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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Arreganhos do fascismo máfio-midiático: Gazeta do Povo ameaça petistas

Estive filiado ao PT por mais de vinte anos, desde 1982, e quero proclamar meu orgulho por esta modesta militância. 
Conheci homens e mulheres formidáveis, generosos, honestos, éticos, comprometidos com as lutas populares (até porque delas vieram), companheiros e companheiras que muito me ensinaram.
Não sou mais um petista de carteirinha porque os rumos que o partido adotou esgotaram, a meu ver, sua capacidade transformadora mas, que fique muito bem assentado, sei perfeitamente o que está em jogo e vejo claramente o golpe em construção.
Quando a Gazeta do Povo - notório membro da Série B do PIG - pretende intimidar e calar o PT e homens e mulheres que permanecem petistas, eu, petista no exílio, manifesto meu apoio e minha solidariedade a todos e a todas que, como eu, ousaram o sonho e nunca tiveram medo dos arreganhos do fascismo máfio-midiático.
De pé, companheiros e companheiras!
Cabeça erguida, pra fora e acima da manada!
Viva a classe trabalhadora! 
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LIBERDADE AMEAÇADA
Por Luiz Damon Santos Moutinho
Professor Departamento de Filosofia ­‐ UFPR

A Gazeta do Povo manifesta em editorial (“Desagravo inoportuno”, 29/11/2012) sua repulsa a uma manifestação pública (“um dos pontos baixos da história política do Paraná”, “acinte” etc). Esse tom retumbante é contra uma manifestação pró-fascista, racista, pró-violência, algo tenebroso e que mereça tanto zelo vigilante por parte da Gazeta? Não, não é nada disso. É um debate público no Sindicato dos Bancários, aberto a quem se interessar, sobre o julgamento no STF da AP 470. Evidentemente, é também um ato de solidariedade aos militantes petistas condenados pelo STF, tanto mais que ele conta com a presença de José Dirceu. Prega-se ali a desobediência às decisões do Supremo? Conclama-se ali a população a fazer barricada contra o poder público? Não, nem de longe. Vale lembrar que em todas as manifestações públicas os petistas condenados têm o cuidado de dizer que a decisão do Supremo será obedecida, cumprida etc. Mas isso não significa aceita-la bovinamente, sem discussão, sem debate, sem contestação. É direito do homem debater, refletir, contestar as decisões do poder – mesmo e sobretudo ali onde ele não tem outra alternativa senão obedecer. É esse direito que a Gazeta quer cassar. Nem é preciso defender-se dizendo que há muita gente séria da área do Direito, e não necessariamente petista, que tem apontado graves problemas no julgamento. Isso não é necessário. Pois trata-se aqui de defender o simples direito ao debate. Por isso, o que é grave não é que a Gazeta manifeste sua contrariedade com o evento – é direito dela não gostar de X. O que é grave – gravíssimo – é a ameaça explícita contra aqueles que ousarem comparecer ao evento: “os paranaenses terão a oportunidade de saber quem valida o modus operandi dos mensaleiros” diz a Gazeta, ameaçadora. Ai de você se comparecer ao debate: a Gazeta dirá aos “paranaenses” quem é você! Talvez publique uma foto sua com uma faixa diagonal, com seu nome, endereço, telefone e uma legenda: “quadrilheiro”, “corrupto” ou coisa pior. Cuidado! Que fique claro o que está por trás desse afã persecutório: não é José Dirceu que a Gazeta persegue, é você! É seu direito de debater, discordar, se exprimir – seu direito ao livre pensamento e expressão. Pois você pode não gostar do José Dirceu e ainda assim discordar do julgamento ou simplesmente querer debatê-lo. A Gazeta não vai perdoá-lo por isso. Daí por que acredito que os organizadores tenham apenas parcialmente razão quando divulgam o evento como um “ato em defesa do PT”. Evidentemente, para além do José Dirceu e do José Genoino, é o PT que é visado pelos perseguidores. Basta ver o que passou a significar, nas páginas dos jornais, o termo “petista”. Mas eu acrescentaria, diante desse fã persecutório, que é sobretudo um ato em defesa do livre pensamento e expressão. Talvez eu não goste do José Dirceu, talvez eu não goste do PT (isso já não vem ao caso), mas certamente detesto que me ameacem e tentem cassar meus direitos.

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