Internautas desavisados, desafetos de diferentes origens, leitores das nossas sempre mal alinhavadas páginas, ouvintes e telespectadores, irmãos e irmãs em cristöfssöön:
Imaginem americanos
patrioticamente paranóicos, ingleses afetados e de nariz empinado, franceses que, dizem as más
línguas, têm lá suas dificuldades para tomar banho, portugueses sebastianistas dourados
em azeite e abraçados a bacalhaus, pimentões e batatas, espanhóis espetados em chifres de miúras, escorregando em tomates esmagados e saudosos dos tempos fogueirosos de torquemada, escoceses de saiotes e, com aqueles uísques maravilhosos, sempre corretamente bêbados, poloneses incapazes
de utilizar vogais, italianos falando com as mãos e putos da vida com a porra do sotaque "italiano" que as novelas da globo inventaram, japoneses e seus sushis eletrônicos, chineses
coletivos aos milhões, suecos pornográficos naquele frio desgraçado, e nos perguntamos todos como conseguem fazer as coisas, australianos
saltitantes e cheirando a eucalipto, argentinos passionais, búlgaros talvez inviáveis, russos eventualmente
brancos de susto. Imaginaram, realizaram?
Pois concluo que quando o Ouvidor-Geral, depois de almoçar dobradinha à moda do Porto, está sem assunto ou sem paciência para comentar a semana, a
coisa fica complicada, mas, tendo garantia de emprego por dois anos, está lá no contrato, as Organizações Ornitorrinco terão que me aguentar sem tugir nem mugir ou, se preferirem, que me paguem a multa contratual milionária.
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