SOBRE O BLOGUEIRO

Minha foto
Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Poema tardio para presos despedaçados

Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.
Não vejo não existe.
Não existe não vejo.

Os presos não existem, eu não os vejo.
As presas não existem, eu não as vejo.

Nunca vi essa gente.
Não quero ver essa gente.
Essa gente não existe.
Eu odeio essa gente.

O que faço com a cabeça decepada?
O que faço com meu ódio?
O que faço com meu medo?
O que faço com minhas conveniências?
O que faço se prefiro jamais saber deles?

Nenhum comentário: