SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E aí, Tutuquinha, e aí Reginaldo Gouvea? Lembram das suas "certezas", lembram dos seus vereditos de culpa?


Copiei a imagem de Janeslei Janes


Fé obtusa dá nisso: crentes de merda não querem que seus filhos brinquem com meu neto

Eu já havia falado sobre o ateísmo de German, meu formidável e inoxidável neto que vive aqui em casa.
Pois hoje, completa e justamente puto dentro das calças, contou-me o piazote que pais de alguns de seus amigos aqui do bairro proibiram que seus filhos brincassem com ele por ser ateu, condição que proclama sempre que acha necessário.
E há quem exija que eu respeite estas montanhas de merda fedida que são as religiões. 
É obvio que meu ateísmo influenciou o meu menino, é óbvio que ele prestou atenção em mim. Mas eu nunca disse a ele que não fosse amigo de quem acredita em deus, o patifão esfumaçado, nunca disse a ele para não brincar com crianças que acreditam num deus tão completamente apatifado.
Mas os merdas obtusos, os merdas que falam nesta coisa abjeta e inexistente chamada "amor de deus", ah, estes cocozões são capazes de separar crianças em nome deste patife esfumaçado, deste patife filho da puta que vocês, cristãos, chamam de deus.

Tenho nojo derramado e definitivo desta fé obtusa que os impele a discriminar meu neto que, exatamente como seus filhos, estava apenas querendo brincar, seus merdas.
Vocês são completamente doentes, vão para a PUTA QUE OS PARIU!

Termino dizendo que German - ele me contou - disse aos meninos que amigos de verdade são amigos mesmo que não acreditem em deus, o que é prova acabada e robusta de que ele entendeu o sentido mesmo da vida, da amizade e do amor.
Permitam-me, cristãos de merda: meu neto está aprendendo a ser parte do mundo sendo o que é e aceitando quem dele discorda e aceitando a diferença.  
Vocês, obtusamente doentios, enfiarão seus filhos não no mundo, mas em igrejas de intolerância, de ódio, de exclusão e de violência.
German Martins da Rocha, este seu avô destrambelhado está aqui com você. Incondicionalmente
Nós amamos. Eles odeiam. 

Eles que se fodam em cristo!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Para Paulo Junior, Luciano e Jean, filhos que amo incondicionalmente mesmo sendo atleticanos

Assisti o jogo e a pungente descrição dos "tchuk na zorbinha" que Jeff Picanço admite ter vivido, com a categoria costumeira, estão perfeitas.
Entretanto, permaneço sendo, piazada rebelde, torcedor do Glorioso Coxa cuja sede fica, não por acaso, no Alto da Glória.
Que ninguém nos ouça, e negarei em juízo para não colocar camarão na empada da concorrência: os prosaicos e inevitáveis "tchuks na zorbinha" se transformaram nesta beleza de texto.
Vocês estão esperando convite especial para visitar diariamente o Urublues? 
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Copiei do Urublues

E QUINDI USCIMMO A RIVEDER LE STELLE...
Dante e Virgílio prestes a escapar do Inferno enquanto o Coisa-ruim, o Sete-peles, o  Sem-Chinelo, faz seu desjejum vespertino (seria algum bugrino ou torcedor do Barueri ali nas garras do Capiroto?). Aqui na frente, a nossa direita, o São Caetano lamenta mais uma Temporada no Brasileirão do B

Estar no inferno é estar no inferno até o fim. Não há saída. No nosso rubro-negro caso, essa foi uma verdade quase cristalina. Ontem, no final da tarde, terminei o jogo de joelhos em frente ao computador (a televisão não transmitiu o jogo pra cá), sob os olhares de pena de minha mulher e de meu amigo Gusano. Uma grande angústia em meu peito me fazia sofrer a cada vez que ouvia um nome de jogador que eu não conhecia, a temer pelo gol que poderia nos precipitar de novo nas profundas do Inferno da Segundona.

Quando vi que acabou o jogo no Ecoestádio, minha mulher me abraçou e me deu parabéns, enquanto Gusano se recolhia ao fundo da garrafa. Não sabia o que pensar, o que falar. Dante Alighieri havia ido ao banheiro pra dar uma aliviada. O ectoplasma de Virgílio ali na sala a olhar os resultados finais do Brasileirão do B não dava refresco na abafada tarde campineira. Corri então até a porta da frente e gritei escancarado para a rua vazia: ”o Furacão voltou!”.  As folhas das árvores começaram a balançar, suavemente, num começo de brisa.
O jogo havia começado com pressão total do Furacão. Parecia que ia ser fácil. Acompanhando o jogo entre São Caetano e Guarani, aqui no Brinco de Ouro, estava tudo sob controle. Quando saiu o gol do menino Cleberson, tudo ficou mais tranquilo. Estávamos inclusive na vice-liderança do Infernal torneio. Dante estava impávido, e menino Arthur, o Rimbaud, saiu pra fazer um sanduíche  A estadia no Inferno estava por terminar.
Mas eis que surge um outro Arthur que começa a nos infernizar. Gol do Paraná. Grito indignado, minha mulher  vem me fazer cafuné. Apesar de colorada dos quatro costados, estava ali amorosamente cuidando do seu bagrinho rubro-negro, que sofria a cada investida tricolor. O carinho dela me confortou por um tempo. Aí o São Caetano acordou e começou o inferno.
Menino Marcelo perde o pênalti. Silêncio na sala. O imortal Paulo Baier dá novo alento ao time, e menino Manoel acerta outra na trave. Um ataque do Paraná e menino Cleberson tira uma bola de dentro do gol. A coisa estava feia. O Inferno dando seus gemidos e arrotos. Parecia que o próprio Coisa-Ruim, o Cata-Piolho, o Xexelento, estava por ali pra azangar nossa saída de seus domínios. Um ronco infernal, um bodum dos infernos, mas eis que o carinha de preto apita o fim. Agora sim!
Dante, logo depois, pôs a mão no meu ombro e me contou que, no passado, para sair do Inferno, ele e Virgílio tiveram que escalar as costas peludas do capeta. Este, mastigando um pobre coitado (seria um bugrino, ou um torcedor do Ipatinga?), não prestou atenção neles. Era um barulho e uma escuridão literalmente infernais, mas havia um pequeno orifício perto da cabeça do Bode preto, do Tisnado e, afinal, Dante e Virgílio “per quel camino ascoso/intramo a retornar nel chiaro mondo” [por aquele caminho asqueroso/voltaram de novo ao claro mundo]. Assim efetivamente foi, quando o juiz apitou o fim daquele inferno.
E o que aconteceu depois? Perguntei eu ao sagaz Florentino. Este me respondeu que, depois de sair daquele infernal pesadelo, “quindi uscimmo a riveder le stelle” [e então saímos a rever estrelas]. Emocionado, pespeguei um forte abraço em meu bravo consultor de série B.
O que vai acontecer ao Furacão, nessa nova fase? Não sei, estou ainda embriagado com a luz daqui de cima. O caminho vai continuar difícil, mas meu rubro-negro voltou. Quem sabe, pra ver algumas estrelas...

Tratemos de facilitar a vida dos ricos, meninos e meninas!

