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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Mesmo se eu fosse judeu



MESMO SE EU FOSSE JUDEU

seu eu fosse judeu
mesmo assim
não amaria o Estado de Israel
esta invenção da ONU
esta artificial geografia
pontiaguda
como punhal
no coração do mundo
esta cratera aonde ferve
a sopa primordial do ódio
o amor é outra coisa
é uma clorofila quente
que arde no lado certo da vida
falaram-me das crianças nos guetos de Varsóvia
e sangrei meus olhos só de imaginar
aqueles horrores injustificados
mas quando se tratou da carnificina contra crianças
dos guetos palestinos
me pediram que fechasse os olhos
como quem fecha janelas
digo não, mil vezes não
o que exijo
é que mude a paisagem
ao invés da venda escura
que me oferecem.

Samir Al Hassam, poeta libanês

(tradução livre do francês por AGH em dez/2013)

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