SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Inguinoransa


Copiei do Gilson Sampaio


De autor desconhecido:

"Seu medo de comunismo é ignorante porque faz você sentir medo de gente como eu, Oscar Niemeyer, José Saramago, Chico Buarque, Cândido Portinari, Fernanda Montenegro e Pepe Mujica, entre outros milhões que nunca lhe fizeram mal.

Seu medo de comunismo é ignorante porque faz você sentir medo de Cuba, país pobre, sem qualquer potencial imperialista, que nunca declarou guerra a ninguém, um país com pouquíssimos habitantes que disponibiliza conhecimento médico para o mundo todo e onde há muito mais cultura, saúde, educação, igualdade e justiça social que no Brasil ou nos Estados Unidos, país que não vive sem guerras há mais de 100 anos, injusto socialmente, imperialista exploratório, racista cheio de bases militares espalhadas pelo mundo. Um país que você, ignorantemente, admira e inveja. O único país que lançou bombas atômicas contra um inimigo de guerra e que tem um líder perigosamente louco e fascista que já prende em gaiolas e algema crianças filhas de imigrantes, inclusive brasileiros.

Seu medo de comunismo é ignorante porque faz você sentir medo de Flávio Dino, o jurista renomado e governador brasileiro (Maranhão) que mais incentiva a educação e o fim da ignorância, pagando o maior salário para professores em todo o País, mas aplaude um jurista infantil, limitado, tirano e comprado, como Sérgio Moro e vota no Alckmin, que bate em professor e rouba merenda escolar.

Todos temos nossas ignorâncias, mas nem todas são tão prejudiciais ao resto da humanidade como a sua. Todos temos nossas ignorâncias, mas raramente alguém é tão apegado as suas ignorâncias como você."

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Otavinho Frias está morto. Finalmente, uma boa notícia

Oh, o Otavinho Frias morreu vítima de câncer no pâncreas.
Devo dizer que Otavinho, muito antes, foi acometido por incurável câncer de caráter.
Quero que essa gente se foda.
Não sou bonzinho: vibro, com recatado prazer, a morte deste jaguara golpista.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A menor das dores

Copiei de Retalhos Sentidos

Ana Pérola Veloso

O amor dói – disse. Eu fiquei perplexa, pois como podia uma criança ter esta opinião formada? E refleti por muitos dias todos os amores que tive e que doeram, o amor que doía naquele presente. Porque o amor dói mesmo, frustra, tamanha as esperas e expectativas que depositamos nele. O amor decepciona, porque no início somos vitrines do nosso melhor. Depois, todas as ervas daninhas começam a aparecer e não sabemos ao certo o que fazer com todas aquelas imagens que nos apresentaram e pior, com as que apresentamos. Nos tornamos insustentáveis. Porque primeiro a gente se vende, depois a gente vê.

Curiosa, enquanto voltávamos do seu dia de escola, perguntei-lhe: por que diz isso? E ela com aquela profundidade noturna nos olhos, voz marejada me responde “O amor dói porque hoje na aula eu sorri para ele e ele não sorriu para mim”. Céus, ela só tem seis anos, pensei, e esta é a menor das dores. Eu, dilacerada, imaginei aquela criatura quando mais adulta, vendo todas as maldades do mundo e dos amores insanos. E descobri que não sorrir está tudo bem. Porque nem sempre estamos no nosso melhor dia e ficamos introspectivos.

Descubro que tudo está crítico quando o amor sorri para a rede social e apanha silenciosamente no último cômodo da sala que é para ninguém, ou quase ninguém ouvir. Descubro a angústia de segurar um choro e um pedido de socorro numa volta na rua de mãos dadas e apertadas. Não, este aperto não é seguro. Este aperto de mãos é posse, e ai de mim gritar. Porque eu só posso ser sua, eu ouvia, e eu sentia medo de morrer. E me perguntava: a liberdade vale a morte? Não sei.

Quisera eu doer por todos eles nunca terem sorrido para mim, nunca terem me notado. Mas nós, mulheres, nos doemos porque calamos, porque temos uma maldita crença à submissão, porque precisamos nos manter frágeis e vulneráveis a eles. Mas não. Chega um ponto onde o limite surge, e ao arregaçar as mangas, o amor doente corre e por mais que me deixe marcas, prossigo em paz.

Amar, sobretudo, é um ato de desapego e coragem.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Infecções

Essa me foi contada por meu neto German.
No domingo estavam os dois no playground aqui do prédio, quando Chico Pedroso, meu neto de 5 anos, disse:
- Vamos brincar de Infecção Zumbi, German?
E brincaram, e lutaram, etc e tal e cousa e lousa, e Chico, já meio cansado, arriscou:
- E agora, vamos brincar de Infecção Urinária!!! 

