, a nacão e o país?  A bem pouco tempo, a lembrança me é vaga, os ilustrados integrantes da Car Wash diziam que a lei deve valer pra todos. Para todos, menos para eles.

A julgar pelo que falaram, vê-se que são muito ciosos de si e os únicos que podem fazer alguma coisa para salvar o Brasil. Passam a impressão, por este discurso mendaz e bravateiro, que a Procuradoria da República são eles e o resto dos seus pares constitui o rebotalho sem cérebro e sem estampa daquela instituição. Os demais membros do Ministério Público Federal não devem valer nem mesmo o auxílio-moradia que recebem, quanto mais o subsídio integral. É sério isso, preclaros jurisconsultos?  

Vê-se que os bem dotados juristas desta novel república nos ensinam sempre uma nuance jurídica que escapa aos simples mortais como nós. Assim como, para dar um único exemplo, aprendemos com eles regras nunca antes vistas no cenário jurídico nacional ou mundial, do tipo que estabelecem conduções coercitivas sem lastro em Lei e na Constituição, aprendemos agora que a um membro do Ministério Público se concede a prerrogativa de dar às costas ao seu trabalho e ir voltar ao dolce far niente de seu gabinete ou o que quer que possa ser entendido como “voltar às nossas atividades”.

Pelo nível do discurso, deve-se entender que são uns incendiários da República que propalam proteger. Seu discurso toca as almas daqueles embebidos de ódio e rancor, em busca da destruição de um inimigo, qualquer inimigo, que possa dar vazão, como num transe, aos seus sentimentos mais violentos e lhes sirva de catarse.

Nos passam a impressão, falsa espera-se, que não tiveram outro interesse além de levantar, através do uso absoluto dos meios de comunicação, uma massa de cidadãos com os quais se alinharam, desde a primeira hora, na ação e na ideologia, no ódio e no rancor, para concretizar uma ruptura institucional de consequências nefastas para o nosso Brasil. Neste domingo, 4 de dezembro, todo planeta saberá, mais uma vez, que tipo de manifestações de massa eles tiveram a capacidade de invocar, provocar e estimular sem se importar com quaisquer consequências.

É sintomático perceber, e também é um traço revelador do que se trata, que olhando para o passado vemos uma sincronia temporal mágica entre as ações destes paladinos da justiça, do Juiz Supremo, dos vazamentos, das grandes manchetes, dos eventos políticos e das manifestações de rua. Nós, comuns mortais, sequer conseguimos planejar com tal acurácia e eficiência um almoço em família num domingo. Estes caras respeitáveis, notáveis juristas e comportados piás de prédio, fizeram uma “revolução”, alinhando-se, desavisadamente espera-se, ao que tinha de mais retrógrado no esquema de poder que submete este país debaixo de uma canga desde 1500. A história não os absolverá.

Graças a esses gênios, pioneiros da jurisdição-espetáculo, teremos, ano que vem, eleição indireta para eleger o Presidente da República pela primeira vez desde o fim do regime instaurado pela Redentora Revolução de 64. Graças a esses notáveis de vanguarda, temos uma ÚNICA operação policial comandando os destinos de um país inteiro, gestada à forma de um seriado de televisão para durar anos, indo para a 4ª temporada, enquanto o nosso país definha econômica, social e politicamente. Cansados da “brincadeira”, esses luminares agora ameaçam “renunciar”.  

Transformaram nossa terra numa Bananalândia. Nosso País, com o recrudescimento das divisões internas que vão se tornando a cada dia mais inconciliáveis está deixando de ser uma Nação. Aos poucos, também, o Brasil vai deixando de ser uma País soberano.

Não, a história nunca os absolverá.

Fuad Furaj é Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná.

terça-feira, 27 de junho de 2017

POEMINHA TARDIO PARA VACCARI

Quando você é absolvido
Prezado companheiro
Não há rima relevante
E nenhum poema
Pode curar sua dor infinita
Nada pode redimir a sentença calhorda
Do jaguara togado chamado sergio moro
Permita-me abraçar sua dor

TESTAMENTO

Quero que os relógios me falem sobre as horas que escoam para os caudalosos rios do tempo.

Nos rios do tempo espero flutuar até a foz para afogar-me no mar.

Que tudo seja indolor.

