Este é o relato da criação do mundo segundo os costumes e crenças da tribo nômade dos meakambuts, que vive em remotas cavernas nas florestas de Papua-Nova Guiné.
Pois é, cristãos em cristo, sentem aqui ao pé do fogo; isso, sejam bem vindos, se abanquem, meninos e meninas. Vamos lá?
Perceberam que os meakambuts e os cristãos contam o começo do mundo de forma muito semelhante? Um espírito, uma força superior, um diretor de uma agência de publicidade, o deltan dallagnol ou o sérgio moro, sei lá, um belo dia alguém acordou entediado e decidiu criar o mundo, os homens e as flores, a Frente Parlamentar Evangélica e, é claro, tendo criado os coxinhas de merda e os anônimos acanalhados que infestam o blog do tutuca, resolveu dar cabo da corrupção e do PT.
Api, O Grande Patifão Esfumaçado ou Gervásio, diretor geral de suprimentos, botam a mão no queixo, pensam, franzem o cenho e ó, vou criar isso e vou criar aquilo, e criam, e não chamam nem os estagiários.
Criado o mundo, no começo é alegria, fartura, cantoria, amor e paz, borboletas e passarinhos e muita comida. Na terra dos meakambuts e no paraíso cristão, atentem, tudo igualzinho.
Mas os meakambuts e vocês, amigos cristãos, acreditam piamente que uma mulher cometeu - ó que horror! -, essa coisa gosmenta chamada pecado e, a partir daí, o mundo destrambelhou: ódio, inveja, guerras, imposto de renda, matanças, proliferação desenfreada de deputadões e senadores golpistas, geraldo alckmin, josé serra, roberto freire, beto richa, rafael greca, roedor pai e ratinho junior, república de curitiba, datenas, coxinhas diversos, jaguarinhas golpistas e sarnentos, etc e tal e cousa e lousa.
E qual o terrível pecado cometido pela mulher, seja a anônima meakambuts, seja nossa gloriosa Eva? Sexo, ó que horror, tirem as crianças da sala, ó que horror, que coisa suja, sim, a primeira trepada foi uma torpe invenção feminina!
Sendo possível, seja honesto caro cristão em cristo, e trate de reconhecer que as duas alegorias sobre a criação do mundo são meras e patéticas invenções humanas, e são em tudo semelhantes, cada qual inevitavelmente permeada pelas circunstâncias de tempo, lugar, costumes, cultura, modo de vida, etc.
Seja honesto e reconheça que a alegoria cristã é tão "consistente" quanto a dos meakambuts, povo primitivo e nômade que vive nas florestas remotas da Papua-Nova Guiné.
E, por favor, não ouse proclamar-se superior, prezado cristão, àquele povo.
Eles, ainda que vivam em plena floresta, onde imagino existam muitas cobras, nos pouparam da inacreditável conversa mole da pérfida serpente falante que engambelou a pobre da Eva e, veja que legal, pelo menos dividiram a invenção do pecado entre o homem curioso e literalmente muito metido, e a mulher que resolveu experimentar a coisa.
Mas numa coisa os neakambuts são muito, mas muito superiores aos cristãos: não escreveram nenhuma porcaria de bíblia ou livro sagrado e, portanto, não andam a matar em nome de Api, não têm intermináveis horas de programas religiosos na televisão e entre eles não existe nenhum picareta como o Valdomiro, o Edir Macedo, o Silas Malafaia, nenhum padreco da renovação carismáticas e, aleluia!, nenhuma banda de gospel gosmento.
Ó glória, ó Api!
O sanque de Api tem poder!
Ó glória, ó menezes!
"No princípio, Api, o espírito da Terra, veio a caverna Kopao e encontrou rios cheios de peixes, o mato repleto de porcos e muitos salgueiros, mas não havia pessoas.
Api pensou: esse seria um bom local para as pessoas, e abriu uma passagem estreita no topo de Kopao.
As primeiras pessoas a sair foram os awins, depois vieram os imboins e outros grupos e finalmente os meakambuts, e estavam todos nus, e se espremeram pela passagem, ofuscados pela luz.
Havia ainda outras pessoas lá dentro, mas depois de os meakambuts saírem, Api fechou a fenda, e os outros permaneceram lá dentro, mergulhados em completa escuridão.
