SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 10 de março de 2012

Eu quero é quibe cru!

Copiei do facebook de Bruno de Torres

 

E digo mais, prezados e letais vegetarianos e veganos, digo muito mais.

Um boi, um porco, um carneiro, um frango, um polvo ou uma sardinha são todos dotados de meios de locomoção e, pelo menos em tese, podem tentar fugir, sem contar que os animais terrestres podem fazer um grande furdunço, guinchando, mugindo, cacarejando, balindo, esperneando, de modo que um vegano vigilante talvez possa interromper a matança.

Já uma alface, uma abóbora, uma couve, um brócolis, um nabo, um suculento giló, coitados, suas vidas são ceifadas quando são separados das suas raízes por um golpe certeiro de uma lâmina afiada e cruel, e são apartados da mãe terra forever, e não emitem um som qualquer, nem um murmúrio de socorro, de modo que os comedores de luz essencial da cosmovisão (?) não poderão impedir a matança.

Além do mais, um boi enfezado sempre pode dar uma bela de uma chifrada no seu algoz, talvez até matando-o, uma espécie de justiçamento praticado pelas forças da imaterialidade desconexa e superior do útero da mãe-terra.

Nunca soube, entretanto, que uma pobre e indefesa alface, essa mesma que você está a devorar com cara de orgasmo cósmico esverdeado, nunca soube, eu dizia, que uma alface ou um brócolis tenham conseguido fugir do seu horrível destino.

A propósito, pelo menos use um azeitezinho de boa qualidade, vegano da luz azulada da viagem tântrica da clorofila: a alface que jaz em seu prato merece. 

3 comentários:

Meu Contos Teus Poemas disse...

Não Comerei da Alface a Verde Pétala

Vinicius de Moraes


Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem maior aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.


(Iludia-se o poeta. Num tempo em que as coisas andaram meio pretas, ele teve que se enquadrar direitinho e andou comendo legumes na água e sal como qualquer outro).


Extraído do livro "Para Viver um Grande Amor", Livraria José Olympio Editora S. A.- Rio de Janeiro, 1984, pág. 84.

Postei a poesia, senhor carnívoro, que em tudo condiz com seu texto, para lembrar da transitoriedade da vida, tanto para os vegetarianos quanto para os carnívoros. Ao fim e ao cabo, como dizes, todos nós viraremos adubo!

PAULO R. CEQUINEL disse...

1. Sim, sem dúvida, em adubo nos transformaremos, e aceito este destino desde q1ue as autoridades cumpram rigorosqamente a legislação.
2. E por falar nisso, estou aqui a pensar no jantar. Que tal calabresa assada na chapa, 2 ovos, bacon em fatias crocantes e, para contrabalançar, fatias generosas de pão 14 grãos, tudo isso com chá bem gelado?

Incredible Crazy Popolska, "the cara" of kitchen disse...

Não sei se devo ou posso me meter, mas....

Já que estou mesmo dando uma passadinha por aqui, vamo lá.

Seu Cequinel, levaste uma bela duma paulistinha, seguida de uma rarsteira e logo depois um perfeito mata leão da Dona Sônia hein?

E ainda vem com esse papo furadinho de ovos e toucinho defumado fritos...

é meu carismático amigo, não se pode ganhar todas, ainda mais e principalmente neste contexto!

Abraços e bom final de domingão (no cardápio, imagino ovos cozidos e sem sal e mais alguns legumezinhos ao vapor) triste, muito triste!