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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Poemas rompendo silêncios: quarta-feira, 26/01/2011

LIBERDADE PARA OS CINCO, JÁ!

O Ornitorrinco pede a palavra para esclarecer que esta é uma campanha que tem por objetivo a liberdade de cinco cubanos que estão presos injustamente nos Estados Unidos. Quem quiser saber mais deve acessar a Mixórdia de Cuba, onde há blogs e sítios que explicam o caso em detalhes.
A cada dia, a partir de hoje e até 12 de fevereiro, publicarei o poema que corresponda ao dia, escrito na prisão por Tony Rodriguez, um dos cinco, um ano antes, ou seja, entre 26 de janeiro e 12 de fevereiro de 2010. Em italiano, inglês, francês, português, e até em russo, búlgaro, azerí, chinês, ou alemão, os poemas de Tony navegarão para derrubar muros de silencio.
Que seja esta mais uma forma de  demonstrar aos Cinco nossa solidariedade, nosso carinho, a segurança na certeza de suas ações, e também  de gritar ao Império, de todos os lugares, Liberdade para os Cinco, Já!
Falemos como Tony:
"Hay cansacio, pero no me rindo.
Hay cortaduras, pero no sangro.
Tanta fatiga, tantos dolores
calmo con el amor de mis sueños,
hechos  de una materia invencible
que no reconocen los guardianes".

“Há cansaço, mas não me rendo.
Há ferimentos, mas não sangro.
Tanta fadiga, tantas dores
acalmo com o amor dos meus sonhos,
feitos de matéria invencível
que os guardiões não reconhecem”.

Quem quiser receber os poemas por e-mail para juntar-se à campanha, debe contatar

Eis o poema de hoje

Martes, 26 de enero de 2010
Sucede que la injusticia sigue.
Sucede que llevo caja negra.
Sucede que soy yo quien lo dice.
Sucede que quisiera que me creas.
Sucede que vuelo sin temores.
Sucede que sacudo mis venas.
Sucede que dos soles se cruzan.
Sucede que oscurecen las piedras.
Sucede que el olor no es de campos.
Sucede que mi hora tiene dueño.
Sucede que se unen las paredes.
Sucede que un hermano sonríe.
Sucede que me nace en el pecho
una serenidad y sucede.

Terça-feira, 26 de janeiro de 2010
 Acontece que a injustiça continua.
Acontece que tenho a caixa preta.
Acontece que sou eu quem fala.
Acontece que urge que você acredite.
Acontece que voo sem medo.
Acontece que  tremem minhas veias.
Acontece que há dois sóis que se encontram.
Acontece que as pedras escurecem.
Acontece que o cheiro não é o do campo.
Acontece que a minha hora tem dono.
Acontece que as paredes se encontram.
Acontece que um irmão sorri.
Acontece que nasce no meu peito
Uma serenidade e acontece.

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