Os awins, os imboins e meakambuts se espalharam pelas montanhas e viveram em abrigos nas rochas. Fizeram machados de pedra, arcos e flechas, e a caça foi boa.
Não havia ódio, nem matanças, nem doenças, e a vida era bela e tranquila, e todo mundo tinha o estômago cheio.
Naqueles tempos, homens e mulheres viviam em abrigos separados e, à noite, os homens iam a uma caverna especial para cantar.
Mas numa noite um deles fingiu que estava doente e não foi, e quando viu os outros cantando se esgueirou até a caverna das mulheres e fez sexo com uma delas.
Ao voltar, os homens sentiram que uma coisa muito errada havia acontecido.
Um deles sentiu inveja, outro sentiu ódio, outro, mais ódio, e outro, muita tristeza.
Foi quando os homens aprenderam todas as coisas ruins, e também quando a feitiçaria começou."
(Revista National Geographic, fevereiro 2012, páginas 124 e 125)
Pois é, cristãos em cristo, sentem aqui ao pé do fogo; isso, sejam bem vindos, se abanquem, meninos e meninas. Vamos lá?
Perceberam que os meakambuts e os cristãos contam o começo do mundo de forma muito semelhante? Um espírito, uma força superior, um diretor de uma agência de publicidade, o deltan dallagnol ou o sérgio moro, sei lá, um belo dia alguém acordou entediado e decidiu criar o mundo, os homens e as flores, a Frente Parlamentar Evangélica e, é claro, tendo criado os coxinhas de merda e os anônimos acanalhados que infestam o blog do tutuca, resolveu dar cabo da corrupção e do PT.
Api, O Grande Patifão Esfumaçado ou Gervásio, diretor geral de suprimentos, botam a mão no queixo, pensam, franzem o cenho e ó, vou criar isso e vou criar aquilo, e criam, e não chamam nem os estagiários.
Criado o mundo, no começo é alegria, fartura, cantoria, amor e paz, borboletas e passarinhos e muita comida. Na terra dos meakambuts e no paraíso cristão, atentem, tudo igualzinho.
Mas os meakambuts e vocês, amigos cristãos, acreditam piamente que uma mulher cometeu - ó que horror! -, essa coisa gosmenta chamada pecado e, a partir daí, o mundo destrambelhou: ódio, inveja, guerras, imposto de renda, matanças, proliferação desenfreada de deputadões e senadores golpistas, geraldo alckmin, josé serra, roberto freire, beto richa, rafael greca, roedor pai e ratinho junior, república de curitiba, datenas, coxinhas diversos, jaguarinhas golpistas e sarnentos, etc e tal e cousa e lousa.
E qual o terrível pecado cometido pela mulher, seja a anônima meakambuts, seja nossa gloriosa Eva? Sexo, ó que horror, tirem as crianças da sala, ó que horror, que coisa suja, sim, a primeira trepada foi uma torpe invenção feminina!
Sendo possível, seja honesto caro cristão em cristo, e trate de reconhecer que as duas alegorias sobre a criação do mundo são meras e patéticas invenções humanas, e são em tudo semelhantes, cada qual inevitavelmente permeada pelas circunstâncias de tempo, lugar, costumes, cultura, modo de vida, etc.
Seja honesto e reconheça que a alegoria cristã é tão "consistente" quanto a dos meakambuts, povo primitivo e nômade que vive nas florestas remotas da Papua-Nova Guiné.
E, por favor, não ouse proclamar-se superior, prezado cristão, àquele povo.
Eles, ainda que vivam em plena floresta, onde imagino existam muitas cobras, nos pouparam da inacreditável conversa mole da pérfida serpente falante que engambelou a pobre da Eva e, veja que legal, pelo menos dividiram a invenção do pecado entre o homem curioso e literalmente muito metido, e a mulher que resolveu experimentar a coisa.
Mas numa coisa os neakambuts são muito, mas muito superiores aos cristãos: não escreveram nenhuma porcaria de bíblia ou livro sagrado e, portanto, não andam a matar em nome de Api, não têm intermináveis horas de programas religiosos na televisão e entre eles não existe nenhum picareta como o Valdomiro, o Edir Macedo, o Silas Malafaia, nenhum padreco da renovação carismáticas e, aleluia!, nenhuma banda de gospel gosmento.
O sanque de Api tem poder!
Ó glória, ó menezes!
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