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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Poema para Marielle Franco

(mais um poema inútil)

Marielle Franco
Vereadora do PSOL
Está morta
Anderson Gomes
Seu motorista
Está morto
Executados a tiros
Nem sabia de você Marielle
Soube hoje agora
Poderia dizer que a metralha 
Me atingiu
Metáfora confortável
Mas estou vivo
E é tão sem conforto
Essa minha vida
Que me resta apenas
Esta merda de poema inútil 
Recebam meu abraço
Apertado fraterno e inútil

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