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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Poemas rompendo silêncios: quinta-feira, 27/01/2011

LIBERDADE PARA OS CINCO, JÁ!

O Ornitorrinco pede a palavra para esclarecer que esta é uma campanha que tem por objetivo a liberdade de cinco cubanos que estão presos injustamente nos Estados Unidos. Quem quiser saber mais deve acessar a Mixórdia de Cuba, onde há blogs e sítios que explicam o caso em detalhes.
A cada dia até 12 de fevereiro, publicarei o poema que corresponda ao dia, escrito na prisão por Tony Rodriguez, um dos cinco, um ano antes, ou seja, entre 26 de janeiro e 12 de fevereiro de 2010.

"Hay cansacio, pero no me rindo.
Hay cortaduras, pero no sangro.
Tanta fatiga, tantos dolores
calmo con el amor de mis sueños,
hechos  de una materia invencible
que no reconocen los guardianes".

“Há cansaço, mas não me rendo.
Há ferimentos, mas não sangro.
Tanta fadiga, tantas dores
acalmo com o amor dos meus sonhos,
feitos de matéria invencível
que os guardiões não reconhecem”.

Quem quiser receber os poemas por e-mail para juntar-se à campanha, debe contatar

Eis o poema de hoje

Miércoles, 27 de enero de 2010
Cuando cierran la puerta de hierro
silbadores vientos de huracán
encima se me echan y me apagan
el candil, parpadeando en mis manos.
La celda se vuelve una laguna
en la que yacen palomas muertas
y por mi trepa su olor a espanto
como si las sombras me embistieran.
Con mi inofensivo corazón
desgarro el silencio congelado,
adelgazo ausencias prolongadas
hasta que la larga noche pasa
y todas las tinieblas se esfuman
envueltas en la luz matutina.

Quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Quando fecham a porta de ferro,
Ventos de furacão assobiam,
Caindo sobre mim e apagam
O candeeiro trêmulo nas minhas mãos
A cela se torna uma lagoa
Na qual jazem pombas mortas
E por mim sobe seu cheiro de espanto
Como se as sombras me atacassem.
Com meu inofensivo coração
Rasgo o silêncio gelado,
Tentando diminuir a prolongada ausência
Até que a longa noite acaba
E as trevas se dissolvem
Na luz da manhã.

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