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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Nordeste não trocou o voto pelo miolo do pão

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É com esta frase que Mauricio Dias, na coluna “Rosa dos Ventos”, da Carta Capital desta semana, conclui o artigo “Desconstrução do preconceito – não resulta do Bolsa Família o voto nordestino pró-Dilma, ainda maior no segundo turno.

Trata-se de observação exata, para este momento de mistificação generalizada, quando, segundo Boff, finalmente, a verdade vencerá a mentira.

Foi a Folha (*), sempre a Folha, de apropriadas ambiguidades, que, outro dia, ao dedicar 158 páginas a um resultado do Datafalha – nenhum país do mundo leva pesquisa eleitoral tão a sério quanto o Brasil do PiG (**) – , denunciou que a Dilma só existe por causa do Nordeste.

É o que, uma vez ouvi do Caio T. (de “Tartufo”) Costa, ao analisar a vitória do Lula (por 61% a 39%) contra o Alckmin: Lula não ganhou no Brasil, mas no Nordeste.

É assim a elite branca e separatista, no caso da elite paulista – e seus fâmulos – , uma espécie de Liga Norte do Berlusconi.

A doutrina da Revolução de 1932 voltará no dia 1º. de Novembro, quando a Folha “analisar” o resultado.

Cabe, então, preventivamente, ler o que o Mauricio Dias escreveu, a partir de considerações da respeitada professora Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco.

Os beneficiários do Bolsa Família – que mereceu tantos elogios de Mônica Serra – não são suficientes para explicar a votação da Dilma.

Há outros produtos da administração Lula para explicar o fenômeno da adesão do Nordeste a Lula e a Dilma, lembra a professora Bacelar.

O comércio varejista cresceu no Nordeste mais do que no Brasil inteiro.

A Petrobrás investiu maciçamente na região, a começar pela refinaria Abreu e Lima, em Suape.

Clique aqui para ler “Suape – Pernambuco faz uma revolução”.

Os investimentos do PAC.

A Transnordestina.

Pecem.

Os estaleiros.

Lula, segundo a professora Bacelar, quebrou o mito de que a “a agricultura familiar era inviável”.

Ela é responsável por três de quatro empregos gerados no meio rural de todo o Brasil.

“O Nordeste liderou  o crescimento do emprego formal no País, com 5,9% ao ano, entre 2003 e 2009, taxa superior à de 5,4% do Brasil como um todo e do Sudeste, que foi de 5,2%.”

A elite branca (e separatista, no caso de São Paulo), como diz outro pernambucano sábio, Fernando Lyra, “não pensa o Brasil”.

Basta ver o Serra na televisão.

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


O ORNITORRINCO pede a palavra para dizer que quando perguntam eu respondo e, para que tal mister seja alcançado, penso dolorosamente com meu intestino, tanto o grosso quanto o delgado. Permanecem falando mal de Lula e de Dilma, não conseguem defender o patife indefensável do serra e eu, ó, só cortando desajeitado as bolas levantadas, sempre com a indispensável ajuda de gente muito mais gabaritada que eu. Cansa um pouco, mas é minha sina, triste sina.

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