SOBRE O BLOGUEIRO

Minha foto
Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Santa Filomena da Governabilidade, não deixai faltar gel lubrificante!

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco, ao cumprimentar os presentes nesta patética quermesse em louvor de Santa Filomena da Governabilidade, informa ter descoberto que os fabricantes de gel lubrificante doaram muitos milhões para nossos candidatos.
---xxx---

Copiei da Andrea Caldas

A CULPA É DA ESQUERDA!


Tenho ouvido insistentes argumentos em favor dos recuos na pauta governamental, sufragada nas ultimas eleições, mais uma vez, com o apelo ao eterno mantra da governabilidade, adicionado de um novo elemento: a meritocracia eleitoral.


Segundo esta lógica, a culpa da nomeação da miss do trabalho escravo, Katia Abreu e do discípulo de Arminio Fraga, Joaquim Levy é da esquerda que não "conseguiu" eleger uma bancada expressiva no Congresso.


Curiosamente, esta cobrança é feita depois da campanha eleitoral mais cara da história brasileira, manietada pelos interesses do agronegócio, dos Bancos e empreiteiras.

Sim, parte expressiva da esquerda foi "incompetente" para jogar segundo as regras do jogo, captar milionários patrocinadores, haja visto a diminuição considerável da bancada de esquerda, na área de educação, por exemplo.

A circularidade argumentativa da "realpolitik" só não responde qual o caminho de saída do labirinto que alimentamos, nestes últimos anos.


Pois se a Reforma Política - tida como panaceia - só pode ser realizada com o apoio do congresso conservador, esta não é uma opção.


A segunda porta mágica, a realização de uma constituinte exclusiva e mesmo o Plebiscito, carece de razoabilidade, de vez que é justo imaginar que sem o fim do financiamento privado, teremos uma nova eleição com "mais do mesmo".


Se não temos correlação de forças para enfrentar o Congresso, o STF e a Mídia (também sustentada com verbas públicas), que esperanças podemos legar aos que votaram numa plataforma que prometia o aprofundamento das mudanças?


Alias, diga-se de passagem, esta propaganda foi intensificada pela candidatura de Dilma, no segundo turno, quando já se conhecia o perfil conservador do Congresso.


O que fazemos agora? Publicamos uma errata, no programa eleitoral? Pedimos mais 12 anos de paciência? Rezamos para que a conjuntura política e econômica altere-se, metafisicamente?


E enquanto isto, continuamos a alimentar adversários e aliados de ocasião, até o ponto em que eles nos sufoquem, de vez?


O decréscimo eleitoral das candidaturas presidenciais do PT sinalizam o resultado desta politica da governabilidade sem enfrentamentos e do recuo de parte da esquerda.


E ainda assim há aqueles que desaconselham a crítica, desautorizam os movimentos nas ruas, pelo medo de "provocar a reação da direita" e o "golpismo".


Ora, a direita nunca deixou de agir - mais silenciosa ou ruidosamente - jamais suportou políticas para além do melhorismo e da democracia de vitrine (e as vezes, nem estas).


Mudanças estruturais, neste país, a favor dos trabalhadores/as, nunca foram conquistadas em silêncio e sem muita mobilização social.

Não será diferente, desta vez.

Os que pedem a calmaria, devem saber que estão escancarando as portas para os setores dominantes, hábeis em operar, sinuosamente, nos bastidores.


Que não arrependam-se, portanto, do script que desenham, por omissão ou opção.

Nenhum comentário: