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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Compra coletiva: seus escravos muito mais em conta, cristão!

Copiei a imagem daqui
 
Com a divina clareza que o caracteriza - e nem poderia ser diferente, é claro! - deus proclama que "E quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das nações que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas."  (Levítico 25,44).

Assim, como estamos precisando de mão-de-obra bem baratinha aqui em casa, decidimos comprar uma dúzia de escravos e de escravas, e o faremos em Guaraqueçaba, neste final de semana.
 
Até o final do ano a ideia é reunirmos todos os cristãos necessitados para que aluguemos um grande barco, que será ungido pelo padre e pela pastorzada, de modo que possamos trazer logo uns duzentos servos lá daqueles ermos e, talvez até o meio do próximo ano, possamos organizar uma grande e santa expedição para obtenção de escravos argentinos, que arrotam ser los mejores del mundo.

Os interessados devem contatar nosso Ouvidor-Geral Surdinho.

Um comentário:

Jeff Picanço disse...

CAmarada:

voce vai acreditar: era exatamente assim que os paulistas faziam aqui em paranaguá: vinham de barco caçar escravos; depois, quando fundaram Paranaguá, a caça ficou mais perto; ainda não tenho certeza, mas existiram na baia de Paranaguá pelo menos dois aldeamentos de índios "administrados", que era o eufemismo que se usava pra escravidão. A escravidão indígena era só formalmente proibida; na pratica, todos tinham seus escravos tapanhunos, os "negros da terra" em contraposição aos negros que vinham de fora.
andando pela periferia das nossas cidades, pode-se ver muito bem os genes desses antigos escravos andando de bicicleta, jogando bola ou, o que é mais comum, trabalhando duro. E, ainda por cima, sendo desvalorizados como preguiçosos, vagabundos, pois assim o preço do trabalho fica mais em conta. Que zumbi seja aqui...abraços