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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 18 de setembro de 2010

Para Tutuca Gouvea, respeitosamente

(Para quem não é de Antonina e quer saber mais sobre o pensamento vivo de Tutuca Gouvea, 
acesse o Blog do Tutuca e o Blog do Reginalgo Gouvea (vá em Leituras) 


O que reproduzo são trechos que este blogueiro lambeu do site da revista Veja, que acesso sempre com roupas especiais, máscaras de proteção, luvas e todos os equipamentos necessários para impedir que eu seja contaminado pelos excrementos produzidos em larga escala naquela fábrica de imundícies.


Veja, a produtora de excrementos disse: 
"A revista relata o episódio em que o jovem advogado Vinicius de Oliveira Castro, sócio do filho da ex-ministra Erenice, se surpreendeu ao encontrar 200 000 reais na gaveta de sua mesa de trabalho. “Caraca! Que dinheiro é esse? Isso aqui é meu mesmo?”, disse. Como mostra a reportagem, o dinheiro era propina distribuída aos funcionários do ministério para que eles mantivessem silêncio sobre esquemas de corrupção - ou colaborassem com eles. Um colega mais experiente explicou: “É o ‘PP’ do Tamiflu, é a sua conta. Chegou para todo mundo”. ‘PP’ significa propina no linguajar da repartição.  Tamiflu é um medicamento utilizado para combater gripes, em especial a suína. Dias antes, em 23 de junho, o governo fechara um contrato de 34,7 milhões de reais para compra emergencial do remédio. Temia-se, na época, que a gripe suína pudesse se transformar numa epidemia.
A história foi revelada a VEJA por um amigo de Vinicius que trabalhava no governo e por seu tio, Marco Antonio Oliveira, então diretor de Operações dos Correios. Os dois depoimentos foram gravados pela revista. Vinicius relatou ao tio, sem dizer nomes, que outros três funcionários da Casa Civil receberam os pacotes de 200 000 reais. “Foi um dinheiro para o Palácio. Lá tem muito negócio, é uma coisa”, afirmou. Para receber o valor, o ex-assessor da Casa Civil (que pediu exoneração na segunda-feira) explicou ao tio que não precisou fazer nada. “Eu avisei que, se ele continuasse desse jeito, ia sair algemado do Palácio”, disse a VEJA o ex-diretor dos Correios".

Eu, sem ter o que fazer, além de pensar, comento:
1. O Tamiflu é produzido por um único laboratório, meus amigos, ou seja, não havia nenhum concorrente interessado, e nem poderia haver. Por quais cargas d'água, pergunto eu, mal iluminado por minhas poucas luzes, o laboratório teria que pagar propinas para garantir a compra de um produto que só ele fabrica?
2. Essa é phoda. O servidor corrupto chega pela manhã e, que susto!, encontra assim do nada 200 mil reais na gaveta! E chama o colega mais experiente, e também corrupto, é claro, que explica que a grana é a PP do Tamiflú. Quiospariu, vou abrir todas as gavetas aqui de casa, todas as manhãs, e espero encontrar, assim do nada, não 200 mil, mas uns quinhentão todo dia, que já estará de bom tamanho.
3. Sim, é claro, entrar no Palácio do Planalto com pacotes de 200 mil reais é mesmo uma moleza.  É assim: eu chego no Palácio do Planalto, tem lá um porteiro meio velhote e sonolento, parecido com aqueles de hotel de alta rotatividade,  digo que vou falar com o Lula e o velhinho me orienta a descer no terceiro e tomar a esquerda quando sair do elevador, bater na porta do gabinete, pedir licença e entrar. Só tucaninhos-esverdeados leitores de Veja podem acreditar numa merda dessa. Os caras da Casa Civil são corruptos, o pessoal da segurança é corrupto, o Batalhão da Guarda Presidencial é inteiramente corrupto, o Lula é corrupto, o pessoal da cozinha e da copa é corrupto, todo mundo é obviamente corrupto, de modo que o moto-boy dos corruptores chega na portaria do Palácio do Planalto, uma mochila encardida e estufada nas costas, avisa que vai entregar os capilés de praxe e sobe, e distribui a porra dos pacotes aos funcionários, e sai sem que nenhum servidor do Palácio do Planalto pergunte o que ele estava fazendo. Aposto que na semana que vem Veja e a Folha dirão que o tal moto-boy não pode ser identificado porque sempre que entrou e circulou pelo Palácio do Planalto estava de capacete.
4. E o o cara que recebeu o capilé - dentro da gaveta, assim do céu! -,  disse ao tio que não precisou fazer nada! Quer dizer, o cara é corrupto, a grana era do Tamiflú,  o movimento de entrega de pacotes para os funcionários era, pelo jeito, intenso, mas o sujeito não lembra de ter feito a maracutaia! 

Bem, eu reconheço ter poucas e fracas luzes, meus amigos, de modo que posso estar sendo engambelado pela propaganda da ditadura petista-lulista-dilmista-chavista-fidelista-evomoralista. Agora, acreditar nisso não dá! 

Bom, prezado Tutuca Gouvea, não me decepcione: eu acredito, eu sei  que você é inteligente. Pense. Você verá que não deforma, não solta as tiras e não tem cheiro.

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