SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

domingo, 15 de janeiro de 2017

POEMA DAS CABEÇAS SEM NOME

Mais cabeças foram decepadas
No presídio de não sei onde
Separadas de corpos cujos nomes desconheço
Mais cabeças foram decepadas
De corpos mortos muito tempo antes
Porque invisíveis
Não quero saber dessas cabeças decepadas
Não quero que encontrem o corpo de onde vieram
Quero morte e sangue
Não quero que saibam da mãe pai irmão filho neto
Não quero que a cabeça decepada pense
Não quero que o corpo apartado seja humano
Quero a cabeça e o corpo no lixo
No lixo da minha cabeça e do meu corpo

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