Copiei a imagem de Nayre Fernandes Martins
 
Tem muita gente de esquerda, inclusive no PT, que pensa bem deste jeito: são modernosos, descolados, malemolentes, pragmáticos, jamais sobem no sofá e só fazem xixi na caixinha de areia lá na área de serviço e, sempre obedientes, abanam alegremente os rabos felpudos sempre que ganham um petisco.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sua LGBTT-fobia é doença e tem cura!

Lista de deputados e deputadas que participarão de Audiência Pública que tratará da excrescência chamada "cura gay", de iniciativa de deputados da Frente Parlamentar Evangélica.
Pelo que conheço da vida e da militância de Angelo Vanhoni, Jandira Feghalli, Arlindo Chinaglia, Dr. Rosinha e Erika Kokay, nenhum é LGBTT-fóbico e não integra a tal frente evangélica.


dep.fabiosouto@camara.leg.br
dep.laelvarella@camara.leg.br 

dep.antoniobrito@camara.leg.br
dep.amauriteixeira@camara.leg.br 

dep.angelovanhoni@camara.leg.br
dep.beneditadasilva@camara.leg.br

dep.nazarenofonteles@camara.leg.br 

dep.rogeriocarvalho@camara.leg.br 
dep.darcisioperondi@camara.leg.br 
dep.geraldoresende@camara.leg.br 
dep.nildagondim@camara.leg.br

dep.osmarterra@camara.leg.br 
dep.saraivafelipe@camara.leg.br

dep.teresasurita@camara.leg.br 
dep.eduardobarbosa@camara.leg.br 
dep.marcuspestana@camara.leg.br

dep.williamdib@camara.leg.br 
dep.cidaborghetti@camara.leg.br

dep.joselinhares@camara.leg.br
dep.josehumberto@camara.leg.br 
dep.rosinhadaadefal@camara.leg.br

dep.waltertosta@camara.leg.br 
dep.eleusespaiva@camara.leg.br

dep.dr.paulocesar@camara.leg.br 
dep.jhonatandejesus@camara.leg.br

dep.joaoananias@camara.leg.br" 
dep.jandirafeghali@camara.leg.br

dep.celiarocha@camara.leg.br 
dep.antoniobrito@camara.leg.br

dep.carmenzanotto@camara.leg.br 
dep.suelividigal@camara.leg.br

dep.dr.jorgesilva@camara.leg.br 
dep.ribamaralves@camara.leg.br

dep.alexandreroso@camara.leg.br 
dep.neiltonmulim@camara.leg.br

dep.mauriciotrindade@camara.leg.br 
dep.mandetta@camara.leg.br

dep.laelvarella@camara.leg.br 
dep.fabiosouto@camara.leg.br

dep.josehumberto@camara.leg.br 
dep.onofresantoagostini@camara.leg.br

dep.nicelobao@camara.leg.br 
dep.geraldothadeu@camara.leg.br

dep.vitorpaulo@camara.leg.br 
dep.jomoraes@camara.leg.br

dep.pastormarcofeliciano@camara.leg.br 
dep.walneyrocha@camara.leg.br

dep.arnaldofariadesa@camara.leg.br 
dep.rosaneferreira@camara.leg.br

dep.robertodelucena@camara.leg.br 
dep.dr.aluizio@camara.leg.br

dep.arlindochinaglia@camara.leg.br 
dep.assiscarvalho@camara.leg.br

dep.dr.rosinha@camara.leg.br 
dep.erikakokay@camara.leg.br

dep.padrejoao@camara.leg.br 
dep.andrezacharow@camara.leg.br

dep.daniloforte@camara.leg.br 
dep.elcionebarbalho@camara.leg.br

dep.irisdearaujo@camara.leg.br 
dep.raimundao@camara.leg.br

dep.rodrigobethlem@camara.leg.br 
dep.brunafurlan@camara.leg.br

dep.joaocampos@camara.leg.br
dep.maragabrilli@camara.leg.br

dep.iracemaportella@camara.leg.br 
dep.robertobritto@camara.leg.br

dep.toninhopinheiro@camara.leg.br 
dep.luizcarlossetim@camara.leg.br

dep.ronaldocaiado@camara.leg.br
dep.goretepereira@camara.leg.br

dep.pastoreurico@camara.leg.br 
dep.paulofoletto@camara.leg.br

dep.manato@camara.leg.br 
dep.paulorubemsantiago@camara.leg.br

Senhor deputado, senhora deputada:

Temos 6 filhos, 2 mulheres e 4 homens, sendo que a mais nova é lésbica e o mais novo é gay. 

Asseguramos, de plano, não haver nada de errado com eles: ela estuda na UFPR e nos deu um neto lindão, hoje com 8 anos que mora conosco e gosta muito da companheira dela - vive dizendo, feliz da vida, que tem duas mães -, e nosso filho mais novo, hoje com quase 19, resolveu "sair do armário" e o fez de cabeça erguida e é em tudo semelhante a qualquer rapaz desta idade: trabalha em fins de semana como garçom para ter um pouco de independência, estuda, preside o grêmio escolar, é às vezes muito teimoso e turrão, e precisamos dar-lhe os "trancos" regulamentares, enfim, nossa filha e nosso filho são seres humanos iguaizinhos, na média, à maioria dos seres humanos.

Assim como eles, nós também saímos do armário porque, em primeiro lugar, amamos os dois e não temos do que nos envergonhar e, de outra banda, por ser necessário defendê-los da intolerância e da violência contra o povo LGBTT que, até este final de semana, já matou 302 seres humanos no Brasil, no mais das vezes com requintes de extrema crueldade.

Consideramos que a violência contra o povo LGBTT tem origem no fundamentalismo religioso, cujo discurso de intolerância, repetido como um mantra abjeto - nossos filhos são, aos olhos de deus, anormais, aberrações, pecadores, abominações e porcarias semelhantes, ou doentes a carecerem de cura- termina por legitimar a matança em curso, por criar uma espécie de silente aceitação, por largas parcelas da nossa população, desta violência porque, afinal, "estes anormais", ao fim e ao cabo, merecem esse destino por terem "escolhido" sua sexualidade e, pior ainda, por terem "decidido" afrontar deus e a bíblia.

A chamada Frente Parlamentar Evangélica é, a nosso ver, ajuntamento de gente intolerante e acintosamente LGBTT-fóbica que, de modo evidente, por palavras e ações, ameaça nossos filhos e nossa família, de modo que não estamos surpresos por mais esta "pérola" engendrada por este bando atrasado e perigoso, a tal da "cura gay".

Nossa sexualidade está definida já na nossa concepção, ou seja, nenhuma orientação sexual é mais ou menos normal ou sadia, o que nos permite proclamar que nossa filha e nosso filho não são doentes precisando de tratamento e de cura, como insiste este bando de deputados e senadores LGBTT-fóbicos que compõem esta gororoba fedorenta e mortal chamada Frente Parlamentar Evangélica.

Não nos insultem e, sobretudo, parem de ameaçar a vida dos nossos filhos com este discurso fanatizado e burro e com iniciativas que contrariam o caminhar da ciência e, mesmo, o simples bom senso.

Quem é LGBTT não tem doença alguma e, portanto, não precisa desta excrescência de “cura gay”.

Agora, LGBTT-fobia é, sim, doença grave que pode e deve ser tratada e curada.

VIVA A DIFRENÇA!
VIVA A VIDA!