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

É pior que 7 a 1. Na Justiça, a lei perde de 13 a 1. Veja o voto corajoso contra absurdos de Moro

Copiei do Tijolaço
favretto


POR FERNANDO BRITO (25/09/2016)

Não é possível, e em escala muito mais grave, esconder o sentimento de vergonha ao ver um tribunal referendar, por 13 votos a um, a ação ilegal de um magistrado, como foi a de Sergio Moro ao divulgar as escutas ilegais que recebeu da Polícia Federal, onde não apenas extrapolou aquilo que tinha autorizado , mas coonestou a escuta ilegal do telefone da então Presidenta da república, Dilma Rousseff.

No entanto, foi o que fizeram os desembargadores federais do TRF-4, dando licença para que, a critério de Moro, este possa decidir agir ilegalmente quando achar que isso é para “o bem” da Lava Jato. Ou, melhor dizendo, para o bem dos seus inescondíveis desejos políticos.

Ao menos, embora de pouco consolo sirva, houve o “gol de honra” – honra, mesmo – de um único desembargador, que não se vergou à ditadura linchatória que parece ter se instalado no Judiciário. O desembargador federal Rogério Favreto,  único membro da Corte Especial daquele tribunal  a votar pela abertura de processo disciplinar contra o juiz Sergio Moro, merece, por isso, ter trechos do voto solitário transcritos, com grifos meus.

Para que, pelo menos, a gente possa achar que ainda há juízes no Brasil.


O magistrado [Sergio Moro], como se vê, defende posição contrária à proibição em abstrato da divulgação de dados colhidos em investigações. Todavia, essa tese, conquanto possa ser sustentada em sede doutrinária, não encontra respaldo no ordenamento jurídico pátrio no tocante a conversas telefônicas interceptadas, cuja publicização é vedada expressamente pelos arts. 8º e 9º da Lei 9.296/1996.

O debate doutrinário é saudável. Todavia, não pode, porém, converter em decisão judicial, com todos os drásticos efeitos que dela decorrem, uma tese que não encontra fundamento na legislação nacional.

Ao assim agir deliberadamente, pode o magistrado ter transgredido o art. 35, I, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional.

Outrossim, a tentativa de justificar os atos processuais com base na relevância excepcional do tema investigado na comentada operação, para submeter a atuação da Administração Pública e de seus agentes ao escrutínio público, também se afasta do objeto e objetivos da investigação criminal, mormente porque decisão judicial deve obediência aos preceitos legais, e não ao propósito de satisfazer a opinião pública.

Um segundo fator externo ao processo e estranho ao procedimento hermenêutico que pode ter motivado a decisão tem índole política. Mesmo sem juízo definitivo, posto que se está diante de elementos iniciais para abertura de procedimento disciplinar, entendo que seria precipitado descartar de plano a possibilidade de que o magistrado tenha agido instigado pelo contexto socio­-político da época em que proferida a decisão de levantamento do sigilo de conversas telefônicas interceptadas.

São conhecidas as participações do magistrado em eventos públicos liderados pelo Sr. João Dória Junior, atual candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB e opositor notável ao governo da ex-­Presidente Dilma Rousseff.

Vale rememorar, ainda, que a decisão foi prolatada no dia 16 de março, três dias após grandes mobilizações populares e no mesmo dia em que o ex­-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi nomeado para o cargo de Ministro da Casa Civil.

Além disso, a decisão, no quadro em que proferida, teve o condão de convulsionar a sociedade brasileira e suas disputas políticas. Aliás, no dia dos protestos contra o Governo da Ex-­Presidente Dilma (13/03/2016), o próprio magistrado enviou carta pessoal à Rede Globo e postou nota no seu blog, manifestando ter ficado “tocado” pelas manifestações da população e destacando ser “importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas”.

Ora, esse comportamento denota parcialidade, na medida em que se posiciona politicamente em manifestações contrários ao Governo Federal e, ao mesmo tempo, capta e divulga ilegalmente conversas telefônicas de autoridades estranhas à sua competência jurisdicional. O Poder Judiciário, ao qual é própria a função de pacificar as relações sociais, converteu-­se em catalizador de conflitos.

Não é atributo do Poder Judiciário avaliar o relevo social e político de conversas captadas em interceptação e submetê-­las ao escrutínio popular. Ao fazê-­lo, o Judiciário abdica da imparcialidade, despe-­se da toga e veste-­se de militante político.

Com efeito, o resultado da divulgação dos diálogos ­ possibilitada sobretudo pela retirada do segredo de Justiça dos autos, ­ foi a submissão dos interlocutores a um escrutínio político e a uma indevida exposição da intimidade e privacidade. Mais ainda, quando em curso processo de impedimento da Presidenta da República, gerando efeitos políticos junto ao Legislativo que apreciava o seu afastamento.

Penso que não é esse o papel do Poder Judiciário, que deve, ao contrário, resguardar a intimidade e a dignidade das pessoasvelando pela imprescindível serenidade.