Viver nunca é sem dor.

Lugar de professor é na sala de aula, e a sala de aula pode ser muitos lugares. Hoje foi na frente da Ópera de Arame

Copiei de Tirzá Ben-Hur Souza 

Cinco lições de uma professora em greve
Por Tirzá Ben-Hur Souza, Professora da RME-Curitiba

Estar na luta com minhas companheiras e companheiros tem sido uma experiência marcante, em muitos sentidos. Hoje, em especial, no momento em que percebi que deveria ficar na frente das grades e tentar com a força que tinha segurar junto com algumas colegas o avanço da polícia, que agia coordenadamente para ganhar espaço pouco a pouco e nos tirar da frente da Ópera de Arame, me fez aprender mais algumas lições.
A primeira delas: Não há desculpa para nenhum adulto, maior de idade, vacinado, dizer que “agiu com violência cumprindo ordens”. Não desculpo a soldada que deu com seu cassetete diversas vezes contra minha mão e abdômen para que eu soltasse a grade. Não desculpo o soldado que com seu coturno – para quem não sabe, coturnos militares são armas, são feitos com alma de ferro para que um chute machuque mesmo – chutou e pisou meu pé algumas vezes e depois disse: “Saia daqui, senhora, senão a senhora vai se machucar!” Não desculpo os dois soldados que em diferentes momentos espirraram spray de pimenta contra o meu rosto diretamente, razão de eu ficar amargando por pelo menos 30 minutos uma dor atroz de queimadura na minha face enquanto segurava a maldita grade que o Greca mandou colocar para proteger seus asseclas.
A segunda lição: Não devemos temer a violência física. Se sabemos pelo que lutamos, a força de nossa alma e espírito extrapola; podemos, sim, resistir a força de quatro ou cinco policiais treinados para agredir sem nos tornarmos nós as agressoras. Uma a uma, algumas mulheres segurando uma grade, demos algum trabalho para uns 50 soldados da PM. Unidas somos mais. 
A terceira lição: Nunca é tarde para ensinar algo a alguém. Minhas palavras para aqueles soldados o tempo todo foi sobre o fato de eles estarem defendendo as pessoas erradas, de como eles não deveriam usar suas armas contra cidadãs desarmadas – olhem para mim, eu dizia. Eu estou desarmada. E vocês estão aí armados até os dentes, protegidos por escudos e capacetes. 
A quarta: A necessidade da união de classe. Nunca antes a luta esquerda x direita fez tanto sentido para mim. Algumas pessoas estão começando a entender a importância da coesão de classe; que o dinheiro tem comprado muitos e que não é o trabalhador que os tem comprado. Que é preciso eleger legisladores comprometidos com a causa trabalhista e os direitos do povo.
A quinta e mais importante de todas, talvez: Lugar de professor é na sala de aula, e a sala de aula pode ser muitos lugares. Hoje foi na frente da Ópera de Arame. Eu queria – Deus sabe o quanto – estar na escola, ensinando crianças, que é o que sei fazer melhor. Mas no Brasil hoje, que achaca seus funcionários públicos, dentre os quais estamos nós, professores, eu vou pra rua. Vou pra rua com dor no coração, com tristeza, mas eu vou me unir orgulhosamente à minha categoria para ao menos mantermos os direitos assim conquistados, com muita luta, por outros que vieram antes de mim. E se perdermos essa batalha, sairemos de cabeça erguida, diante de um prefeito que é um anão político, que hoje demostrou de novo toda sua pequenez.
Aos soldados que me agrediram covardemente hoje, com cassetetes, coturnos e spray de pimenta, repito: Vocês não têm desculpa por agredir outros trabalhadores. Simplesmente parem se seguir ordens injustas. Defendam o povo, apoiem os trabalhadores. Não percam o bonde da história. Essa instituição militarizada e caríssima, que coíbe com força o cidadão desarmado e é implacável contra a população, mas não tem sido competente para combater o crime em suas várias formas, tem seus dias contados. No final das contas, vocês serão apenas trabalhadores sem cassetetes e sem coturnos. E aí, como gostariam de ser tratados?
Ao final da tarde, cheguei a minha casa como tantos outros servidores: destruída pela truculência. Na mídia local, vi fotos do Sr. Rafael Greca comemorando a vitória como um ladrão que festeja os despojos, cercado por seus comparsas. Na TV, vejo propaganda do Governo do Estado, que apoia esse prefeito mesquinho e avarento com os servidores mas pródigo para pagar almoço festivo a seus sectários e perdoar dívidas dos empresários devedores. Diante de tudo isso, o que digo aos meus companheiros de luta é que de novo e mais uma vez um grande grupo de trabalhadores se uniu contra os poderosos. Quantas vezes vimos isso na história do Brasil do mundo? Olho para líderes como Martin Luther King e Gandhi. Morreram por suas causas, porém as causas que defendiam não morreram com eles. Por fim, os poderosos que combatiam é que amargaram a derrota. Assim caminha a humanidade e assim será conosco, professores: A educação, a saúde e a segurança como direitos humanos, ofertados de forma pública, gratuita e com qualidade, nossa bandeira maior, não morrerá e quem viver verá que nossa luta não foi em vão.