Paulo Roberto Cequinel
Sonia Fernandes do Nascimento

(e-mail enviado as 13:18 de hoje)

sábado, 24 de novembro de 2012

Bom dia, assassinos. Estou apenas atualizando o número de mortos que vocês produzem em nome de um patifão esfumaçado que vive nas nuvens

Copiei os números de Quem a Homofobia Matou Hoje?

De 1º de janeiro até ontem 302 seres humanos LGBTTs foram assassinados no Brasil.

Significa dizer que 302 famílias foram brutalmente atingidas pela dor infinita da perda de um filho, uma filha, um irmão, uma irmã.

Bom dia, Silas Malafaia, Edir Macedo, Valdomiro, RR Soares e demais picaretas de diferentes extrações religiosas.

Bom dia, Magno Malta, João Campos, Crivella, Marco Feliciano e demais integrantes da imundície chamada Frente Parlamentar Evangélica.

Bom dia, CNBB e Canção Nova.

Boa dia, padrecos, pastores, rabinos e aiatolás abjetamente LGBTT-fóbicos.

Bom dia, cristãos, judeus, muçulmanos e religiosos cuja fé obtusa e doentia os faz cúmplices da intolerância pregada em seus templos, o que legitima, ao fim e ao cabo, a silente aceitação social da matança em curso.

Bom dia, patifão esfumaçado que vive nas nuvens e em cujo nome, qualquer que seja, seguidores vomitam ódio, intolerância e preconceito e, permita-me a dura franqueza, se você existisse, pulha acanalhado, seria apenas um acabado filho da puta.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Paz, Propaganda e Terra Prometida: saiba a verdade sobre o genocídio do povo palestino


Creio que este documentário é anterior à eleição de Obama, em 2008, o que não muda nada porque, agora em 2012, vê-se que as coisas permanecem exatamente como nos tempos de Bush, de Clinton, de Reagan e patifões assemelhados.

É esclarecedora exposição sobre o genocídio que o estado nazi-sionista de Israel promove contra o povo palestino.

Meu filho é gay e eu estou bem!

Estar bem com o meu filho gay é saber que criei um ser saudável
NEREIDA VERGARA*
A frase do título faz parte de uma brincadeira entre mim e o meu filho de 18 anos, que é gay. Ele sempre diz que vai mandar fazer uma camiseta com essa mensagem, para eu andar por aí, mostrando que se pode ter um filho gay e não ser infeliz. Chegamos a essa conversa depois de fazer uma generalização de que há um grupo grande de pessoas que sempre olha pra mim, a mãe, como alguém que deu à luz uma coisa de outro mundo. Não posso sair de braço com o meu filho, ou ir com ele ao shopping, ou sair para jantar sem que alguém observe e pense: bah, coitada, que esforço está fazendo. Pois aqui, sem nenhuma pretensão de pregar moral a quem quer que seja, digo, posso dizer: eu estou bem.
Há motivos, é claro, para eu ter essa visão. Como não sou cega, sempre vi no meu menino características que não eram comuns nos outros. Desde antes dos três anos, mostrava interesse pelos brinquedos da irmã, por roupas e coisas de menina. Sempre foi sorridente, faceiro e amigo. Na escolinha, fez aulas de balé junto com as meninas (o que me rendeu uma porção de caras feias de pais de outros meninos que achavam que o gosto dele podia "contaminar"). E eu fui assim desafiando a ordem, colocando meu filho em aulas de balé, de patinação artística, de desenho. Nunca proibi que brincasse de Barbie, da mesma forma que não proibi que a irmã brincasse de Power Rangers ou gostasse de álbuns de figurinhas de futebol.
Teve uma época, na pré-adolescência, que meu menino fez o papel do conquistador! Me contava de meninas que havia beijado, teve um grupo de amigos só de meninos (a maioria ainda amigos dele até hoje, e todos héteros, salvo alguma surpresa de que eu não tenha sido informada). Eu ouvia o que ele dizia, me divertia até, mas os meus olhos não me enganavam. Sempre vi a natureza dele, e amei essa natureza. Assim como amo a irmã dele, hétero, linda, rebelde, tatuada, de cabelo raspado, colorido. E eu nunca vi anormalidade em mim ao aceitar isso dentro do meu coração, porque pais aceitam filhos portadores de deficiências, aceitam filhos dependentes químicos, filhos mulherengos, alcoólatras, porque, enfim, são filhos, nasceram de nós.
Estar bem com o meu filho gay é saber que criei um ser saudável, que tem um bom coração, que vai ter respeito por quem amar, pelos filhos que tiver.
Acho que se a gente se preocupasse apenas em enxergar o que está na frente dos nossos olhos já seria um grande passo para que um filho homossexual fosse encarado como qualquer filho. Pois é o que ele é. Nasce assim. Como eu nasci cabeçuda e baixinha e sou muito grata por meu pai e minha mãe terem me amado mesmo assim. Enganar-se a respeito dos outros é uma escolha que a gente faz e a frustração decorrente disso atormenta muitos pais de homossexuais. Não adianta esperar o que não vai acontecer, nem querer que seu filho que gosta de menino case com uma linda moça para fazer a infelicidade de ambos e a sua felicidade.
Quem chegou até aqui na leitura deste texto pode estar pensando: o que essa mulher está pretendendo ao se expor assim e ao expor seu filho? Explico. Sou partidária da ideia de que dizer a verdade em voz alta nos liberta. Sempre tive a certeza de estar protegendo o meu menino, de estar dando a ele o direito de crescer e se desenvolver como a pessoa que ele nasceu. Seria hipócrita da minha parte dizer que o aceito da porta para dentro e ensinar que da porta pra fora deveria ser outro, com base naquilo que a sociedade convencionou como aceitável. Acredito que antes de a gente discutir as camadas de aceitação das pessoas ditas normais às pessoas gays (se são discretos, travestis ou transformistas) ou o direto das pessoas gays (a união homoafetiva, a adoção de crianças, a criminalização da homofobia) em relação aos nossos, os ditos normais, nós, os pais de gays, devemos, enfim, abandonar o tal do armário (estereótipo social dos mais revoltantes).
Quero muito que um dia essa minha visão predomine, que os meus filhos possam ser admirados pelo caráter, inteligência e originalidade, e que os filhos deles, os lindos netos que eu ainda vou ter, vivam num mundo em que a homossexualidade, entre outras milhares de diferenças que nós, humanos, temos, não precise ser uma causa.
*Jornalista
Artigo Publicado no Site Opinião ZH

Israel é um estado genocida

Copiei a imagem de Daily Pictures

O povo palestino não tem Exército, Marinha ou Força Aérea, ao passo que 
Israel, estado genocida controlado hoje pela direita religiosa e fundamentalista, tem Forças Armadas que estão entre as mais numerosas e poderosas do mundo.
Não, o sionismo assassino não está a defender-se: o nome disso é genocídio. Com apoio dos EUA.  

 

Bom dia, assassinos!


De 1º de janeiro até ontem 294 seres humanos LGBTTs foram assassinados no Brasil. 

Significa dizer que 294 famílias foram brutalmente atingidas pela dor infinita da perda de um filho, uma filha, um irmão, uma irmã. 

Bom dia, Silas Malafaia, Edir Macedo, Valdomiro, RR Soares e demais picaretas de diferentes extrações religiosas.

