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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Ornitorrinco Jingle Bells, tomado pelo espírito de natal (blearghhh!!!), pergunta às viuvinhas sem-porvir de são josé serra atingido, de santa marina esverdeada e de santa heloísa helena do trotsquismo-udenista: e então, meninas, como é que ficamos?

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Famílias midiáticas estão na cola do Amaury. Saiba por quê


Há anos que o senhor X, vez por outra, fornece informações de dentro do ventre do dragão midiático. Ele trabalha em um desses prostíbulos dos barões da mídia. Mas, como muitos que ali ganham o pão de cada dia, garanto que não faz “programa”, pois se dedica tão-somente a tarefas decentes, o que o obriga a se manter longe da cobertura política.
As notícias que tenho para o jornalista Amaury Ribeiro Jr. não são boas – ainda que ele ao menos já intua o que revelarei, se é que não sabe mais do que vou dizer a seguir: está aberta a temporada de caça ao autor de A Privataria Tucana.
As redações da imprensa golpista enveredaram por uma busca frenética de elementos que possam ser usados contra ele devido ao fato de que agora que se sabe que a filha de Serra  também responde a inquérito a acusação de que o jornalista está sendo investigado por supostamente ter feito dossiê contra Serra no ano passado não basta para desqualificá-lo. É preciso mais. Bem mais.
Mas, enfim, o post não é só sobre isso. É, também, para explicar a razão pela qual a mídia quer distância do tema Privataria Tucana. E para que se possa entender por que, voltemos a diálogo travado em 1998 entre o então presidente Fernando Henrique Cardoso e o seu ministro das Comunicações, o Mendonça de Barros, no auge da privataria:
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Mendonça de Barros – “A imprensa está muito favorável, com editoriais…”
Fernando Henrique Cardoso – “Está demais, né? Estão exagerando, até.”
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A conversa, registrada em gravação, foi noticiada  aqui quatro anos depois, na coluna da ombudsman da Folha.
Essa conversa foi gravada ilegalmente, mas veio à tona à época e foi largamente reproduzida pela imprensa, tendo levado à queda do ministro. FHC jamais foi cobrado pela imprensa que disse que lhe era tão “favorável” que até “exagerava”. E exagerava mesmo. O apoio da mídia ao governo FHC foi escandaloso.
Enquanto isso, a mesma mídia dizia que o PT, agora na oposição, era adepto do “Quanto pior, melhor”. Hoje em dia, diz que a oposição está apenas cumprindo com seu papel “republicano”. Ou seja: o PT era inaceitável para Globo, Folha, Veja e Estadão até quando era oposição. O PT, para esses veículos, simplesmente não deveria existir. Deveria ser posto na ilegalidade.
Mas por que a mídia defendia – e continua defendendo – tanto a privataria tucana? Simples, porque enquanto publicava editoriais aos quais FHC e Mendonção se referiram naquelas gravações, tratava de fazer bons negócios com o que estava sendo vendido a preço de banana.
Veja a seguir, leitor, cada negócio que esses barões da mídia tão zelosos com o dinheiro público fizeram na época da privataria tucana enquanto a defendiam sem informar aos seus leitores que tinham interesse direto no que estava sendo doado pelo governo ao setor privado.
A família Mesquita, do Estadão, saiu do processo de privatização como sócia da empresa de telefonia celular BCP (atualmente, Claro) na região Metropolina de São Paulo. O Grupo OESP (Estadão) ficou com 6% do consórcio, o Banco Safra com 44%,  a Bell South (EUA) com 44% e o grupo Splice com 6%.
Já a família Frias, dona da Folha de São Paulo, aproveitou a liquidação da privataria para adquirir opção de compra de 5% do consórcio Avantel Comunicações – Air Touch (EUA) 25% e grupo Stelar mais 25% -, que ficou com 50% da telefonia paulistana, tendo a construtora Camargo Correa comprado mais 25% e o Unibanco os 25% restantes.
Finalmente, a família Marinho. Mergulhou fundo na Globopar, empresa de participações formada para adquirir parte da privataria, tendo comprado 40% do consórcio TT2, que disputava a telefonia celular nas áreas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ficando o resto com a americana ATT, que comprou 37%, com o Bradesco, que comprou 20%, e com a italiana Stet, que se contentou com 3%.
Os Marinho também abocanharam o consórcio Vicunha Telecomunicações, que envolvia telefonia celular na Bahia e em Sergipe. A Stet (Itália) ficou com 44%, o Grupo Vicunha com37% e a Globopar e o Bradesco com 20%.
Abaixo, a tabela de participação de cada empresa no processo de privataria da telefonia, o apetitoso Sistema Telebrás, que os barões da mídia defenderam no Estadão, no Globo e na Folha sem informarem aos seus leitores que estavam envolvidos nos negócios que adviriam da venda de patrimônio público.

Quem quiser conferir melhor essa divisão do saque ao patrimônio público que o livro A Privataria Tucana denuncia, pode acessar o estudo “INVESTIMENTO E PRIVATIZAÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL: DOIS VETORES DA MESMA ESTRATÉGIA”. Não contém opiniões, contém fatos – quem comprou o quê durante o processo de privatização do governo FHC.
Como se vê, a mídia tem todas as razões do mundo para temer uma investigação que, para ser totalmente franco, deveria ter sido aberta pelo governo Lula no primeiro dia de 2003, tão logo o poder finalmente mudou de mãos no Brasil. Mas a grande maioria do governo do PT achou que evitaria uma guerra com a mídia e a oposição se prevaricasse e não investigasse nada.
Deu no que deu.

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O Ornitorrinco Jingle Bells, tomado pelo espírito de natal (blearghhh!!!), pergunta às viuvinhas sem-porvir de são josé serra atingido, de santa marina esverdeada e de santa heloísa helena do trotsquismo-udenista: e então, meninas, como é que ficamos? Façam as contas e comparem o mensalão (que teve investigação, denúncia do MPF e tem hoje réus, alguns até muito graúdos, sendo submetidos ao devido processo legal) e o escândalo da privataria. Silêncio profundo, as meninas dormiram ou estão ocupadas com presépios, canções natalinas e mensagens de paz e amor.

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