domingo, 25 de junho de 2017

Eu não amo o Brasil

Copiei do Urublues

Eu não amo o Brasil. Por que deveria amá-lo? 
Houve uma época em que eu sinceramente acreditei no conto do Patriotismo. A época era outra. Eu também. Na escola cantávamos o Hino Nacional, sempre com medo de errar – afinal, era “amor eterno” ou “sonho intenso”? E aquele papo de “amor febril pelo Brasil? ”. Queriam por todo modo que fossemos todos febris e destemidos.
Além dos hinos, haviam os contos militares nos livros de história, contando anedotas como a da frase heroica de Caxias na ponte de Itororó, conclamando: “Quem for brasileiro que me siga!”.  Em todos os cantos havia o chamado a amar a Pátria, amar a bandeira, amar o hino. Por trás de tudo, na sala da Diretora, estava um general carrancudo numa foto.
Quantas vezes haviam concursos de redação com o tema patriotismo? Quantas bobagens não escrevemos contando que a cor de nossa bandeira eram os nossos recursos naturais (na verdade, o verde-amarelo eram as cores da Casa de Bragança!). Ou então dando exemplos históricos de patriotismo no Brasil, que recolhíamos em livros não muito rigorosos com a verdade histórica.
O patriotismo do tempo da Ditadura, no entanto, acabou-se que era doce quando a classe média não tinha mais como comprar fuscas ou passear em Buenos Aires e tomar uma cueca-cuela. A popularidade do governo militar e seus tecnocratas despencava na medida em que a economia vacilava. Entretanto, eu ainda não entendia aquilo tudo. Venho de uma família muito nacionalista, tanto de direita quanto de esquerda. O nacionalismo era o que nos unia. Por vezes, mesmo já me considerando de esquerda, eu me espantava, quando era rapaz, com as pessoas que criticavam o patriotismo ou que criticavam o Brasil. E o Amor Febril?
Com o passar do tempo, aquelas historias militares e aquele verde-amarelismo tosco foram sendo substituídos por sentimentos diferentes. Entendi, no começo da juventude, lutando pelas Eleições Diretas para presidente (DIRETAS JÁ!), que eu não amava mais o Brasil varonil das canções militares, aquelas que nos diziam que devíamos viver pela Pátria e morrer sem razão.
Como posso amar esse pais que se pinta todo de verde-amarelo somente às vésperas de uma Copa do Mundo, com uma bandeirinha tímida na porta das casas? Como amar o pais que no passado tinha como lema que se devia ama-lo ou então ir embora – “Brasil ame-o ou deixe-o”?
Que amor é esse?
Hoje, eu entendo este amor diferente. Eu não amo o Brasil dos manuais de Patriotismo, aquele que diz que patriotismo é amar e respeitar os símbolos: bandeira, brasão, hino. O patriotismo brasileiro é sui-generis: você tem que amar uma pátria que não te representa? Que no passado escravizou nossos avós negros e índios? Como amar um pais hoje que não respeita os direitos dos cidadãos mais pobres? Que não garante liberdade, pão e terra para todos? Como falar que o brasileiro não tem patriotismo se a Pátria ela mesma não tem brasileirismo?
Como amar um país cindido em dois, um Brasil branco e rico e o outro, preto e pobre? Um país onde os trabalhadores mais humildes sofrem com a exploração de mão de obra, com falta de acesso ao estudo, sem perspectiva de melhorar sua vida?
Eu não amo o Brasil. Eu amo os brasileiros, aqueles que extraem algum sentido do lugar sem sentido onde vivem.
Por outro lado, não se ama um país com o qual não temos laço – de família, de história, de vida. O patriotismo tal como inventado lá atrás na Revolução Francesa tinha este sentido – proteger a nós e os nossos dos “feroces soldats” da tirania. Na Primeira Guerra Mundial, em nome deste tal patriotismo, milhões de pessoas morreram como bois no matadouro pela conquista de alguns metros de terreno, ou pela glória de algum general.
O nazismo e o fascismo também foram exemplos acabados de como fazer de pessoas honestas soldados ferozes e cruéis, as buchas de canhão do patriotismo. E assim, juntando os exemplos históricos que conhecemos, não há como não concordar com a famosa frase de Samuel Johnson (1709-1784): “o patriotismo é o último refúgio do canalha”.
Portanto, eu não amo o Brasil. Não amo seus símbolos. Acho um absurdo ficar falando de patriotismo sem cidadania. Um pais que teve escravos e não tem políticas de ações afirmativas decentes é um pais a se amar? Devemos amar o Brasil como as pessoas que pregam intervenção militar dizem? Felizmente para nós, tem um problema: os militares não amam a Pátria, amam seus empregos...
Hoje, muitos outros usam o Patriotismo para ações de ódio e de xenofobia. Se escudam em noções e conceitos antiquados (e fascistas) para dizer não ao outro, ao estrangeiro. Houve até a piada-pronta de um grupo que protestou na Avenida Paulista contra a imigração (ver aqui). Como disse um humorista de plantão, “no Brasil somente os Índios tem este direito. E ali na passeata não se viu índio nenhum”.
Eu amo as pessoas que eu amo, e isso não tem país. Hoje, posso dizer que tenho amigos pelo mundo. Eu amo minha terra não porque ela é minha terra, mas porque ali estão minhas raízes, minha família, meus amigos. Tudo isso e mais uma paisagenzinha bonita, tipo uma tarde de verão na Feira-mar, em Antonina, e está feito o estrago...
Patriotismo não. Sentimento do mundo sim. Ao Brasil, eu prefiro os brasileiros.