Bom dia, Magno Malta, João Campos, Crivella, Marco Feliciano e demais integrantes da imundície chamada Frente Parlamentar Evangélica.

Bom dia, CNBB e Canção Nova.

Boa dia, padrecos, pastores, rabinos e aiatolás abjetamente LGBTT-fóbicos.

Bom dia, cristãos, judeus, muçulmanos e religiosos cuja fé obtusa e doentia os faz cúmplices da intolerância pregada em seus templos, o que legitima, ao fim e ao cabo, a silente aceitação social da matança em curso.

Bom dia, patifão esfumaçado que vive nas nuvens e em cujo nome (qualquer que seja) seguidores vomitam ódio, intolerância e preconceito, permita-me a dura franqueza: se você existisse seria apenas um acabado filho da puta.

sábado, 17 de novembro de 2012

Imperdível: Norman Finkelstein, judeu cujos pais viveram sob o horror nazista, coloca o estado genocida de Israel no seu devido lugar

Tomem nas fuças, apoiadores do estado genocida
 e terrorista de Israel!

Estou pensando na Palestina. E estou pensando no meu conceito de humanidade. E estou pensando que nós, os humanos, não podemos ficar indiferentes ao que Israel tem feito, sistematicamente, com o povo palestino. E estou pensando também que você, que é meu amigo, a quem admiro e para quem tenho dado minha amizade, não pode, não deve ficar indiferente ao destino do povo palestino. Pelo amor de Deus, dos seus deuses, da sua família, não se cale. Porque foi assim que o povo alemão deixou que trucidassem os judeus, os ciganos, os comunistas. E é assim que você está deixando que os judeus, os israelenses, os americanos, trucidem o povo palestino. NÃO SE CALE! DENUNCIE!
(Sonia Fernandes do Nascimento)

STF prepara nova surpresa: o perdão a Jefferson

Copiei de O Sintonia Fina

  Tese foi lançada por Veja, encampada por Reinaldo Azevedo, Folha e, agora, Dora Kramer. A dificuldade é encontrar um caminho legal para livrar o ex-presidente do PTB da prisão, sem que ele tenha feito formalmente uma delação premiada. Detalhe: ele recebeu R$4 milhões do esquema e só falou porque queria mais...
 
  

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Merdas Religiosas II, o Retorno!

Copiei estas merdas de Deus Sim, Religião Não!

Merdas religiosas, aos borbotões

Copiei estas merdas de Deus Sim, Religião Não!
 (Só não postei mais por que a Vigilância Sanitária 
ameaçou interditar o blog)
 
  

  
    
 

ONU prova que a mídia é contra a democracia e a liberdade de expressão

Como sabemos todos, os almeidinhas de merda amplificam o chororô do PIG que afirma que o PT quer controlar e/ou censurar a imprensa, a exemplo do que "já acontece" na Venezuela, na Argentina e no Equador.
Almeidinhas de merda são assim mesmo, repetidores acríticos dos interesses dominantes, são meros servidores boçais destes interesses, e não se dão conta disso.
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 Copiei do You Tube

Este vídeo mostra o que se esconde por trás dos ataques sistemáticos da mídia brasileira contra a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner.

Para entender o jogo da mídia contra o que chamam de "kirchnerismo" é importante contextualizar a situação. Antes, vamos usar uma analogia metafórica.

Você mora numa grande cidade em que três padarias controlam a qualidade, a variedade e o preço dos pães que você consome. E uma antiquada lei diz que só os políticos podem liberar concessões para novas padarias. E a maioria dos políticos (responsáveis pela tal lei) são donos das padarias; ou amigos destes; ou representantes dos mesmos. Daí, um governante assume a responsabilidade para criar uma nova lei que visa quebrar o cartel, dificultar o monopólio e facilitar o surgimento de novas padarias. O que faz o sindicato dos donos das padarias? Começa a espalhar panfletos dizendo que o governante quer controlar a produção de pães na cidade e ameaça a sua liberdade de escolher o pão que você vai comer. Agora, imagine se, em vez de mandar imprimir panfletos, os donos das padarias fossem donos de todos os meios de comunicação (jornal, rádio, tv etc) disponíveis. E tente imaginar se, em vez de pãezinhos, os produtos em questão fossem as notícias que influenciam a vida todos na cidade. Uma vez exposta esta metáfora, vamos conhecer um pouco a história da imprensa na Argentina para entender o que isto tem a ver com o Brasil.

Na Argentina, a grande mídia privada era tradicionalmente "chapa-branca", principalmente a partir de 1978 - quando o ditador Rafael Videla praticou de forma criminosa a expropriação da empresa Papel Prensa, que detinha o monopólio da produção de papel no pais. Videla cedeu a Papel Prensa para três grupos: Clarin, La Nacion e La Razion (Hoje com prevalência do Clarin e o La Nacion). A contrapartida para tal "caridade" era clara: os grupos teriam que ter um "objetivo comum", ou seja, dar vazão ao "projeto" de um governo ditatorial, corrupto, violento e entreguista. Com tal golpe, os grupos empresariais passaram a controlar toda a imprensa escrita e adquiriu um poder extraordinário, cartelizando o setor e esmagando a concorrência. Inclusive, correm hoje na justiça da Argentina processos que cuidam de julgar graves acusações de crimes - seqüestros, assassinatos etc - cometidos por conta do golpe na Papel Prensa.

Ante o nebuloso passado, não é difícil entender o porquê de os grupos Clarin e La Nacion terem assumido, até o governo Duahlde (antecessor de Nestor Kirchner), uma postura "chapa-branca". Pois qualquer governante que ousasse pôr a mão no vespeiro da sórdida história por trás dos poderosos barões da mídia, obviamente perderia a "simpatia" dos mesmos. Foi o que fez Nestor Kirchner. Sua sucessora, Cristina Kirchner, foi mais além: deu amplo apoio à reformulação das antiquadas leis das comunicações que davam suporte às injustiças; ao monopólio. É a chamada Ley de Médios - uma revolução na democratização das comunicações -, reverenciada pela maioria dos jornalistas argentinos e que o relator da ONU para a liberdade de expressão, Frank La Rue, definiu como "a mais avançada legislação em favor da liberdade de expressão da América Latina e um exemplo para o mundo". Assim, é tremenda má-fé dizer que Cristina Kirchner estaria cerceando a liberdade de imprensa porque a grande mídia faz oposição ao governo dela. Porque se você raciocinar bem, para o "kirchnerismo" seria muito mais cômodo deixar tudo como está: a grande imprensa elogiando o governo de um lado e a histórica injustiça assombrando de outro lado, com a prevalência do jornalismo chapa-branca monopolizando as verbas publicitárias e sufocando a maioria representada pelos milhares de outros periódicos "não-alinhados" à oligarquia; as rádios não-comerciais etc.

