Se o seu caso votar no Serra, o problema é seu.
Agora, se o seu caso é votar certo, o problema é
nosso.
O tucano eleitor de serra é um problema social de
proporções dramáticas. Os atingidos pela síndrome não dormem direito, têm
problemas de relacionamento com sua própria família (há casos de
rejeição, por parte de filhos e cônjuges), têm palpitações e pesadelos. Em suma, o eleitor tucano é profundamente infeliz.
Pesquisadores da Chechenia (calma, não é o que você está pensando) descrevem que os
primeiros sintomas costumam manifestar-se cerca de um ano antes das eleições:
falta de ar e de apetite, palidez acentuada, suor nas mãos, ansiedade. Nesta
fase, o tratamento pode resultar em cura mais rapidamente.
Na fase mais aguda a cura é mais complicada. Neste
estágio os sintomas são acreditar piamente no que a revista Veja e o PIG publicam,
afirmar que estamos caminhando para uma ditadura, ter pesadelos com estrelas e lulas subindo pelas
paredes e, em alguns casos, podem ocorrer desmaios diante da simples visão da
foto de um barbudo qualquer. O tratamento requer internação e, até recentemente
alguns psiquiatras defendiam, nesta fase da doença, a aplicação de terapias de
choque. Esta forma de tratamento, contudo, vem sendo abandonada.
Dados indicam que o país gasta, por ano, mais de 10
bilhões de dólares com a doença, considerando-se os custos com diagnóstico,
profilaxia, internação, acompanhamento final e indenizações diversas.
Mas, para estes infelizes brasileiros e brasileiras,
finalmente uma boa notícia. Surgiu uma terapia revolucionária: os Grupos de Tucanos
Anônimos, os TA. Já há, inclusive, registros de curas totais e centenas de
recuperações parciais. Selecionamos alguns depoimentos.
J.A.F. (37 anos): “eu
não tinha paz, minha vida era um inferno. Comecei votando em vereadores do psdb
e, quando dei por mim, estava completamente viciado nisso. Contei meu drama nas
reuniões e todos me entenderam. Hoje sou um homem feliz, minha família me respeita,
os vizinhos e amigos voltaram a falar comigo. Recomendo o tratamento”.
C.V.S. (23 anos): “minhas
namoradas me abandonavam quando descobriam que eu era viciado e dependente.
Minha primeira namorada, o único e verdadeiro amor da minha vida, quando soube
do meu vício desesperou-se e entrou para um convento. Meus amigos me evitavam.
Minha dependência era tão grande que pelo menos umas três vezes eu invadi a escola onde voto e tentei votar
no psdb no mês de janeiro, quando não havia eleição alguma. Uma vergonha. Mas
agora tudo mudou. O tratamento nas reuniões do TA me recuperou totalmente. Hoje
sou um novo homem”.
M.G.S (27
anos): “eu ainda não me curei
totalmente, mas estou muito animado: já participei de uma carreata de uns
petistas aqui da cidade, e tenho comparecido a todas as atividades da campanha,
sem nenhuma recaída, acho que não voto nem no beto richa, nem no serra, que
deus me ajude. As reuniões são ótimas e acredito que estarei completamente
curado nas próximas semanas”.
Se você conhece algum tucano não o abandone. Converse
com ele, especialmente aqueles que não reconhecem o seu próprio vício, que são
os casos mais graves, e devem merecer nossa atenção. Sugira que eles procurem a
terapia oferecida por um governo de corte popular e democrático, a única que
pode curar o vício e a dependência. Convide-o a comparecer nas reuniões dos
grupos de Tucanos Anônimos.
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