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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

domingo, 3 de maio de 2015

Poema para Curitiba, 29 de abril de 2015


Um dos poemas que cometi
Veio aos poucos
Goles de bebida barata
Porções de luzes sem brilho
Uma palavra despencando
Outra palavra resistindo
No vazio inóspito do poema
Um dos poemas que ousei
Veio de golfada
Vômito sujo e azedo
O nojo dos leitores
Valeu o poema
Um dos poemas que preparei
Desafiou-me
Borrei-me de medo do poema
Que me enfrentou
Um dos poemas que sonhei
Não amanheceu
Não viu a porra do sol nascer
E está nas últimas
Respira de teimoso
Um dos poemas que copiei
Veio incompleto
Um dos poemas que imaginei
Veio contaminado pela vida
Pelo esgoto a céu aberto
Uma das vidas que poemei
Uma das letras que pendurei
Nas paredes das delegacias
As professoras
Os professores
Os trabalhadores da educação
As trabalhadoras da educação
Invadem agora este poema
Que eu, poetinha de bosta,
Afinal queria escrever
Eu atirei todas as bombas
Eu lancei todos os gases
Eu soltei todos cães
E o teimoso poema da luta está aqui

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