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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Aprendendo com Walter Silva e Benjamin Bee

Copiei do perfil de Walter Silva
(não me canso, meninos e meninas, de ler as coisas deste cara)

Primeiro, Walter Silva escreveu no seu perfil

Eu nasci gay.
Isso não é nenhuma regra ou lei que me foi imposta por algum coletivo ou cultura.
É quem eu sou.
Minha sexualidade não é fluida, não está sujeita a experimentações. Nasceu comigo. Ela não foi construída, foi desenvolvida.
Eu sou quem eu sempre fui.
Não aprendi a ser gay. Não construí essa identidade socialmente.
Ela é inata, como a cor dos meus olhos.
A cor dos meus olhos não se tornou castanha porque o entorno cultural hegemônico ao meu redor me determinou que eles deveriam ser assim nomeados.
Eu poderia não nomear meus olhos dessa cor.
Isso não iria mudar nada neles a não ser o meu discurso sobre eles.
Eu poderia inclusive preferir descrever meus olhos como de outra cor, uma cor inexistente; eu posso dizer que meus olhos são cor de burro quando foge. Seria capaz de reconhecer meus olhos depois disso? Suspeito que o inatismo do brilho original permaneceria. Isso é deveras brochante, porque às vezes queria ter um olho azul e outro amarelo.
Não ocorre a ninguém supor que nós aprendemos a ter braços ao invés de aprender a ter asas.
Os braços não estão assujeitados ao discurso? Não há uma carga cultural no uso social de braços e mãos? Em "braço esquerdo" e "braço direito" não há também um recorte linguístico carregado de significados culturais e sociais?
Seria maravilhoso desconstruir meus braços e no lugar deles desenvolver duas longas asas de cisne. 
---xxx---

Depois, Benjamin Bee foi lá e comentou

O mundo tem três correntes que buscam explicar a sexualidade humana, duas são essencialistas e uma construcionista (ou construtivista, como queiram).

No mundo onde a liberdade de expressão da sexualidade já é uma realidade, os essencialistas dominam e pode-se arriscar que são em torno de 90%, Americanos, canadenses, europeus e mesmo sul americanos consideram que se nasce erótico-afetivamente pré configurado.
Na parte do planeta onde a liberdade de expressão da sexualidade não existe, o mundo heteronormativo, a configuração erótico-afetiva é única desde o nascimento. Praticamente 100% da população dessas regiões acredita nisso.
Uma parcela ínfima da totalidade do planeta considera a diversidade erótico-afetiva como construção da sexualidade zero desde o nascimento. São os adeptos da Teoria Queer, os "ideólogos do gênero".
Isto significa que a quase totalidade dos humanos planeta é "essencialista".
O que impressiona é o fato dos construcionistas desprezarem esse dado. Um modelo elaborado nas academias que ignora a intuição humana e a biologia.
Não à toa, o modelo "essencialista" de uma sexualidade plural intuido pelo Ocidente contemporâneo avança velozmente sobre o modelo "essencialista" heteronormativo, modelo este que hoje se escora na falácia da "ideologia de gênero" para reprimir a revolução sexual.
No futuro, não longe daqui, quando os dois modelos revolucionários se encontrarem aparando as diferenças, o modelo heteronormativo será apenas um fato a se relatar da História da sexualidade humana na sua era de ignorância.
Estamos apenas começando a desvendar uma realidade encoberta pela ideologia heteronormativa que não tem nenhuma base na ontologia humana.
---xxx---

E eu, modesto aprendiz de ornitorrinco, trato de ler, reler e de compartilhar com os quase 9 internautas desavisados que frequentam este nauseabundo blog.