Copiei a imagem daqui

Nem pense nisso!
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Copiei de Maria Fernanda Arruda
Se ninguém percebeu, o fanatismo governista criou um novo critério para o absurdo. Deixou-se de considerar uma coisa absurda por ser "contrária à razão", como nos ensinaria o titio dicionário. Absurdo, agora, é um adjetivo que denota a origem da medida e não a racionalidade dela. Em outras palavras, o que vem do governo jamais será tido como absurdo. Absurdo é o outro, absurda é toda alternativa.
Há um mês, Kátia Abreu e Joaquim Levy seriam nomes absurdos para o ministeriado. Pareceriam oriundos de uma lista que petistas lançaram com falsos nomes de possíveis ministros de um governo Aécio(na verdade, Kátia Abreu é ainda mais estrionicamente ruralista que o Eduardo Sciarra, que estava em tal lista, e Armínio Fraga e Levy se equivalem em muitos e muitos sentidos). Mas, uma observação mais aprumada nos mostra que não são nomes absurdos, afinal, vieram do governo. O governo deveria, aliás, fornecer um carimbo de não-absurdecência, a ser marcado nas testas dos novos ministros, um "selo inmetro de concessão autorizada pelo discurso da governabilidade". Facilitaria os blogs petistas saberem o que dizer sobre o ministeriado.
A opinião deixa de ser um espaço construtivo e torna-se um espaço reativo. "Você é contra ou a favor de X?" "Espera um pouco, deixa eu googlear o que a Dilma pensa sobre o assunto" virou uma conversa plenamente plausível nos dias de hoje. O juízo deixou de ser uma atividade investigativa de nosso íntimo para ser uma busca pela fonte governamental da razão. Pensar passou a ser a busca pela opinião do governo. E graças aos céus, temos o google para nos ajudar a pensar.
Ou, ou, ou, talvez, quem sabe, absurda seja outra coisa. Precisamos comprometer os petistas a declararem, afinal, qual o limite intransponível da direitice. Qual medida, mesmo que tomada pela Dilma, é absurda num governo que se diz de esquerda? Qual o reductio ad absurdum tão absurdo que supere qualquer possibilidade de justificação de origem? Por incrível que pareça, tem gente afirmando que o fim do auxílio desemprego é uma medida de esquerda! Tem que ter um critério, não é possível. Até o mais anti-moralista dos humanos, aquele que nega com todas as forças a bipolaridade "bem vs mal", sabe que atropelar uma criancinha carregando um bebê-foca é algo maligno. Em suma, qual o atropelamento de bebê-focas das medidas de governo?
Não, não se trata de uma luta para transformar a sociedade. É apenas uma disputa para manter-nos capazes de conversar com nossos amigos petistas.
Desabafo!
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