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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 23 de outubro de 2010

Carta aberta ao companheiro Gilberto Carvalho

Não tenho procuração para defender quem quer que seja, mas afirmo, liminarmente e com a devida ênfase, que um homem com a sua estatura moral e ética, e com sua história de luta honrada jamais cometeria atos ilícitos ou criminosos.

Eu o conheci, Gil, se bem me lembro em 1983, quando eu fazia parte da chapa de oposição que, no ano seguinte, venceria as eleições no Sindipetro PR/SC.

Àquela época, de intensa mobilização e de militância generosa e apaixonada, você era para mim um exemplo de entrega à causa das lutas populares.

Lembro da minha admiração quando soube que você fora seminarista, e por opção, decidiu que deveria viver e trabalhar como os operários e foi morar na Vila São Pedro, um bairro pobre de Curitiba. Tornou-se metalúrgico e decidiu não mais ser padre, e permaneceu por muitos anos morando na Vila. Estive em sua casa umas duas ou três vezes e era uma típica casinha de bairro pobre de Curitiba, mas plena de dignidade, porque ali havia uma família de lutadores do povo.

Construtor do PT lá na periferia, junto ao povo e nas lutas da oposição metalúrgica, as acusações que o esgoto chamado Veja faz contra você, contra um companheiro como você, devem merecer minha mais clara e completa repulsa, além da raiva contra o que está acontecendo nesta campanha sórdida.

Em 2004, quando me desfiliei do PT, o velho Lafa inventou de mandar-lhe o documento no qual explicitei as razões da minha desfiliação e você, por conta da sua formação e do seu caráter, encontrou tempo para mandar-me um e-mail carinhoso que guardo até hoje e, generoso, aceitou e entendeu minha decisão.

Pois quando me esparramo nesta porra deste blog, quando me ponho a pensar com o intestino e a vomitar coisas atrás deste teclado - como já disseram -, é porque não consigo aceitar que homens e mulheres honrados e decentes tenham suas vidas atingidas desta maneira torpe e mentirosa. Não há limites para a campanha josé patife serra e seus aliados midiáticos e do atraso medieval da direita ultra religiosa.

Se fui e sou capaz de defender Dilma Rousseff sem conhecê-la pessoalmente, imagine se deixaria de defende-lo, companheiro e amigo, de modo que afirmo que não acredito nas acusações sórdidas que estão agora a lhe fazer.

Receba minha modesta solidariedade. É pouca coisa, eu sei, mas é o que posso fazer. 

Confio e acredito em você, Gilberto Carvalho. 

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