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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Regimes penais: o triste fim do "frango caipira criado solto"

Doña Sonia Fernandes do Nascimento, no uso das suas superiores atribuições, deu-me as seguintes instruções:

- Paulo, traga sobrecoxas, mas atenção: é um pacote verde, está escrito "frango caipira criado solto."

E fui até o supermercado, procurei com afinco o tal "frango caipira criado em regime aberto", e nada.

- Por favor, moça, onde encontro "frango caipira criado solto"?

- Tem isso aqui não, senhor.

- Nem frango criado em regime semi-aberto, que é recolhido à granja somente à noite?

- Não senhor, o que sei é que é tudo criado em regime fechado, e só saem de lá aos pedaços. Um horror!

E o supervisor esclarece, por fim:

- Senhor, nem procure frango caipira. Aqui só tem frango sertanejo universitário.

Retorno para nosso superfaturado e suntuoso apartamento, pronto para receber a devida pena de prestação de serviços comunitários.

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