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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A lamentável marcha do PT para os quintos dos infernos do mais abjeto pragmatismo gosmento

Copiei de Comunica Tudo

Erundina, a última petista
 

Escrito e publicado por Rudá Ricci

Erundina deixou todos petistas constrangidos. Fez o que qualquer petista histórico faria. O PT dos anos 1980, não este pragmático, sem cor, sem cheiro, sem forma. Praticamente matou a candidatura de Haddad. Só uma reviravolta para colocar a militância engajada (da zona leste e sul) na rua.


Os pragmáticos, do PT e PSB, estão furiosos e jogam a culpa na escolha do nome da ex-prefeita. Não se importam com programa ou ideologia. Se importam com vitória, com cálculo de votos. Assim, pautados pela popularidade, se tornam conservadores, fiéis escudeiros do status quo, justamente porque não querem mudanças fundamentais, mas apenas se tornarem populares. Um atalho para a construção da hegemonia gramsciana. Em Gramsci, havia diálogo e costura de múltiplos interesses. Mas o pragmatismo petista de hoje é rebaixado. Não procura costurar interesses a partir de um programa. Faz o contrário: constrói seu programa a partir do cálculo de força eleitoral. Cede. Se rebaixa. Na verdade, não se preocupa com programa algum. Eleito, administra e sai a cata de programas que tenham algum sentido estatal-desenvolvimentista, o que sobrou do modo petista de governar. Aquele modo petista, mesmo difuso e confuso, tinha uma inspiração de transformação social, plasmada no slogan "inversão de prioridades". O participacionismo, outra marca do início dos governos petistas, foi abruptamente abandonado. O motivo parece óbvio: não há como abrir a participação dos de baixo se os cálculos eleitorais exigem acordos com as elites coronelistas de sempre.


Erundina é a última petista. O que deve incomodar profundamente os caciques do PSB e do PT.

2 comentários:

Jeff Picanço disse...

é, meu caro. Dureza. Morei em Sampa de 89 a 91, quando nós a chamávamos , a companheira Luiza Erundina, de "tia". Ela foi duramente perseguida pela imprensa e pelo próprio PT, mas foi uma das melhores administrações que São Paulo teve: transparente, c visão de futuro e barrou os grupos de interesse que depois voltariam com o "amigo" Maluf e com Pitta, na "mafia dos fiscais" (o Kassab tem até mais um escandalozinho, o do tal Saab, que em 5 anos como funcionario publico "comprou" mais de 100 imoveis!!). Excelente a matéria do Rudá Ricci - primo do nosso Erly - que mostra de maneira cristalina como a "tia" continua onde sempre esteve:ética e integra; mas parece que o Lula acha que politica não se faz assim, né?
PS - vou ver se consigo um jeito de postar como o seu, que é mais simples e pratico que auqela sopa de letrinhas que o blogger nos impõe...abraços pra voce e pra Sonia!

ORRAIO disse...

Eu devo ser de uma safra mais antiga: morei em São Paulo de 79 a 81 e acompanhei de perto as greves no abc lideradas pelo lula, que deram origem ao PT.
A barra era pesadíssima, e a criação do partido parecia a realização de uma utopia.
Hoje, passadas três décadas so posso dizer, dada essa experiência, que amo o PT e odeio os petistas e o que fizeram com o partido.