sábado, 24 de junho de 2017

MAIS UM POEMINHA PRA SONIA

Nem que sesse desdontem
Nem que ela me desquizesse
Nem que ela me desorientasse
Nem que ela não me oiásse
Eu grudava mais Sonia
E iscrevia os verso
E maginava os poema
Só pra vê se me arreceberia
No regaço dela
Eu grudo mais Sonia
Apois se desgrudasse
Pronde eu iria
E quar minha serventia?

Poeminha para os avanços possíveis

Se não é ainda

Que seja logo depois

Logo ali na esquina

Se não podemos agora

Que recuemos dois passos

Para avançar um pouco logo ali

Se erramos hoje

Quem sabe amanhã

O acerto seja possível

Se não revolução hoje

Quem sabe a gente possa

Agora hoje e já

Dar de comer a quem tem fome

Se não mudamos tudo 

Que tal abraçar pessoas sem teto

E gente sem nada

Prefiro assim

Civilização

A essa insanidade de tudo ou nada

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Que batom na cueca, Deltan!

Copiei do GGN

Sobre palestras e a apropriação do público pelo privado
por Eugênio Aragão


Credores têm melhor memória do que devedores 
(Benjamin Franklin)

Prezado ex-colega Deltan Dallagnol,

Primeiramente digo "ex", porque apesar de dizerem ser vitalício, o cargo de membro do ministério público, aposentei-me para não ter que manter relação de coleguismo atual com quem reputo ser uma catástrofe para o Brasil e sobretudo para o sofrido povo brasileiro. Sim, aposentado, considero-me "ex-membro" e só me interessam os assuntos domésticos do MPF na justa medida em que interferem com a política nacional. Pode deixar que não votarei no rol de malfeitores da república que vocês pretendem indicar, no lugar de quem deveria ser eleito para tanto (Temer não o foi), para o cargo de PGR.