No Brasil, após sistemáticas críticas dos organismos internacionais contra as capengas leis das telecomunicações (permitindo, por exemplo, o clientelismo na distribuição das concessões de rádios e tevês), em 1998 o governo de FHC resolveu fazer uma reformulação meia-boca na legislação. Mas cerca de 70% dos parlamentares que formularam e aprovaram tal legislação eram donos de rádios e tevês ou estavam a serviço destes, ou seja, criou-se uma lei que veio muito mais para restringir do que democratizar o setor. Em suma: criaram uma nova lei que ainda traz graves reflexos dos tempos da ditadura. A nova lei em estudo no Congresso Nacional visa acabar com as vergonhosas barreiras para a distribuição de concessões de rádios e TVs e coibir o monopólio nas comunicações. Mas o jogo é duríssimo. Para barrar tal lei, a chamada "grande mídia" brasileira bolou um fantasma chamado "ameaça contra liberdade de imprensa" na imagem da "ditatorial" presidenta da Argentina e quase todos os dias martela tal "ameaça" nos seus noticiosos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Não há nenhum limite para esta imundície chamada Veja. Leia aqui Nota de Repúdio do Conselho Federal de Psicologia


Conselho Federal de Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Justiça Global e a Plataforma Dhesca vêm a público repudiar matéria publicada na última edição da Revista Veja, sob o título “Ilusão de um paraíso” e a bem da verdade pontuar o que segue:

1.Trata-se de matéria com viés racista e com forte distorção dos fatos e por isso mesmo, desinformativa e tendenciosa, demonstrando o total desconhecimento do repórter sobre a atuação de organizações governamentais e não governamentais junto às comunidades indígenas e ainda sua posição claramente favorável ao agronegócio no Mato Grosso do Sul, notadamente em desfavor aos direitos de minorias vulneráveis como os Guarani-Kaiowá. Repudiamos os ataques contra o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), parceiro em diversas ações e entidade que pauta sua atuação em defesa dos indígenas.
2. Com a publicação de matéria tão ofensiva, a revista e o repórter demonstram querer manipular a opinião pública e reduzir a questão dos povos indígenas no Brasil a uma realidade que não se comprova.
3. As políticas públicas para estas comunidades ainda são insuficientes para pacificar os conflitos recorrentes, especialmente no Mato Grosso do Sul. Entretanto, vários órgãos têm empreendido ações visando levar a estes grupos atendimento que lhes garantam qualidade de vida, dignidade e respeito aos direitos fundamentais garantidos em nossa Constituição.
4. O CFP faz parte deste grupo. Tanto assim que participou, em janeiro último, de expedição com outras entidades da sociedade civil ao grupo Guarani-Kaiowá, localizados no MS, entre os rios Ápa e Dourados para documentar a situação de vulnerabilidade, conflitos, mortes e perseguição desse grupo de habitantes.
5. Por decisão unânime de todo o Sistema Conselhos de Psicologia a líder Guarani-Kaiowá, Valdelice Veron, foi homenageada este ano, durante a 2ª. Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, com o Prêmio Paulo Freire pela luta em prol da garantia de seus direitos. É de se lembrar que Valdelice teve o pai assassinado por fazendeiros da região, durante disputa de terras, em 2003.
6. Recentemente, o CFP em parceria com o CIMI, Justiça Global e Plataforma Dhesca, promoveram manifestação em frente ao Congresso Nacional, colocando 5 mil cruzes espalhadas no gramado para lembrar o descaso e a violência contra os Guarani-kaiowá. Esta manifestação ampliou campanha em favor desse povo nas redes sociais e outros desdobramentos junto ao s Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo que permitiram dar maior visibilidade à questão e provocar a sociedade para uma cobrança maior pelas políticas públicas voltadas para estes povos.
7. Nosso entendimento é de que a questão indígena no Brasil e as violações de direitos sofridas por essas populações não podem continuar e nem constituir-se números a mais no quadro de intensa violência contra populações em situação de vulnerabilidade. Queremos somar esforços para evitar qualquer tipo de violência a essas populações vulneráveis e garantir que os espaços possam ser pacificados e não incitar os conflitos, como a revista e o repórter tentam colocar subliminarmente.
8. Consideramos fundamental também denunciar o movimento crescente de criminalização dos movimentos sociais e minimização da sua importância no atual quadro político do país. As organizações não governamentais que lutam por direitos humanos se constituíram elementos de resistência aos processos de dominação e de extermínio.
9. Por fim, estranhamos e repudiamos o ataque pessoal do repórter e da revista ao Secretário Nacional de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, ao chamá-lo de “oportunista”. Conhecemos e reconhecemos a trajetória de Paulo Maldos na dedicação e compromisso com a causa indígena bem como na defesa dos direitos humanos. A Secretaria Geral da Presidência tem na pessoa de Maldos elemento articulador com uma escuta permanente às demandas do movimento social. Comprometer esse canal de diálogo do Estado com a sociedade ofendendo a imagem do Secretário Nacional nos parece uma manobra perversa de criar obstáculos ao diálogo e favorecer a expressão hegemônica dos que detêm o poder econômico nesse país.

Eu Não Quero Voltar Sozinho

 Para Jean, meu filho, que amo muito. 
Amar não é estranho.
Só isso e tudo isso.
O resto é preconceito.
O que sobra é estupidez.
Antonina, 15/11/2012

Exclusivo: Silas Malafaia mostra que militares gays implantaram a Ditadura Gay (ai, jessuis!)

Aviso: cenas fortes.
Tire as crianças de perto!

Aline Valek: Quem me estuprou

Copiei de Contos e Notas

Quem me estuprou



Hoje fui estuprada. Subiram em cima de mim, invadiram meu corpo e eu não pude fazer nada. Você não vai querer saber dos detalhes. Eu não quero lembrar dos detalhes. Ele parecia estar gostando e foi até o fim. Não precisou apontar uma arma para a minha cabeça. Eu já estava apavorada. Não precisou me esfolar ou esmurrar. A violência me atingiu por dentro.
A calcinha, em frangalhos no chão, só não ficou mais arrasada do que eu. Depois que ele terminou e foi embora, fiquei alguns minutos com a cara no chão, tentando me lembrar do rosto do agressor. Eu não sei o seu nome, não sei o que faz da vida. Mas eu sei quem me estuprou.
Quem me estuprou foi a pessoa que disse que quando uma mulher diz “não”, na verdade, está querendo dizer “sim”. Não porque esse sujeito, só por dizer isso, seja um estuprador em potencial. Não. Mas porque é esse tipo de pessoa que valida e reforça a ação do cara que abusou do meu corpo.
Então, quem me estuprou também foi o cara que assoviou para mim na rua. Aquele, que mesmo não me conhecendo, achava que tinha o direito de invadir o meu espaço. Quem me estuprou foi quem achou que, se eu estava sozinha na rua, na balada ou em qualquer outro lugar do planeta, é porque eu estava à disposição.
Quem me estuprou foram aqueles que passaram a acreditar que toda mulher, no fundo no fundo, alimenta a fantasia de ser estuprada. Foram aqueles que aprenderam com os filmes pornô que o sexo dá mais tesão quando é degradante pra mulher. Quando ela está claramente sofrendo e sendo humilhada. Quando é feito à força.
Quem me estuprou foi o cara que disse que alguns estupradores merecem um abraço. Foi o comediante que fez graça com mulheres sendo assediadas no transporte público. Foi todo mundo que riu dessa piada. Foi todo mundo que defendeu o direito de fazer piadas sobre esse momento de puro horror.
Quem me estuprou foram as propagandas que disseram que é ok uma mulher ser agarrada e ter a roupa arrancada sem o consentimento dela. Quem me estuprou foram as propagandas que repetidas vezes insinuaram que mulher é mercadoria. Que pode ser consumida e abusada. Que existe somente para satisfazer o apetite sexual do público-alvo.
Quem me estuprou foi o padre que disse que, se isso aconteceu, foi porque eu consenti. Foi também o padre que disse que um estuprador até pode ser perdoado, mas uma mulher que aborta não. Quem me estuprou foi a igreja, que durante séculos se empenhou a me reduzir, a me submeter, a me calar.
Quem me estuprou foram aquelas pessoas que, mesmo depois do ocorrido, insistem que a culpada sou eu. Que eu pedi para isso acontecer. Que eu estava querendo. Que minha roupa era curta demais. Que eu bebi demais. Que eu sou uma vadia.
Ainda sou capaz de sentir o cheiro nauseante do meu agressor. Está por toda parte. E então eu percebo que, mesmo se esse cara não existisse, mesmo se ele nunca tivesse cruzado o meu caminho, eu não estaria a salvo de ter sido destroçada e de ter tido a vagina arrebentada. Porque não foi só aquele cara que me estuprou. Foi uma cultura inteira.

