SOBRE O BLOGUEIRO

Minha foto
Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Palavras

palavras escaras
cicatrizes abertas
pus escorrido fedor
invadem meus escritos
sílabas despencadas
meu espanto
palavras açoitam
ventania deserto
palavra areia escorrida
palavras escolhidas escondem
ódio preconceito morte
punhais de palavras
perfuram memórias de sangue
palavras alumiam dizem
palavras redimem anunciam
palavras dispensáveis
palavras avoam em meus escritos
sílabas desabam feito penas
letras flutuam sem sentido
palavras fazem nada
letras de venenos precisos
palavras matam
em meus ásperos escritos
não domo palavras
palavras coices
não podem 
ser montadas

Um comentário:

Henrique R disse...

E por falar em:
“palavras escolhidas escondem
ódio preconceito morte”,
lembrei-me da sentença eterna de Albert Einstein: “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.”