Detalhe do saco do padre |
Falo isso porque o patifezinho marcos de batina, sem citar meu nome, proclamou na Câmara Municipal que sou "um aposentado que recebe o seu todo mês e não está nem aí para o bem comum, mas apenas cuida dos seus interesses".
Mas não estou aqui para falar de minha desimportante, maléfica e aposentada pessoa.
Lembro que era já fim do dia e chovia um pouco quando chegou um caminhão com uma carga de donativos. Imediatamente fizemos uma corrente de homens para descarregar as coisas e eu era o primeiro da fila, estava junto ao caminhão.
Mas, para meu azar, coube-me o "prêmio" daquela carga: uma porra de um saco de batatas, de 60 kg, prezados.
Eu não tinha como pegar e passar para o seguinte da fila, então não teve jeito: obriguei-me a carregar o saco nas costas.
Nada de extraordinário, é claro. Caminhei, se tanto, uns dez metros e larguei o saco por ali, e tudo seguiria seu curso se uma pessoa não tivesse prestado completa atenção na cena.
Vera Andreotti, nossa formidável e guerreira presidenta da nossa Associação de Moradores, querida amiga e companheira de lutas, ria sem conter-se e dizia "não adianta negar, eu vi você carregando o saco do padre! O ateu carregou o saco do padre, eu vi!"
Eis, sem tirar nem por, a verdade que tentei esconder desde aqueles dias terríveis: sim, este ateu admite que já carregou o saco de um padre, e não de um que tenha compostura, infelizmente, que o peso me seria muito menor.
O destino fez-me carregar, quiospariu!, precisa e exatamente o saco do minúsculo padre marcos.
Não tem jeito: havendo um, tenho vaga nos camarotes VIP do paraíso meus caros.
Meus pecados estão pagos. Com juros de agiota.
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