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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Poemas rompendo silêncios

Eu visitarei Cuba Coraje todos os dias

(link na Mixórdia de Cuba)

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O Ornitorrinco pede a palavra para esclarecer que esta campanha tem por objetivo a liberdade de cinco cubanos que estão presos injustamente nos Estados Unidos. Quem quiser saber mais deve acessar a Mixórdia de Cuba, onde há blogs e sítios oficiais que explicam o caso em detalhes. A tradução pra lá de precária, é deste blogueiro metido e sem noção.

“Minha permanência no Centro de Trânsito Federal de Oklahoma foi longa. Dezoito dias, isolado, em uma cela de um lugar chamado “buraco”, dias que pareceram uma eternidade.
Com um pouco de papel e pedaços pequenos de lápis, fui escrevendo o diário destas jornadas, assim como um grupo de cartas pessoais e muito especiais, nascidas nesta solidão e, parafraseando versos de Juan Ramón Jiménez, diria: “Tú eres dios de tu pecho, tú eres solo Universo, tú eres uno en tu centro”.

Somente uma parte deste diário e uma das nove cartas escritas chegaram ao seu destino. Doeu-me muito e recorri à poesia para recordar o que vivi naquele isolamento e, de alguma forma, repor a perda irreparável. De 3 a 16 de março, já em Florence, nasceram estes poemas, um por dia, e sugiro que sejam lidos como se fossem um único poema (é como dizem que se deve ler os famosos Sonetos de Shakespeare, claro que ressalvando a grande diferença entre essa obra clássica e esta modesta criação). Para estas poesias decidi escrever versos decassílabos com rimas livres, com o mesmo número de versos de um soneto. Não é meu objetivo buscar beleza rítmica, ou estrofes perfeitas, muito menos criar algo novo.

Apenas pretendo levar o leitor até os rincões de minha alma durante aqueles dias de injusto e total isolamento, ainda que também, como dissera Dário: “meu protesto está registrado contra o tratamento e a perda incomum”.

Assim nos fala Antonio Guerrero Rodríguez, nosso Tony, um dos cinco cubanos prisioneiros injustamente nos Estados Unidos, de uma das suas antologias mais dolorosamente concebidas: falamos de “Um lugar de retiro”, que veio a lume no ano passado, graças a uma iniciativa de Editorial Vigía, da Cidade de Matanzas.

Comovido pela grandeza humana que emana destes versos, Silvano, um amigo de Cuba e dos Cinco, teve a feliz iniciativa de publicá-los na Internet –na maior quantidade de sítios e traduzidos para o maior número de idiomas possíveis -  e os poemas que Tony escrevera em sua cela de isolamento logo se transformariam em “Um lugar de retiro”.

A cada dia, propõe Silvano, a partir de 26 de janeiro até 12 de fevereiro de 2011, será publicado em blogs, listas de e-mails e nas páginas digitais ou escritas que o desejarem, o poema que corresponda a este dia, escrito por Tony um ano antes, ou seja, entre 26 de janeiro e 12 de fevereiro de 2010. Em italiano, inglês, francês, português, e até em russo, búlgaro, azerí, chinês, ou alemão, os poemas de Tony navegarão pelo ciberespaço, derrubando muros de silencio.

Que seja esta mais uma forma de  demonstrar aos Cinco nossa solidariedade, nosso carinho, a segurança na certeza de suas ações, e também  de gritar ao Império, de todos os lugares, Liberdade para os Cinco, Já!!!

Falemos como Tony:

"Hay cansacio, pero no me rindo.
Hay cortaduras, pero no sangro.
Tanta fatiga, tantos dolores
calmo con el amor de mis sueños,
hechos  de una materia invencible
que no reconocen los guardianes".

“Há cansaço, mas não me rendo.
Há ferimentos, mas não sangro.
Tanta fadiga, tantas dores
acalmo com o amor dos meus sonhos,
feitos de matéria invencível
que os guardiões não reconhecem”.

Os convidamos a participar desta nova ação poética “Poemas rompendo silêncios” em solidariedade aos Cinco e, muito especialmente, em homenagem a  Antonio Guerrero, um homem que mesmo sob as mais terríveis circunstâncias, nunca perdeu seu valor e seu sorriso.

Quem quiser receber alguma das traduções por e-mail para juntar-se à campanha, contar

Ver Infografía en Cubadebate
La Polilla Cubana

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