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29 de Agosto
Dia Nacional de Combate ao Fumo
IURI DE CASTRO TÔRRES, na FSP
“A empresa Philip Morris, fabricante do Marlboro,
tem maquiado a mensagem do Ministério da Saúde a respeito dos malefícios do
cigarro que deve estar obrigatoriamente na traseira da embalagem.
Por meio de um cartão que vem acoplado aos maços do
Marlboro vermelho, o consumidor pode, facilmente, esconder as fortes imagens e
frases sobre os perigos acarretados pelo fumo.
Um dos lados do cartão traz a mensagem regular. Ao
virá-lo, no entanto, o consumidor vê uma propaganda que contém uma versão
reduzida da advertência padrão que, por lei, deve cobrir toda a traseira do
maço.
Procurada pela Folha, a Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) informou não ter conhecimento deste caso, mas afirmou que
a prática é proibida.
A agência diz que analisará a irregularidade e, se
for o caso, aplicará as sanções previstas em lei, que vão de multa a apreensão
do produto.
Procurada pela reportagem, a Philip Morris preferiu
não se pronunciar.
Segundo a Anvisa, essa prática já foi utilizada
anteriormente, e a empresa - cujo nome não foi divulgado pela agência - foi
autuada.
Segundo o médico e colunista da Folha Drauzio
Varella, as advertências nos cigarros são importantes e qualquer tentativa de
escondê-las é um crime.
"Estudos mostram que os avisos são
eficazes", diz Varella. "Mesmo que não impeçam as pessoas de fumarem,
pelo menos as informam."
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O Ornitorrinco, ex-fumante de charutos desde 3 de
novembro de 2008, pede a palavra para lembrar que:
1. A indústria de tabaco não passa de atividade
criminosa cujo objetivo central é, simples assim, entregar nicotina.
2. O cartão que esconde o que a legislação
brasileira manda mostrar foi, certamente, discutido numa reunião qualquer da empresa,
presentes diretores e gerentes, movidos por grana na forma de gordos bônus
anuais, e que não tem qualquer compromisso com a vida, com a saúde pública e
com os superiores interesses das pessoas. Depois, a tarefa foi entregue a uma
agência de publicidade, que deu forma agradável à calhordice. Um bando de
rematados lazarentos e filhos-da-puta, que isso fique bem assentado.
3. Não sei como essa gente consegue encarar seus
filhos que são, é claro, mantidos longe do tabaco que seus pais vendem.
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