Copiei de O Caderno de Patrick
Por Allan Patrick
Uma latifundiária, nos dizeres de spam que circula por correio eletrônico e nas redes sociais. |
Será mesmo? A comparação está correta, 62m2 do “cidadão de bem” urbano versus 87 hectares do índio “arruaceiro” e “improdutivo”?
Vamos fazer alguns cálculos. O cidadão urbano toma, todo dia, um belo e gostoso banho usando seu chuveiro elétrico de 5 KW. Vamos supor que a energia utilizada para fazer funcionar esse chuveiro venha da usina hidrelétrica de Balbina, localizada na Amazônia. O lago de Balbina ocupa 2.600 km2 (algumas fontes apontam para 2.360 km2, outras informam que pode chegar a 4.438 km2). Em condições ideais, com potência máxima, a usina gera 250 MW, embora a potência média gerada seja de 120 MW e a potência firme (nas condições mais adversas), seja de apenas 63 MW. Isso significa que, em condições quase ideais, temos:
250 MW de potência para 2600 km2 de área ocupada, ou seja, 0,09615 MW/km2, que, para facilitar a leitura, podemos converter para 96,15 KW/km2. Se o parâmetro for, como já sugerimos, um chuveiro elétrico mediano de 5 KW de potência, chegaremos ao número fatídico de que cada km2 de área inundada suporta apenas 19,23 chuveiros. Ou, para deixar esse dado ainda mais claro, cada chuveiro ligado corresponde a uma área inundada de 52 hectares.Então, a questão que eu faria é: se nós, seres urbanos, podemos chegar a ocupar 52 hectares só pra tomar um banho, qual o mal em um brasileiro dos povos originários ocupar 87 hectares para todas as necessidades de sua vida?
P.S.: adicionalmente, Balbina gera 10 vezes mais CO2 que uma usina a carvão de mesma capacidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário