Eu visito o Urublues todos os dias
Jeff Picanço
(a
Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de
animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a
paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com
Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia
Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary
Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog
fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico
interessado em ciências)
O
comentaristus levianus é um dos organismos fósseis mais comuns do
permiano inferior. Segundo alguns dos maiores estudiosos da espécie,
como F. VaiaMerdrov, estes vermes proliferavam em redes infectas,
ocupando um nicho muito particular, de águas turvas e redutoras. As
características da espécie indicam pouca acuidade visual, cérebro pouco
desenvolvido e dedos longos característicos, que os permitiam longas
jornadas de digitação frenética e sem descanso.
Segundo um
dos seus maiores estudiosos, o general Golbery do Couto & Silva, em
seu livro “Malufismo, etapa superior do Adhemarismo”, os c. levianus
mais primitivos alimentavam-se dos excrementos de espécimes populistas
como o carlus lacerdis e o janius quadrius. Quando surgiram, no inicio
do permiano, ocuparam rapidamente os nichos de outras espécies de
comentaristus, como o c. fanaticus, o c. raivosus e o c. homofobicus.
Juntando as características destas três espécimes, os comentaristus
levianus foram ocupando nichos paleoecológicos importantes nas partes
mais profundas e menos oxigenadas dos mares permianos. Segundo as
últimas descobertas, em seu período de maior apogeu, os comentaristus
levianus se alimentavam de excrementos de animais ainda mais rasteiros e
de capacidade cerebral ainda menor que os precedentes, como o reinaldus
azevedus ou o diogus mainardii, então muito comuns neste tipo de
ambiente.
Os
primeiros exemplares fósseis do comentaristus levianus foram
primeiramente descritos no século XVIII pelo paleontólogo francês
Silvousplez . Diderot, numa carta a Silvouplez, foi o primeiro a notar
que o comentaristus levianus deveria ter vivido em ambientes anóxicos,
onde era pouco comum a entrada de luz e oxigênio (Diderot, carta a
Silvouplêz, Editions du Sans Porvir).
F.
Vaiamerdrov, eminente paleontólogo imaginário soviético, estudou a fundo
o comentaristus levianus, não sem antes passar longas temporadas
(in)voluntárias na Sibéria, onde encontrou numerosos exemplares fósseis.
No entanto, em camadas à esquerda do rio Volga, nos Urais, Vaiamerdov
descobriu fosseis de comentaristus levianus formando comunidades com o
patrulheirus ideologicus, outra espécie nefasta que evoluiria até o
triássico médio. Juntamente com o politicamenticus correctus, estes
organismos ocupariam todos os mares permianos.
No entanto,
o c. levianus não tinha predadores à altura, uma vez que os mares
estavam infectados e muito escuros, e prosseguiam fazendo muito estrago
nestes ambientes. Não tinham dó de nenhuma espécime doente ou mutilada, e
as perseguiam até matá-las com grandes doses de enzimas que secretavam,
como a preconceituose e a revanchose (Silva, 2002, 2006; Roussef,
2010).
Para Vaiamerdov (Congresso de Paleontologia Imaginária de Vladivostok, 1956), o que acabou extinguindo o c. levianus
foram as mudanças no ambiente geradas a partir do final do permiano.
Com a oxigenação dos oceanos a partir da ruptura do Pangea, acabaram com
os ambientes estagnantes e sem luz. Com isso, e precisando se expor em
ambientes mais iluminados e menos estagnados, os comentaristus levianus, sem a proteção do anonimato, não tiveram nada de interessante a propor, e acabaram por se extinguir rapidamente.
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O Ornitorrinco Desconhecido pede a palavra para lembrar aos quase 7,6 visitantes diários (média) deste barraco virtual que o Urublues é um dos melhores blogs que eu frequento, meus caros. Imperdível. Vivo reclamando que Jeff escreve muito pouco, mas, quando o faz, sai de baixo. Repito: imperdível.
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