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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Poema dos vagões

As mulheres são agredidas? Vagão rosa.
Os negros são agredidos? Vagão negro.
Os índios são agredidos? Vagão índio.
O povo LGBTT é agredido? Vagão LGBTT.
Os comunistas são agredidos? Vagão comunista.
Os petistas são agredidos? Vagão petista.
Os sem terra são agredidos? Vagão sem terra.
O povo candomblé é agredido? Vagão candomblé.
Os loucos são agredidos? Vagão dos loucos.
O povo sem teto é agredido? Vagão sem teto.
O povo pobre é agredido? Vagão dos pobres.
E os agressores?
Nada, ou pouca coisa, ou porra nenhuma.
Os agressores são livres e felizes.
Os agressores têm o direito de agredir.
Podem agredir quem estiver fora dos vagões.
Os agressores são livres.
Os agressores são felizes.
Os agressores avisam: fiquem aí dentro dos vagões.
Fiquem nos vagões que concedemos.
Se estiverem fora dos vagões e forem agredidos, serão culpados.
Não saiam dos vagões concedidos.

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