SOBRE O BLOGUEIRO

Minha foto
Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Emiliano Cunha: O meu voto não é para mim. O meu voto é para o Outro.


Eu sou o negro/pardo/pobre tingindo de pluralidade as castas alvas classes do Ensino Superior.
Eu sou a assinatura na carteira de trabalho dos mais de 4 milhões de novos trabalhadores formais.
Eu sou a primeira conversa do primeiro contato do Invisível Social com um médico cubano/argelino/alemão/australiano/uruguaio/marciano.
Eu sou a comida na boca de um povo que, pela primeira vez na história, saiu da linha da fome, mas que não saiu nos jornais.
Eu sou a mãe que recebe auxílio para alimentar os filhos e garantir o mínimo de cidadania e humanidade.
Eu sou a inflação controlada e a economia firme durante um terremoto econômico mundial.
Eu sou a empregada doméstica com sua profissão regulamentada.
Eu sou a certeza da corrupção se tornar crime hediondo.
Eu sou a esperança clara da Reforma Política.
Eu sou a desigualdade atingindo os menores índices da história do Brasil.
Eu sou os cofres públicos revigorados depois de uma desenfreada e desastrosa abertura para o capital estrangeiro.
Eu sou o dólar em patamares mais realistas.
Eu sou a Classe C invadindo shoppings, comprando carros e exercendo, pela primeira vez, o poder da escolha.
Eu sou a criança dormindo em um quarto de verdade pela primeira vez, a família jantando em uma sala e depois assistindo à TV a cabo num canal qualquer.
Eu sou o churrasco de domingo com os vizinhos ao lado, que também têm sua casa agora.
Eu sou a viagem ao exterior do pesquisador sem fronteiras.
Eu sou o cinema e a arte brasileira recebendo importante e fundamental investimento em todos elos da cadeia produtiva.
Eu sou a arte também entendida como exercício da cidadania, da diversidade, como bem simbólico e não só material.
Eu sou o jovem que pode optar por uma ampla oferta de formação técnica.
Eu sou o Estado forte e presente.
Eu sou 13 por essas e muitas outras razões.
Eu sou o meu voto.
O meu voto não é para mim.
O meu voto é para o Outro.
Emiliano Cunha

Nenhum comentário: