Eu visito o Diário Ateísta todos os dias
Escrito por Carlos Esperança
Embora tenha recorrido mais ao fogo do que à água, prefira a
incineração ao banho e se dedique ao charlatanismo mais do que à
ciência, a ICAR está longe da boçalidade do islão.
Os padres da ICAR, libertos da tonsura que os marcava como
propriedade da Empresa, à semelhança do ferro que as ganadarias usam, os
padres – dizia -, comportam-se hoje como pessoas normais enquanto não
são solicitados a debitar os horrores eternos que o patrão reserva aos
hereges, sacrílegos e apóstatas.
Aliás, a civilização atenuou-lhes o ímpeto purificador que, na ânsia
de salvar almas, os levava a estorricar corpos. E, assim, foi
esmorecendo o desejo de converter ímpios à custa da tortura e a pia
intenção de espalhar a boa nova eliminando relapsos.
A ICAR não é o bando de santos que fabrica com desvelo, a máquina de
obrar milagres oleada com emolumentos das dioceses que submetem
bem-aventurados à canonização, é uma empresa que vive do negócio da fé,
da fábula de Cristo e do medo do Inferno.
Pior do que o clero católico são os judeus de trancinhas à Dama das
Camélias, pastores evangélicos dos EUA e os mullahs. Pior que os bispos
espanhóis são os talibãs do islão e só o Papa pede meças aos Ayatollahs.
Claro que a tara das religiões monoteístas está no coração dos mais
pios, na cabeça dos prosélitos e na acção dos cruzados obsoletos que
querem expandir a fé.
É por isso que a ICAR conta na galeria dos horrores, alguns com
milagres averbados e lugar reservado nos altares, sórdidas criaturas de
escassa virtude e santidade.
Stepinac e Pavelic, Escrivà e Franco, Videla e Pinochet, Salazar e
Moussolini, Bernard Law e Hans Hermann Groer, Marcincus e Rouco Varela,
Voityla e Rätzinger, são grãos da seara arroteada pela ICAR.
Stepinac esteve ligado ao campo de extermínio de Jasenovac, comandado
pelo franciscano Miroslav Filipovic, o Frei Morte no lúgubre testemunho
dos sobreviventes ortodoxos sérvios. JP2 canonizou o carrasco católico e
desprezou os mártires sérvios vítimas do campo de horror de Jasenovac.
É esta gente, este bando de fanáticos e assassinos que a Igreja vai
procurando branquear como se fossem beneméritos ou, pelo menos, cidadãos
recomendáveis.
O Ornitorrinco pede a palavra para reconhecer que sim, a santa madre lava mesmo mais branco. O problema insolúvel deles, entretanto, é o fedor nunca completamente eliminado.
Oh, que fedor! |
Nenhum comentário:
Postar um comentário