Mas, vamos ao que interessa: seu mais recente vexame como menino-propaganda da entidade para-constitucional "Lava Jato". Coisa feia, hein? Se oferecer a dar palestras por cachês! Essa para mim é novíssima. Você, então, se apropriou de objeto de seu trabalho funcional, esse monstrengo conhecido por "Operação Lava Jato", uma novela sem fim que já vai para seu infinitésimo capítulo, para dele fazer dinheiro? É o que se diz num sítio eletrônico de venda de conferencistas. Se não for verdade, é bom processar os responsáveis pelo anúncio, porque a notícia, se não beira a calúnia é, no mínimo, difamatória. Como funcionário público que você é, reputação é um ativo imprescindível, sobretudo para quem fica jogando lama "circunstancializada" nos outros, pois, em suas acusações, quase sempre as circunstâncias parecem mais fortes que os fatos. E, aqui, as circunstâncias, o conjunto da obra, não lhe é nada favorável.

Sempre achei isso muito curioso. Muitos membros do Ministério Público não se medem com o mesmo rigor com que medem os outros. Quando fui corregedor-geral só havia absolvições no Conselho Superior. Nunca punições. E os conselheiros ou as conselheiras mais lenientes com os colegas eram implacáveis com os estranhos à corporação, daquele tipo que acha que parecer favorável ao paciente em habeas corpus não é de bom tom para um procurador. Ferrabrás para fora e generosos para dentro.

Você também se mostra assim. Além de comprar imóvel do programa "Minha Casa Minha Vida" para especular (aqui), agora vende seu conhecimento de insider para um público de voyeurs moralistas da desgraça alheia. É claro que seu sucesso no show business se dá porque é membro do Ministério Público, promovendo sua atuação como se mercadoria fosse. Um detalhe parece que lhe passou talvez desapercebido: como funcionário público, lhe é vedada atividade de comércio, a prática de atos de mercancia de forma regular para auferir lucro. A venda de palestras é atividade típica de comerciante. Você poderia até, para lhe facilitar a tributação, abrir uma M.E., não fosse a proibição categórica.

E onde estão os órgãos disciplinares? Não venha com esse papo de que está criando um fundo privado para custear a atividade pública de repressão à corrupção. Li a respeito dessa versão a si atribuída na coluna do Nassif. A desculpa parece tão abstrusa quanto àquela do Clinton, de que fumou maconha mas não tragou. Desde quando a um funcionário é lícita a atividade lucrativa para custear a administração? Coisa de doido! É típica de quem não separa o público do privado. Um agente patrimonialista par excellence, foi nisso que você se converteu. E o mais cômico é que você é o acusador-mor daqueles a quem atribui a apropriação privada da coisa pública. No caso deles, é corrupção; no seu, é virtude. É difícil entender essa equação.

Todo cuidado com os moralistas é pouco. Em geral são aqueles que adoram falar do rabo alheio, mas não enxergam o próprio. Para Lula, não interessa que nunca foi dono do triplex que você qualifica como peita. Mas a propaganda, em seu nome, de que se vende regularmente, como procurador responsável pela "Lava Jato", por trinta a quarenta mil reais por palestra, foi feita de forma desautorizada e o din-din que por ventura rolou foi para as boas causas. Aham!

Que batom na cueca, Deltan! Talvez você crie um pouco de vergonha na cara e se dê por impedido nessa operação arrasa a jato. Afinal, por muito menos uma jurada ("Schöffin") foi recentemente excluída de um julgamento de um crime praticado pelo búlgaro Swetoslaw S. em Frankfurt, porque opinara negativamente sobre crimes de imigrantes no seu perfil de Facebook (http://m.spiegel.de/panorama/justiz/a-1152317.html). Imagine se a tal jurada vendesse palestras para falar disso! O céu viria abaixo!

Mas é assim que as coisas se dão em democracias civilizadas. Aqui, em Pindorama, um procuradorzinho de piso não vê nada de mais em tuitar, feicebucar, palestrar e dar entrevistas sobre suas opiniões nos casos sob sua atribuição. E ainda ganha dinheiro com isso, dizendo que é para reforçar o orçamento de seu órgão. Que a mercadoria vendida, na verdade, é a reputação daqueles que gozam da garantia de presunção de inocência é irrelevante, não é? Afinal, já estão condenados por força de PowerPoint transitado em julgado. Durma-se com um barulho desses!