Esse texto é fictício. Eu não fui estuprada hoje. Mas certamente outras mulheres foram.

Explica aí pra gente, almeidinha júnior!

Muito bom dia, vira-latas sarnentos e complexados!


Bom dia, vira-latas sarnentos e complexados!
Bom dia, almeidinhas de merda!
Bom dia, leitores da veja!
Bom dia, direita trevosa!
Bom dia, viuvinhas sem porvir!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O "rock das aranha" não me deixa mentir

Copiei de Walter Silva

Sabe o que me deixa extremamente irritado?
É gente que não faz nada pela causa dos direitos civis da comunidade LGBT vir criticar quem faz alguma coisa.
A chusma dos conservadores por exemplo (e nisto incluo também alguns gays de direita).
Essas pessoas são inúteis como carrapatos, mas consideram que sua opinião é extremamente importante e merece ser ouvida.
Chegam ao cúmulo do despropósito de afirmar que as mudanças sociais ocorrem por conta própria, sem interferência de agentes sociais; em um tipo de "salto evolutivo".
Isso é um grande desrespeito.
É cuspir nos túmulos dos escravos que lutaram pela liberdade.
É ignorar que as sufragistas foram vítimas de prisão,violência e difamação.
É fingir não saber que as pessoas hoje têm amigos gays e falam disso abertamente porque os pioneiros criaram um lastro onde todos podem se apoiar; eu queria é ver alguém defender um gay lá nos anos 70 ou 60.
Basta lembrar de certos ícones da contracultura; nem mesmo eles aceitavam a homossexualidade. O "rock das aranha" não me deixa mentir...
Eu aceito críticas sim.
Dos que lutam ao meu lado.
(Walter Silva)

Finalmente o PT respondeu à patifaria em curso no STF e na mídia golpista

Porra, o PT e os petistas levando porrada todos os dias, até que finalmente os Altos Ofinoses decidiram falar embora, pro meu gosto, de modo muito educado, quase pedindo desculpas para os golpe que está em curso.
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Copiei do PT

O PT E O JULGAMENTO DA AÇÃO PENAL 470

O PT, amparado no princípio da liberdade de expressão, critica e torna pública sua discordância da decisão do Supremo Tribunal Federal que, no julgamento da Ação Penal 470, condenou e imputou penas desproporcionais a alguns de seus filiados.

1. O STF não garantiu o amplo direito de defesa

O STF negou aos réus que não tinham direito ao foro especial a possibilidade de recorrer a instâncias inferiores da Justiça. Suprimiu-lhes, portanto, a plenitude do direito de defesa, que é um direito fundamental da cidadania internacionalmente consagrado.

A Constituição estabelece, no artigo 102, que apenas o presidente, o vice-presidente da República, os membros do Congresso Nacional, os próprios ministros do STF e o Procurador Geral da República podem ser processados e julgados exclusivamente pela Suprema Corte. E, também, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os ministros de Estado, os comandantes das três Armas, os membros dos Tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática em caráter permanente.

Foi por esta razão que o ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, logo no início do julgamento, pediu o desmembramento do processo. O que foi negado pelo STF, muito embora tenha decidido em sentido contrário no caso do “mensalão do PSDB” de Minas Gerais.

Ou seja: dois pesos, duas medidas; situações idênticas tratadas desigualmente.

Vale lembrar, finalmente, que em quatro ocasiões recentes, o STF votou pelo desmembramento de processos, para que pessoas sem foro privilegiado fossem julgadas pela primeira instância – todas elas posteriores à decisão de julgar a Ação Penal 470 de uma só vez.

Por isso mesmo, o PT considera legítimo e coerente, do ponto de vista legal, que os réus agora condenados pelo STF recorram a todos os meios jurídicos para se defenderem.

2. O STF deu valor de prova a indícios

Parte do STF decidiu pelas condenações, mesmo não havendo provas no processo. O julgamento não foi isento, de acordo com os autos e à luz das provas. Ao contrário, foi influenciado por um discurso paralelo e desenvolveu-se de forma “pouco ortodoxa” (segundo as palavras de um ministro do STF). Houve flexibilização do uso de provas, transferência do ônus da prova aos réus, presunções, ilações, deduções, inferências e a transformação de indícios em provas.

À falta de elementos objetivos na denúncia, deducões, ilações e conjecturas preencheram as lacunas probatórias – fato grave sobretudo quando se trata de ação penal, que pode condenar pessoas à privação de liberdade. Como se sabe, indícios apontam simplesmente possibilidades, nunca certezas capazes de fundamentar o livre convencimento motivado do julgador. Indícios nada mais são que sugestões, nunca evidências ou provas cabais.

Cabe à acusação apresentar, para se desincumbir de seu ônus processual, provas do que alega e, assim, obter a condenação de quem quer que seja. No caso em questão, imputou-se aos réus a obrigação de provar sua inocência ou comprovar álibis em sua defesa—papel que competiria ao acusador. A Suprema Corte inverteu, portanto, o ônus da prova.

3. O domínio funcional do fato não dispensa provas

O STF deu estatuto legal a uma teoria nascida na Alemanha nazista, em 1939, atualizada em 1963 em plena Guerra Fria e considerada superada por diversos juristas. Segundo esta doutrina, considera-se autor não apenas quem executa um crime, mas quem tem ou poderia ter, devido a sua função, capacidade de decisão sobre sua realização. Isto é, a improbabilidade de desconhecimento do crime seria suficiente para a condenação.

Ao lançarem mão da teoria do domínio funcional do fato, os ministros inferiram que o ex-ministro José Dirceu, pela posição de influência que ocupava, poderia ser condenado, mesmo sem provarem que participou diretamente dos fatos apontados como crimes. Ou que, tendo conhecimento deles, não agiu (ou omitiu-se) para evitar que se consumassem. Expressão-síntese da doutrina foi verbalizada pelo presidente do STF, quando indagou não se o réu tinha conhecimento dos fatos, mas se o réu “tinha como não saber”...

Ao admitir o ato de ofício presumido e adotar a teoria do direito do fato como responsabilidade objetiva, o STF cria um precedente perigoso: o de alguém ser condenado pelo que é, e não pelo que teria feito.

