De prcequinel@yahoo.com.br
Para que tudo fique bem claro, velhote enganador, para
fazer esta postagem coloquei meu cérebro no modo “desligar” e retirei as linhas
das tomadas de energia para que fosse possível, por breves momentos, que eu
acreditasse em você.
Eu sei que você anda cansado, meu velho, muito especialmente
com os patifes todos que falam em seu nome, e já tenho cópia daquele relatório
de são josé serra atingido reconhecendo que a coisa toda saiu de controle, que
deu merda e coisa e tal e cousa e lousa, de modo que, permita-me a dura
franqueza, nós aqui dos andares de baixo estamos também muito cansados e de saco cheio diante
da sua acintosa inoperância e do seu descaso, velhote enfadado e vagau.
Você não deu a menor bola para as porcarias que um dos
seus intermediários, o abostado pastor norte-americano Harold Camping, está a
obrar desde os anos 90 sobre o fim do mundo, e ele agora “admite ter errado os
cálculos”, mas garante que "um grupo seleto contendo entre 2 e 3% da população do
planeta será arrebatado para o céu em 21 de outubro", e o resto de nós iremos
pro beleléu ou pro inferno, ou seremos condenados a assistir eternamente as
sessões da Câmara de Vereadores de Santa Rita do Cacete a Quatro, ou as missas
da porra da rede canção nova, quiospariu, ó que desgraça!
Bastava, e você sabe disso, apontar o seu dedão
divino e, misericordiosamente, o americano abilolado virava fumaça.
O problema, velhote cínico, é que um bando numeroso
de cristãos, sempre apropriadamente babando e facilmente tangidos para qualquer
lugar, acreditou nas merdas todas que o seu representante obrou fedida e
impunemente, e você, ó, o tempo todo fazendo de conta que a conversa não lhe
dizia respeito, velhote imoral.
Vários dos seus seguidores, e do pastor calhorda, abandonaram
suas casas, poupanças e empregos para se preparar para o fim do mundo. Alguns,
cujos cérebros devem ser menores que o meu, contrataram serviços de empresas
para cuidar de seus bichos de estimação, que seriam deixados para trás.
Segundo o seu representante, velhote venal, o que
houve foi um erro de interpretação e você, misericordioso pra caralho, decidiu
não punir a humanidade (os 97% restantes) com mais cinco meses de sofrimento. Você,
meu velho enganador, é mesmo um safardana, um estelionatário, um patifão.
A partir daqui, religuei e tive que esperar uns
vinte minutos pelo aquecimento das válvulas, porque o meu modelo de cérebro é 1952.
Assim que voltou a funcionar, mesmo com suas já amplamente conhecidas
limitações, minha cacholinha de poucas luzes imediatamente vasculhou os
arquivos e constatou que você realmente não existe, é um formidável embuste.
Delegados da Polícia Federal ou membros do Ministério Público que sejam um pouco mais corajosos bem que poderiam
instaurar, por portaria, o competente inquérito policial.
A acusação? No mínimo estelionato, velho safado.
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