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Enquanto isso, naquele voo com início em Brasília...

Copiei a imagem de Atomic Samba
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas
Petistas malvados, completamente a revelia dos seus pais e
dos Altos Ofinoses Partidários, surpreendidos quando tramavam
mais um escracho contra os pobres jornalistas globais.
- Senhores passageiros, aqui é o comandante Xequinel. Obrigado por escolherem nossa companhia; o tempo de voo é de 2 horas, e no Rio de Janeiro teremos 30ºC, com céu aberto, exceto na sede da Globo golpista. Para nossa tranquilidade e alegria não estão a bordo os notórios jaguaras golpistas mirian leitão, gerson camarotti, cristina lobo, renata loprete, merval pereira, aquele historiador de merda, o villa, o demétrio magnolli, o ricardo boechat. Após o serviço de bordo, o Comissário Mequinel organizará o coro "a verdade é dura, a globo apoiou a ditadura!"

terça-feira, 13 de junho de 2017

Anotações sobre a pobre da filhadaputa da Mirian Leitão

1. Não sou marina esverdeada silva e, portanto, não apresento-me como candidato a santo.

2. Estou de saco cheio com o trololó todo, de modo que passo a rodar sobre a minha cabeça uma meia furada cheia de merda. 

3. E não tentem me impedir que a coisa só piora, mais merda fedida avoará!

4. Em 4 de março de 2017 eu e Sonia Nascimento, por muito pouco, não fomos agredidos por fãs de sergio moro, gente anencéfala que acredita em qualquer merda, inclusive no terrorismo da crise que a jaguara da mirian leitão ajudou a construir, a serviço da globo golpista.

5. Essa mirian leitão é uma jaguara golpista, uma serviçal do golpismo global e, mesmo que tenha sido presa pela ditadura, esse fato lamentável e doloroso não a autoriza a ser o que é hoje, e não a redime, do mesmo jeito que os calhordas do Aluízio Nunes e do Gabeira, dentre outros pulhas que pularam o muro.

6. Quero que o cu golpista dela pegue fogo, e não me falem em punição para petistas que tenham escrachado essa merda humana que participou e participa do processo de desmonte do Brasil. 

7. Um dos meus desejos recorrentes é encontrar sergio moro e dallagnol aqui em curitiba, mostrar-lhes o dedo médio ereto para dizer-lhes vão os dois para a puta ianque e golpista que os pariu.

8. Repito: quero que o cuzão golpista da leitão pegue fogo e que eu esteja no plantão do corpo de bombeiros, e no comando.

9. E tenho dito, e recolho a meia furada que tem, ainda, muita merda disponível. Estejam avisados, petistas que adoram oferecer a outra face.

PARA O MENINO TATUADO


Tatuaram tua alma

Marcaram-te para sempre

Perdoa-nos um dia, se der, menino

Nós somos a barbárie

Que está solta no Brasil

Somos as bestas

Amarramos tua alma em postes

Negamos tua humanidade
 
E te chacinamos nas periferias

Perdoa-nos um dia, se puderes

Perdoa-me, menino

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Evelin Cavalini: das mulheres que amei

Copiei do FB de Evelin Cavalini

Das mulheres que amei

A moça do armário foi meu primeiro amor, amor de jabuticaba, amor de uniforme escolar, amor de olhar comprido na esquina, amor de meio fio. Beijo tinha gosto de chiclete ploc e os olhos dela eram verdes! Eu te amei tanto que nem sabia que te amava. Ela ficou no armário, mas não cabia nós duas lá.

Quando a menina que olhava as estrelas me olhou, foi como cair do penhasco, e continuar caindo e caindo e caindo. Embaçamos os vidros do carro, embaralhamos as pernas, burlamos a lei do silencio. Porém a menina que olhava as estrelas enxergou outras constelações, em outro fuso horário, e eu finalmente cheguei ao chão.

Eu ainda estava no chão quando ouvi a voz da sereia, ela fez poções magicas que curam joelhos e almas. Ela me alimentou, lavou meus cabelos, secou minhas lagrimas. Mas ela é do mar e eu sou do ar, voa ela me disse - voei.

