Eu sou o negro/pardo/pobre tingindo de pluralidade as castas alvas classes do Ensino Superior.
Eu sou a assinatura na carteira de trabalho dos mais de 4 milhões de novos trabalhadores formais.
Eu sou a primeira conversa do primeiro contato do Invisível Social com um médico cubano/argelino/alemão/australiano/uruguaio/marciano.
Eu sou a comida na boca de um povo que, pela primeira vez na história, saiu da linha da fome, mas que não saiu nos jornais.
Eu sou a mãe que recebe auxílio para alimentar os filhos e garantir o mínimo de cidadania e humanidade.
Eu sou a inflação controlada e a economia firme durante um terremoto econômico mundial.
Eu sou a empregada doméstica com sua profissão regulamentada.
Eu sou a certeza da corrupção se tornar crime hediondo.
Eu sou a esperança clara da Reforma Política.
Eu sou a desigualdade atingindo os menores índices da história do Brasil.
Eu sou os cofres públicos revigorados depois de uma desenfreada e desastrosa abertura para o capital estrangeiro.
Eu sou o dólar em patamares mais realistas.
Eu sou a Classe C invadindo shoppings, comprando carros e exercendo, pela primeira vez, o poder da escolha.
Eu sou a criança dormindo em um quarto de verdade pela primeira vez, a família jantando em uma sala e depois assistindo à TV a cabo num canal qualquer.
Eu sou o churrasco de domingo com os vizinhos ao lado, que também têm sua casa agora.
Eu sou a viagem ao exterior do pesquisador sem fronteiras.
Eu sou o cinema e a arte brasileira recebendo importante e fundamental investimento em todos elos da cadeia produtiva.
Eu sou a arte também entendida como exercício da cidadania, da diversidade, como bem simbólico e não só material.
Eu sou o jovem que pode optar por uma ampla oferta de formação técnica.
Eu sou o Estado forte e presente.
Eu sou 13 por essas e muitas outras razões.
Eu sou o meu voto.
O meu voto não é para mim.
O meu voto é para o Outro.
Emiliano Cunha
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