Trata-se de uma interpretação da lei moldada unicamente para atender a conveniência de condenar pessoas específicas e, indiretamente, atingir o partido a que estão vinculadas.

4. O risco da insegurança jurídica

As decisões do STF, em muitos pontos, prenunciam o fim do garantismo, o rebaixamento do direito de defesa, do avanço da noção de presunção de culpa em vez de inocência. E, ao inovar que a lavagem de dinheiro independe de crime antecedente, bem como ao concluir que houve compra de votos de parlamentares, o STF instaurou um clima de insegurança jurídica no País.

Pairam dúvidas se o novo paradigma se repetirá em outros julgamentos, ou, ainda, se os juízes de primeira instância e os tribunais seguirão a mesma trilha da Suprema Corte.

Doravante, juízes inescrupulosos, ou vinculados a interesses de qualquer espécie nas comarcas em que atuam poderão valer-se de provas indiciárias ou da teoria do domínio do fato para condenar desafetos ou inimigos políticos de caciques partidários locais.

Quanto à suposta compra de votos, cuja mácula comprometeria até mesmo emendas constitucionais, como as das reformas tributária e previdenciária, já estão em andamento ações diretas de inconstitucionalidade, movidas por sindicatos e pessoas físicas, com o intuito de fulminar as ditas mudanças na Carta Magna.

Ao instaurar-se a insegurança jurídica, não perdem apenas os que foram injustiçados no curso da Ação Penal 470. Perde a sociedade, que fica exposta a casuísmos e decisões de ocasião. Perde, enfim, o próprio Estado Democrático de Direito.

5. O STF fez um julgamento político

Sob intensa pressão da mídia conservadora—cujos veículos cumprem um papel de oposição ao governo e propagam a repulsa de uma certa elite ao PT - ministros do STF confirmaram condenações anunciadas, anteciparam votos à imprensa, pronunciaram-se fora dos autos e, por fim, imiscuiram-se em áreas reservadas ao Legislativo e ao Executivo, ferindo assim a independência entre os poderes.

Único dos poderes da República cujos integrantes independem do voto popular e detêm mandato vitalício até completarem 70 anos, o Supremo Tribunal Federal - assim como os demais poderes e todos os tribunais daqui e do exterior - faz política. E o fez, claramente, ao julgar a Ação Penal 470.

Fez política ao definir o calendário convenientemente coincidente com as eleições. Fez política ao recusar o desmembramento da ação e ao escolher a teoria do domínio do fato para compensar a escassez de provas.

Contrariamente a sua natureza, de corte constitucional contra-majoritária, o STF, ao deixar-se contaminar pela pressão de certos meios de comunicação e sem distanciar-se do processo político eleitoral, não assegurou-se a necessária isenção que deveria pautar seus julgamentos.

No STF, venceram as posições políticas ideológicas, muito bem representadas pela mídia conservadora neste episódio: a maioria dos ministros transformou delitos eleitorais em delitos de Estado (desvio de dinheiro público e compra de votos).

Embora realizado nos marcos do Estado Democrático de Direito sob o qual vivemos, o julgamento, nitidamente político, desrespeitou garantias constitucionais para retratar processos de corrupção à revelia de provas, condenar os réus e tentar criminalizar o PT. Assim orientado, o julgamento convergiu para produzir dois resultados: condenar os réus, em vários casos sem que houvesse provas nos autos, mas, principalmente, condenar alguns pela “compra de votos” para, desta forma, tentar criminalizar o PT.

Dezenas de testemunhas juramentadas acabaram simplesmente desprezadas. Inúmeras contraprovas não foram sequer objeto de análise. E inúmeras jurisprudências terminaram alteradas para servir aos objetivos da condenação.

Alguns ministros procuraram adequar a realidade à denúncia do

Procurador Geral, supostamente por ouvir o chamado clamor da opinião pública, muito embora ele só se fizesse presente na mídia de direita, menos preocupada com a moralidade pública do que em tentar manchar a imagem histórica do governo Lula, como se quisesse matá-lo politicamente. O procurador não escondeu seu viés de parcialidade ao afirmar que seria positivo se o julgamento interferisse no resultado das eleições.

A luta pela Justiça continua

O PT envidará todos os esforços para que a partidarização do Judiciário, evidente no julgamento da Ação Penal 470, seja contida. Erros e ilegalidades que tenham sido cometidos por filiados do partido no âmbito de um sistema eleitoral inconsistente - que o PT luta para transformar através do projeto de reforma política em tramitação no Congresso Nacional - não justificam que o poder político da toga suplante a força da lei e dos poderes que emanam do povo.

Na trajetória do PT, que nasceu lutando pela democracia no Brasil, muitos foram os obstáculos que tivemos de transpor até nos convertermos no partido de maior preferência dos brasileiros. No partido que elegeu um operário duas vezes presidente da República e a primeira mulher como suprema mandatária. Ambos, Lula e Dilma, gozam de ampla aprovação em todos os setores da sociedade, pelas profundas transformações que têm promovido, principalmente nas condições de vida dos mais pobres.

A despeito das campanhas de ódio e preconceito, Lula e Dilma elevaram o Brasil a um novo estágio: 28 milhões de pessoas deixaram a miséria extrema e 40 milhões ascenderam socialmente.

Abriram-se novas oportunidades para todos, o Brasil tornou-se a 6a.economia do mundo e é respeitado internacionalmente, nada mais devendo a ninguém.

Tanto quanto fizemos antes do início do julgamento, o PT reafirma sua convicção de que não houve compra de votos no Congresso Nacional, nem tampouco o pagamento de mesada a parlamentares. Reafirmamos, também, que não houve, da parte de petistas denunciados, utilização de recursos públicos, nem apropriação privada e pessoal.

Ao mesmo tempo, reiteramos as resoluções de nosso Congresso Nacional, acerca de erros políticos cometidos coletiva ou individualmente.

É com esta postura equilibrada e serena que o PT não se deixa intimidar pelos que clamam pelo linchamento moral de companheiros injustamente condenados. Nosso partido terá forças para vencer mais este desafio. Continuaremos a lutar por uma profunda reforma do sistema político - o que inclui o financiamento público das campanhas eleitorais - e pela maior democratização do Estado, o que envolve constante disputa popular contra arbitrariedades como as perpetradas no julgamento da Ação Penal 470, em relação às quais não pouparemos esforços para que sejam revistas e corrigidas.

Conclamamos nossa militância a mobilizar-se em defesa do PT e de nossas bandeiras; a tornar o partido cada vez mais democrático e vinculado às lutas sociais. Um partido cada vez mais comprometido com as transformações em favor da igualdade e da liberdade.

São Paulo, 14 de novembro de 2012.

Comissão Executiva Nacional do PT.

Não, não estou falando do mensalão, almeidinhas de merda!

