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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Enólogo Oficial do Partido, risoto de bacalhau, pinot noir e Carlos Paredes

Vi um pouco de Brasil X Gabão e o gramado é muito pior do que o do glorioso estádio do 29 de Maio aqui de Antonina. Que horror, meus amigos. A decadência da selecção é assustadora. Breve, vira fazer um amistoso com o Gallu's Bar, não duvidem e, se tiver navio no porto, ó, ninguém verá a partida. Anotem e cobrem. 
Acabo de jantar um magnífico risoto de bacalhau, famintos internautas. Soninha resolveu radicalizar e preparou a iguaria em plena quinta-feira, um calor dos diabos e eu comi feito um frade destrambelhado que, depois, pagará muito caro pelo tenebroso pecado da gula, incluindo não apenas a eternidade no inferno mas, pior que tudo, os preços escorchantes de médicos e aqueles exames todos, um horror!
Abri um vinhote argentino Lavaque, 2010, Pinot Noir (R$ 16,00), casta diferente e não muito disponível e, se eu fosse o enólogo-chefe do Partido e escrevesse no jornal oficial, lá pelos anos 60, eu diria mais ou menos o que segue.

Varietal revolucionário de cor avermelhada-partidária, com intensos aromas das axilas das nossas agricultoras do povo que garantem a produção de trigo e a faina das ordenhas, com delicado paladar dos sonhos da juventude organizada. Um tinto jovem e, como é adequado, produzido em consonância com as diretrizes superiores do Ministério da Produção Vinícola e do II Congresso do Partido. Na boca das massas desenvolve uma intensa e perfeitamente planejada sequência de dizeres populares, dos discursos de Lenin às diretrizes de Stalin, com perceptíveis notas de carvalho soviético novo.

Em homenagem ao risoto magnífico de Sonia e ao vinhote de boa qualidade, ofereço aos internautas desavisados um pouco de música portuguesa. Carlos Paredes é um dos meus favoritos. O gajo é bestial! Apreciem.



Um comentário:

Polaco Doido disse...

Seu Cequinel.
Eu aqui, paradinho, hoje só na cerveja (tá um calor danado em Curitiba) acho que o Pimot Noir é vinho de “gente fresco,” Mas vá lá, beleza, o que realmente importa é o prazer da garrafa. Não é?

Dos argentinos, digo apenas que o syrah dos cara é imbatível, não importa se é uma garrafa de R$10 ,00 ou R$60,00 (meu orçamento não permite nada além disso), mas parece que essa variedade foi criada especialmente para a terrinha dos hermanos.

Porem, o risoto de bacalhau...

meu! Eu aqui com franguinho, batata e feijão branco. me deu uma pontinha de inveja.

Serei obrigado a comprar um pinot amanhã...

O risoto de bacalhau... só quando sobrar algum...