Enquanto contava os carros na rua debaixo do sol de novembro, eu vi ela chegar, cavalgando sua moto com seus cabelos de fogo, era como uma profecia! Amamos um amor pagão, rubro, denso de longas madrugadas cultuando nuas deuses de outrora, lutamos guerras inteiras de mãos dadas, tendo somente nossa pele como escudo contra o mundo, sangramos vermelho cru, todo mundo se machucou. Ela voltou pro olimpo. Eu voltei pra casa.

A Inominável me tomou de assalto, me perdi nos cachos do seu cabelo, ela se perdeu no meio das minhas pernas, foi desastre de avião, foi erupção de vulcão, foi gol da Alemanha. Eram duas almas perdidas tentando se perder ainda mais, era obvio! era certo! passaríamos mil anos juntas. A multidão aclamava nossos nomes e eu suspirava o nome dela. Mas Como tsunami me desabou e foi embora. Findou-se o infinito! parou o som, parou o tempo, cessou o riso...

Agora estou aqui, olhando pro mar que já se acalmou e tentando enxergar de que lado virá a próxima musa mitológica a me arrebatar.

domingo, 11 de junho de 2017

So-le-tran-do

Soletre qualquer palavra de modo que todos ouçam LU-TA!!!

Soletre temer, dallagnol, moro ou gilmar de modo que todos ouçam CA-NA-LHAS!!!

Poemas entrevados

Removi o mofo
Tomei coragem 
Revi poemas antigos

Algo entrevados
Tomavam sol
Na varanda das memórias
Mantas sobre as pernas
Na mesinha remédios
Olharam-me vazios
Não sabiam mais de mim


Meus pobres versos antigos
Talvez sejam salvos pelos netos

Coca Cola e ciências jurídicas: tudo a ver!

Leio no Pragmatismo Político que coxinhas anencéfalos fizeram circular texto babaquinha, atribuindo-o a sergio moro, o vingador da classe mérdia. Eis a porcaria:

“Para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, existem 100 casais planejando ter filhos.
Para cada corrupto, existem 8 mil doadores de sangue.
Enquanto alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas de alumínio já são recicladas no Brasil.
Na internet a palavra AMOR tem mais resultados que a palavra medo.
Para cada muro que existe no mundo, se colocam 200 mil tapetes escritos seja bem vindo
Enquanto um cientista desenha uma nova arma, há 1 milhão de mães fazendo bolo de chocolate.
Existem razões pra acreditar.
Os bons são maioria.
Eu acredito na força do bem! Vibrem o bem, e somente no BEM!”

Em verdade, explica o blog, o texto é de campanha da Coca Cola, de 2011.


Eu, depois da vomitada básica e comendo minhas goiabinhas regulamentares, e em sumária cognição - como costuma dizer o justiceiro togado, tenho pra mim, na mais firme convicção, que moro e o texto são a cara de um, focinho do outro e se merecem.


Afinal, dizem juristas de nomeada, o conhecimento jurídico do juizeco mal cabe num pires raso.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

POEMA DA QUEDA


De árvores não sou feito
Tanto que na queda inevitável 
Agarro-me aos ramos precários
E desabo abandonado
Por minhas poucas certezas
Que sempre me abandonam quando caio
Queda livre certezas que avoam 
Há quem esteja no cume
No alto das certezas
Mas ninguém arrisca
Jogar-se sem paraquedas
Nem eu
Muitos sequer sobem no avião

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Mesóclises: tenho pena dos filhos de michel temer, o pulha

Imaginar-me-ei no couro fedido de michel temer, o pulha.

Meu advogado aconselhar-me-ia a não responder as perguntas todas.

Marcela perguntar-me-ia alguma coisa, e eu dar-me-ia o direito de não responder as perguntas todas.

Rocha Loures, aquele um da mala, carregar-me-ia a grana, coitado, e foder-se-ia na papuda, eu dar-me-ia o direito de não responder as perguntas todas.

Sou michel temer, um patife absoluto, e michel-ter-me-ia cagado, e pulhar-me-ia e patifar-me-ia, e dar-me-ia o direito de não responder as perguntas todas.

Sou michel temer e tenho uma missão na vida, qual seja, a de fazer de meus filhos pulhas absolutos porque, se não forem pulhas, cagar-me-ão na cabeça.

Meus filhos ser-me-ão iguais ao que sou, pulha, patife, traíra.