‎"Portanto condenam aos réus petistas, por alcunha de petralhas, líderes que foram da militância que mudou o Brasil, a que com braço e pregação seja conduzidos pelas ruas públicas e pelos telejornais da noite ao lugar da forca e nela morram de morte política e natural para sempre, e que depois de mortos lhes sejam cortadas as cabeças e levadas ao Jornal Nacional, onde em lugar mais público serão pregadas, em um poste alto até que o tempo as consuma e o seus corpos serão divididos em quatro partes, e pregados em postes, pelos caminhos de Minas Gerais, no sítio de Varginha e das Cebolas, onde os réus tiveram suas infames práticas de redução das desigualdades e da pobreza, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo também os consuma; declaram os réus infames, e seus filhos e netos, tendo-os os seus bens aplicam para o fisco e Câmara Real, e a casa em que viviam em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e, não sendo própria, será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levante um padrão, pelo qual se conserve a memória desses abomináveis réus".
Paulo Roberto Cequinel
(Adaptação tresloucada de trecho da sentença que condenou Tiradentes e outros réus da Inconfidência Mineira)

Carta Aberta para JR Guzzo, jaguara sarnento que escreve no esgoto midiático chamado Veja

(o título é o xingamento são de minha integral responsabilidade)

Carta de Repúdio ao artigo de Veja "Parada Gay, Cabras e Espinafre"
Por Maria Claudia Canto Cabral em Mães pela Igualdade

Senhor Editor de Veja:

Nós, Mães pela Igualdade, repudiamos o texto "Parada Gay, Cabra e Espinafre", publicado na edição de 11 de novembro de 2012, e o fazemos no exercício pleno de nossa condição de mães, geradoras de vida, "esteio das famílias", como gostam de nos tratar os conservadores. Portanto, na condição daquelas que defendem diretos, vida e família.

Direito, como bem define Miguel Reale é FATO+VALOR+NORMA. O fato já o temos LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Travestis existem. Valor(es) são vários: dignidade da pessoa humana, igualdade, liberdade, intimidade, ir e vir, segurança, saúde, educação entre outros), faltam apenas as normas, que o Congresso Nacional teima em não votar.

Defendemos a vida DIGNA, para todo ser humano [ou não humano] nascido vivo. Exigimos respeito aos nossos filhos e filhas LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Travestis. Exigimos respeito às nossas famílias, contribuintes do Estado. Exigimos que nossos filhos e filhas e que nossas famílias sejam honradas plenamente, por sermos todxs sujeitxs de direitos.

Somos família, somos célula mater da sociedade. Somos famílias plurais, que como tais acolhem a diversidade e a livre expressão dos seres que a compõem. Nós, as mães, somos genitoras dos humanos e em nossos ventres está a chave da sobrevivência e preservação da espécie.

Os pais, que conosco apoiam filhos e filhas, acolhendo com honra sua orientação sexual, constituem elementos fundamentais não apenas a preservação da vida em sentido estrito – vida no planeta – como também em seu sentido mais amplo: vida digna, com respeito a direitos de todos e todas LGBTH – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Travestis e Heterossexuais. Não aceitamos tal desrespeito e deboche para com nossxs filhxs.

Defendemos os direitos de nossos filhos e filhas, todos, e em especial xs LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Travestis, que:

Se casem, como todo e qualquer outro humano adulto;

Adotem crianças, antes que as ruas as adotem;

Nossas crianças e adolescentes sejam incluídos e acolhidos plenamente na escola;

Professores e professoras sejam qualificados para lidar com as diferenças de orientação sexual e de identidades de gênero;

A violência física, moral, psíquica perpretada em razão de orientação sexual ou identidades de gênero seja severamente punida; e

Crimes contra a vida sejam agravados quando perpetrados em razão de orientação sexual ou identidades de gênero de suas vítimas.

Não queremos direitos especiais ou privilégios, queremos direitos para nossas famílias e mães são leoas em defesa de suas crias. Nós, Mães pela Igualdade, somos leoas na defesa de nossos filhos e filhas LGBTH – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Heterossexuais e exigimos que a revista se retrate na próxima edição, esclarecendo a população que ainda crê nas letras lidas em seu conteúdo, sobre orientação sexual e identidades de gênero.

Por fim, declaramos que a coragem de nossos filhos e filhas LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Travestis de assumir quem são, andando pelas ruas de cabeça erguida é para nós motivo de muito orgulho.

Mães pela Igualdade

www.maespelaigualdade.blogspot.com

maespelaigualdade@gmail.com

Sobre Joaquim Barbosa para a presidência da República

Copiei do Com Texto Livre

Mais cedo ou mais tarde, JB tinha que 
entrar nos sonhos do Perfeito Idiota Brasileiro
        
Nosso Batman, aspas
Presidente Joaquim Barbosa.
Juro. Como eu gostaria de ver Joaquim Barbosa ceder à tentação e concorrer à presidência em 2014.
Teríamos uma real oportunidade de ver o quanto a voz rouca das ruas verdadeiramente admira o nosso Batman, aspas.
Era previsível que a candidatura de JB fosse ventilada e desejada pelo PIB, o Perfeito Idiota Brasileiro. Aos antigos heróis do PIB — Ali Kamel,  Reinaldo Azevedo, Jabor, Dora Kramer, Augusto Nunes, Merval Pereira, Ricardo Setti e semelhantes – somou-se agora, em seu uniforme de Batman e seu palavreado pernóstico, Joaquim Barbosa.
Uma breve pausa para risos.
Na falta de candidato forte, com o sepultamento das esperanças em Serra, ele próprio um PIB, o Perfeito Idiota Brasileiro se agarraria a qualquer esperança que aparecesse, como doentes terminais que correm a cirurgias mediúnicas na busca do milagre.
O que o PIB não percebe é que JB é um problema e não uma solução. Qualquer candidato que queira ser viável no Brasil contemporâneo tem que ser versado em justiça social.
Em todo o mundo civilizado, e o Brasil não é exceção, o maior desafio dos homens públicos é enfrentar a brutal concentração de renda ocorrida nas últimas décadas – e a abjeta iniquidade decorrente dela.
Romney perdeu de Obama, mesmo com os Estados Unidos numa crise econômica que em geral derruba presidentes em busca de segundo mandato, porque Obama explorou nele o símbolo da desigualdade americana, um magnata que despreza os pobres e paga impostos ridiculamente baixos.
François Hollande bateu Sarkozy também porque os franceses viram em Sarkozy o representante do 1% cada vez mais rico à custa dos 99%. Na Venezuela, Caprilles se apropriou dos programas sociais de Chávez, que ele desprezara antes como assistencialistas, e ainda assim foi derrotado por ampla margem porque Chávez vem tendo um enorme sucesso na redução da miséria venezuelana.
Na China, a troca de poder que está se fazendo agora depois de dez anos, como tem acontecido lá, a expressão mais utilizada é “justiça social”. O governo chinês entende que o maior desafio, para o futuro, é evitar que a sociedade se divida entre poucos ricos e muitos pobres, porque isso significa riscos para a coesão do país.
Na Inglaterra, hoje mesmo, os presidentes das filiais de três grandes multinacionais – Google, Starbucks e Amazon – estão explicando ao Parlamento por que suas empresas pagam tão pouco imposto. “É como se as multinacionais pagassem impostos voluntariamente”, disse um parlamentar.
Também por trás desse movimento (que se vai internacionalizando) de cerco a grandes corporações que fazem todos os truques possíveis para evitar impostos está a busca de justiça social.
Dentro deste mundo novo, a figura engalanada de Joaquim Barbosa surge absurdamente deslocada. É um heroi apenas para ele, o nosso PIB, o Perfeito Idiota Brasileiro.
Paulo Nogueira
No Diário do Centro do Mundo